o fim.

a foto foi tirada parcialmente acima e parcialmente abaixo da água. em primeiro plano uma pessoa flutuando de costas para baixo, vestindo apenas bermuda

eu te amei como te escrevo agora:
de peito aberto, que é só como eu sei ser
quando não foi mais eu, eu soube que tinha que ir
soube simplesmente como sei que preciso comer, ou como sei que preciso respirar (é inconsciente, mas sempre se sabe)
soube porque o sol continuou nascendo e o porque o gosto de nada mudou
porque voltei pra casa e meu gato ainda me ama
porque minha cama ainda é macia e estar comigo ainda é bom
não doeu. não dessa vez. não mais
foi como um até breve, só que nunca mais
um adeus disfarçado de até logo
ou talvez encoberto por um até logo, porque disfarce implica em estar oculto, e a gente sabia
ô bem, a gente sabia
que aquele abraço ia ser o último
que aquele beijo nunca mais ia ter de novo
a gente sabia e nada durou mais nem menos do que devia. somente durou
a gente sabia que o toque ia acabar
que a chama já tinha ido embora
que o vento secou tudo e nossos oceanos agora divergiam e se afogariam em outros mares
a gente já sabia que o orgasmo seria o último que o cafuné já não tinha mais
mas tudo bem… porque a gente já sabia
e fez tudo fez ter um gosto de vai ter próxima,
só que próxima nunca mais

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