MINHA JORNADA #01

Como tudo começou

--

A ideia de ligar os pontos da vida, pra mim, é sinônimo de ficção. Gosto de uma frase, que guardei de uma das primeiras leituras do Mestrado, que diz que ‘o real precisa ser ficcionado para ser pensado’. Por mais que eu ache charmosa a ideia de sincronicidade, minha experiência me diz que grande parte dos eventos aos quais estamos sujeitos são puramente ocasionais. Logo, o sentido da nossa vida, quem nos dá somos nós mesmos (ou podemos deixar que outras pessoas o deem para nós, mas eu não recomendo). E toda esta divagação surgiu porque me propus a criar um texto sobre como começou a jornada que me levou até a Komono.

De uma coisa eu sei: foi uma jornada de autoconhecimento. Difícil é apontar para ela um ponto de partida específico. Penso que a jornada do viver é toda a respeito de conhecer a si mesmo (ou, pelo menos, deveria ser). Minha história é a história de muita gente. Como um mito, cujos detalhes você pode ajeitar a gosto, mas do qual o que resiste mesmo é a mensagem que está nas entrelinhas.

Na luta diária para lidar com os desafios de estar vivos, vamos elaborando estratégias que, às vezes, não geram resultados muito bons. Nossos contextos de vida se transformam, novos desafios surgem e eis você ali, tentando trabalhar com as ‘ferramentas’ já conhecidas para lidar com seus novos problemas. ‘Se tudo o que você tem é um martelo, todo problema vira um prego’ (desculpe, Maslow, acho que a frase não era bem essa). Sem me aprofundar nos pormenores, o contexto geral foi este: uma angústia de me ver sendo levada pela correnteza em vez de remar para onde eu realmente gostaria de ir (e sabia eu para onde? Nem sei…).

Resultado: um princípio de burnout, diagnóstico e tratamento para ansiedade e, um pouco depois disso, o processo de terapia (ah, a terapia ❤). Ver a própria sombra, encarar os medos, aceitar as falhas, assumir as vulnerabilidades. Libertar-se, eu diria. Na verdade, o exercício de uma vida, sempre inacabado, mas agora com uma capacidade ampliada de elaborar estratégias mais assertivas, tudo graças ao autoconhecimento.

Esse processo me permitiu identificar com mais clareza uma série de situações que eu queria e que eu não queria manter na minha vida, mas, especialmente, me fez entender o valor do autoconhecimento e da manutenção de relações saudáveis para a nossa capacidade de viver com plenitude.

Não vou mentir: sinto que ainda tenho MUITO a aprender, mas agora me sinto muito mais capaz de refletir sobre minhas reações às situações e às pessoas para, a partir dessa reflexão, tomar decisões mais inteligentes. Isso demanda bastante esforço, não é sempre que consigo, mas a cada avanço que percebo, mais aumenta o meu desejo de que mais pessoas possam sentir a satisfação que eu sinto a cada passo que consigo dar adiante.

Esse sentimento, num primeiro momento, me levou a repensar muito da minha atuação profissional, afinal, sou uma professora do Ensino Superior, ou seja, muitos e muitos jovens passam pelas minhas ‘mãos’ todos os semestres. Sinto uma profunda responsabilidade em relação a eles. Talvez até porque, de certo modo, me vejo refletida neles, na fragilidade de suas estruturas emocionais, nos seus sonhos de uma vida plena, nos seus desejos de aceitação e valorização da sua individualidade.

Foi buscando criar experiências melhores para os meus alunos — mais holistas, que considerassem não só as necessidades de formação técnica, mas também socioemocional — que iniciei (ainda sem saber que nome tinha, mas isso é papo para outro texto) um processo de aprendizagem autodirigida muito intuitivo sobre processos de aprendizagem e inteligência emocional.

Confesso, a história como um todo é bem mais complexa, mas acredito que esse breve panorama já deixe clara a base de tudo que a Komono propõe. Para repensar a si mesmo, as relações com os outros e o mundo é preciso autoconhecimento e para conquistá-lo é preciso trilhar uma [incrível] jornada de aprendizagem sobre o que é ser humano.

--

--

Cynthia Hansen
KOMONO | POR UMA VIDA MAIS CONSCIENTE

Publicitária, professora, apaixonada por aprendizagem, eterna aprendiz, co-idealizadora do Heimo Learning Lab e ligada em 220V! about.me/cynthia.hansen