Sobre ter o poder em nossas mãos (ou o dia que comecei a assistir Breaking Bad)

Laís Vargas
Blog — Laís Vargas
3 min readJul 8, 2017

De alguns anos pra cá, momentos de angústia e ansiedade tomam conta de todos nós. Mas de quais momentos estou me referindo? Falo d’aquele período entre uma série e outra, quando você termina uma e não sabe qual é a próxima que vai te acompanhar pelos próximos dias, semanas, quiçá meses (nesse caso estou me referindo às 12 temporadas de Grey’s Anatomy disponíveis na Netflix).

Sabe ressaca literária? Então, eu estava assim com as séries e, essa semana, decidi que eu tinha que assistir uma série nova (já que o YouTube não está produzindo tanto conteúdo que me interessa). Após algumas pesquisas, resolvi dar mais uma chance à Breaking Bad. Sim, aquela série no qual vi o primeiro episódio em 2013 e achei monótono e sem graça. Pasmem! Estou amando (e já comecei a segunda temporada).

O mais interessante da semana, contudo, não foi começar — e me apaixonar — por uma nova série, mas sim a forma como parei para refletir sobre o tema central dela. Para quem nunca assistiu, Breaking Bad conta a história de um professor de química que se descobre em um estágio avançado de câncer no pulmão, sendo que sua mulher está grávida e o casal já tem um filho adolescente. Com isso, Walter White decide fabricar metanfetamina com um ex-aluno para conseguir dinheiro e não deixar dívidas para sua família.

Mas como ele sabe produzir metanfetamina?

Simples. Ele é um químico!

Produzir uma droga que é viciante e cara pode ser uma tarefa bem difícil, mas nem tanto para um profissional que vive da química e sustenta sua família transmitindo esses conhecimentos para alunos do high school. O protagonista da série é um homem comum, que utilizou seus conhecimentos para fazer o bem — até aquele momento. O dia em que ele descobre que pode ganhar muito dinheiro e deixar sua família sem preocupações, usa suas habilidades para entrar no tráfico de drogas.

Foi nesse momento que parei para refletir:

Utilizamos nossas habilidades para fazer o bem?

Será que o mal existe por quê existem pessoas que usam seus conhecimentos da forma errada?

Temos uma responsabilidade enorme em tudo que fazemos, já que podemos influenciar pessoas à nossa volta de formas inimagináveis, seja para o bem ou para o mal. Precisamos encontrar a nossa química e começar a espalhar conhecimentos para alunos e quem mais estiver por perto.

Essa é uma semana de reflexão e uma pergunta não sai da minha cabeça: o que vou deixar de bom para o mundo?

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