Como fazer um filme em 4 cenas
Cena 2: a pré-produção
Uma vez fechado o roteiro, é chegada a hora de começar os preparativos para que o mesmo saia do papel e se transforme em um filme. É a fase chamada de Pré-Produção e que consiste em todos os preparativos preliminares para que a produção de fato ocorra de forma planejada e tranquila. Ou quase.
E uma Pré-Produção bem feita é tão importante que existe uma máxima informal no universo cinematográfico que reza: “ou trabalha-se antes ou trabalha-se muito”. E quando o assunto é uma produção audiovisual, todo planejamento é pouco. Porque tudo pode — e tem grandes chances de — acontecer.
Mas, fazendo tudo direitinho, dá para minimizar bastante as inevitáveis dores de cabeça de todos envolvidos na produção do filme.
Orçamento
Antes de tudo, a pergunta mais importante: quanto custará esse filme? Haverá dinheiro suficiente no budget para que tudo seja feito em sintonia com a imaginação de quem o concebeu? Por isso, nesta etapa, cada vírgula do roteiro é analisada para prever seus respectivos impactos financeiros. Além de conhecimentos contábeis, toda criatividade é bem-vinda na hora de otimizar gastos por meio de soluções inteligentes. Aqui é quando o arquivo de Word (o roteiro) se transforma em uma planilha de Excel.
Equipe
O segundo passo consiste em escalar a equipe que irá trabalhar no projeto. Quem irá dirigir, quem irá fazer a fotografia, a iluminação, a trilha, a montagem, o transporte, o pagamento, o café… E por aí vai. Aqui prevalece a lógica de todo e qualquer time que se pretende vencedor: a soma dos talentos individuais (e bastante específicos) deve contribuir diretamente para o sucesso do produto final. Egos de lado, comprometimento e espírito de equipe acima de tudo.
Caso o filme conte com algum tipo de atuação, um processo de casting pode ser necessário para selecionar o(s) ator(es) e a(s) atriz(es) que mais atendam às diretrizes estipuladas no roteiro.
Figurino
Escalado o time de atores (ou apresentadores ou meros figurantes), é chegada a hora de definir o que essas pessoas vestirão em cena. Isto é, as opções de moda que melhor representem o espírito do filme a ser produzido.
Direção de arte
Tudo que aparece na tela (cenários e objetos) é devidamente pensado antes pelo diretor de arte. Profissional que faz suas escolhas de forma a potencializar imageticamente tudo o que está previsto no roteiro, em cores, tons e texturas.
Locações
Com exceção das animações gráficas puras (quando não há interação com humanos ou com locais reais), todo filme se passa em algum lugar. E aí, de duas, uma — ou o filme será feito dentro de um estúdio ou fora dele.
Filmar dentro de um estúdio é, de longe, a melhor opção. E isso porque, em um estúdio, isolado das sempre imprevisíveis condições externas, o diretor tem controle pleno da luz e do som, além de ter sua equipe reunida em um só lugar, facilitando a logística. Porém, aqui exige-se, se necessário, a construção de cenários ou um trabalho de pós-produção para inserção digital dos mesmos.
Quando se opta pela filmagem fora de um estúdio, a chamada externa, a equipe fica à mercê de uma série de condições (luz, clima, barulhos etc.), o
que acarreta no uso de mais pessoas e equipamentos para, de certa forma, vencer as intempéries e inconstâncias naturais para obtenção de um bom resultado. Dependendo do local, ainda é preciso obter a licença das autoridades competentes para realizar a produção de maneira tranquila e legal.
Calendário
Definido o “que”, “quem” e “onde” filmar, a próxima etapa é acertar o “quando”. E isso consiste basicamente em um trabalho hercúleo de conciliação de agendas e horários de pessoas e locais, sempre com foco na otimização de recursos e tempo.
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Sentiu o drama? Só quando cumpridas todas essas etapas preliminares da melhor forma, é possível passar para a próxima fase — a filmagem em si. Mas isso é assunto para nosso próximo artigo.
