(Praticamente) Todos os dispositivos
para criar e experimentar em VR

Conheça os gadgets de realidade virtual
disponíveis atualmente

Cerri Filmes
La Scena

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Existe hoje um grande zunzunzum em torno da realidade virtual. Muito tem se falado na revolução que a tecnologia provocará em diversos setores da economia mundial. Principalmente na indústria do entretenimento e da comunicação em geral. Mas onde estão os equipamentos para criar e ter a experiência dos tais conteúdos imersivos?

A verdade é que o VR ainda é um segredo — bem mal guardado, para sermos sinceros — nos maçônicos círculos de desenvolvedores e de uns poucos iniciados (os famosos early adopters). Bom, pelo menos era até a segunda quinzena de junho deste ano, quando várias empresas mostraram ao grande mercado os produtos que têm desenvolvido para realizar a “Revolução VR”.

A festa de debutante do VR foi durante a E3, em Los Angeles, Califónia (EUA), uma das principais feiras de negócios para a indústria de games — um setor que está em polvorosa com a chegada da realidade virtual. A E3 — somada ao evento Google I/O 2015, realizado em maio, na qual a empresa apresentou suas soluções em VR — mostrou ao mundo que, sim, uma grande cadeia econômica está se formando em torno da tecnologia e que não vão faltar dispositivos para os consumidores e os criadores de conteúdos imersivos.

Vamos dar uma olhada no que já temos e o que teremos à mão se quisermos criar ou consumir experiências em realidade virtual.

Para ter a experiência VR

Como veremos, diversas empresas estão dedicadas a desenvolver headsets para realidade virtual e aumentada. A maioria desses produtos já foi apresentada ao mercado, mas, no entanto, não está disponível comercialmente — e alguns deles, frente ao já concorrido mercado, talvez nem consigam ir além de seus protótipos ou versões para desenvolvedores.

Ainda assim, já há no mercado uma infinidade de gadgets que transformam telas de smartphones em óculos de realidade virtual. Essas baratas invenções, impulsionadas pelo engenhoso Google Cardboard, é, segundo os especialistas do mercado tech, a grande aposta para tornar a tecnologia VR um fenômeno de massas. Essas e outros dispositivos nós veremos logo abaixo:

Oculus Rift

Criado em 2011 pelo americano Palmer Luckey (aos 18 anos na época) e comprado em 2014 pelo Facebook por 2 bilhões de dólares, o Oculus Rift foi o responsável por ressuscitar a realidade virtual e toda a excitação em torno da tecnologia. Embora esperado para chegar ao mercado no início do próximo ano, a empresa já enviou mais de 175 mil unidades de versões para desenvolvedores.

A versão final, apresentada em junho na E3, é equipada com um sensor de movimento, fones próprios e os controles de movimento Oculus Touch, que estará disponível no mercado um pouco depois do lançamento do headset. A plataforma do Oculus Rift será compatível com com o Windows 10 e também terá integração com o console Xbox One, fruto de uma parceria com a Microsoft. Quem teve a oportunidade de usar o novo Oculus Rif no E3 reparou em melhoras consideráveis na ergonomia e no design do produto.

Disponibilidade: lançamento previsto para o primeiro trimestre de 2016.
Preço: o preço ainda não foi divulgado, hoje a edição atual para desenvolvedores do headset custa 350 dólares.

Project Morpheus

Também esperado para o início do próximo ano, o headset da Sony é um dos maiores concorrentes do pioneiro Oculus Rift. O Morpheus está sendo construído para ser compatível com o console do Playstation 4. O que o torna um hardware um pouco menos parrudo, já que ele dispensa altas configurações para dialogar com computadores potentes. Mas tem a vantagem de ser inserido no popular ecossistema do Playstation.

Disponibilidade: lançamento previsto para o primeiro semestre de 2016.
Preço: preço divulgado, apesar de a Sony ter deixado escapar que o hardware vai custar “centenas de dólares”.

HTC Vive

O headset Vive é um produto da parceria entre o fabricante de smartphones HTC e o desenvolvedor de software para games Valve. É compatível com PCs, assim como o Oculus Rift, e com a plataforma de distribuição games Steam, da Valve. Profissionais da imprensa especializada que já testaram o Vive apontaram uma qualidade de imagem melhor que a de seus concorrentes. Além disso, equipado com diversos sensores de movimento, o Vive permite algo que até então outros headset não foram capazes de oferecer: a possibilidade do usuário movimentar-se livremente por ambientes virtuais enquanto ele se movimenta de fato no “mundo real”.

Disponibilidade: o HTC Vive é esperado para o fim de 2015.
Preço: o valor não foi oficialmente divulgado, mas os fabricantes esperam que o produto chegue ao mercado por cerca de 500 dólares.

FOVE

O FOVE se difere dos outros headsets por ter um sistema de rastreamento ocular interativo. O hardware é equipado com um sensor infravermelho que monitora os olhos do usuário; oferecendo um novo método de controle e uma vantagem sobre os seus concorrentes quando se trata de realismo. Por conta desse sistema, o FOVE consegue proporcionar uma experiência visual melhor porque ele “sabe” exatamente para onde o usuário está olhando e pode otimizar a qualidade da imagem. O headset foi desenvolvido para rodar no PC.

Disponibilidade: esperado para o primeiro trimestre de 2016.
Preço: ainda não divulgado, a versão para desenvolvedores está sendo vendida por 349 dólares.

Avegant Glyph

O Avegant Glyph aposta em um design diferente de seus concorrentes. Menor e mais leve, ele lembra headphones tradicionais, mas com a diferença de que a parte interior de seu arco acopla telas que projetam imagens na retina do usuário com a ajuda de microespelhos. Apesar de seu design enxuto e elegante, sua desvantagem é que a experiência imersiva pode se perder, uma vez que basta o usuário olhar para fora do campo de suas telas para “voltar” ao mundo real.

Disponibilidade: já disponível no mercado.
Preço: 599 dólares.

Razer OSVR

O OSVR (Open Source Vitual Reality), da Razer, não é um concorrente da Oculus Rift, Sony ou Samsung. É pouco provável que esse headset chegue até as casas das pessoas. O gadget é destinado para a facilitar a vida dos desenvolvedores interessados em criar aplicativos VR sem limitações técnicas (tanto de software quanto de hardware), uma vez que todo o sistema é open source. Isso quer dizer que qualquer um tem acesso aos códigos e à patente do OSVR.

Disponibilidade: a versão para desenvolvedor já está disponível, a edição para o consumidor (se de fato existir) é aguardada para o próximo ano.
Preço: 199,99 dólares é o preço para desenvolvedores.

Microsoft HoloLens

O dispositivo da Microsoft surpreendeu o mercado misturando realidade virtual com realidade aumentada. O headset funde elementos do mundo real com imagens holográficas virtuais. O que significa que você pode jogar um game na mesa de sua sala de jantar ou caminhar pelo solo lunar em sua cozinha. Com o suporte da tecnologia Kinect, o hardware reconhece gestos e comandos de voz, seu visor tem um campo de visão de 120 graus em ambos os eixos ópticos, conta com recursos visuais de alta definição e, como é de se esperar, é integrado ao Windows 10.

Disponibilidade: espera-se que o HoloLens chegue ao mercado em 2016.
Preço: valor não divulgado, porém, executivos da Microsoft já deram pistas que o dispositivo deve ser vendido por um preço alto.

Google Cardboard

Essa solução de baixo custo criada pela Google é considerada pelos especialistas como a promessa para fazer da realidade virtual um fenômeno de massas. A ideia inovadora aqui é transformar qualquer smartphone (razoavelmente potente) em uma tela de VR simplesmente o acoplando a uma estrutura de papelão. Afinal, um bom smartphone já detem todos os sensores giroscópicos necessários e sistemas de posicionamento para acompanhar com precisão os movimentos da cabeça do usuário. Para fazer o mercado VR virar de fato uma realidade, a Google vem licenciando diversos fornecedores para fabricar o Cardboard e disponibilizou as especificações do dispositivo para qualquer um interessado em criar o seu próprio.

Disponibilidade: disponível.
Preço: de 5 a 30 dólares.

Samsung VR Gear

Seguindo a mesma lógica da Google de criar headsets de realidade virtual com base em smartphones, a Samsung desenvolveu o Gear VR. A última versão do dipositivo, o Gear VR Innovator Edition — que já pode ser encontrado no mercado americano — explora todos os recursos disponíveis do Samsung Galaxy S6 e do S6 Edge. Assim como o Google Cardboard, ele se beneficia do ecossistema de distribuição de conteúdo do Google Play e estabeleceu um modelo a ser seguido pela concorrência. Mas diferente do Cardboard, o produto tem um design mais confortável e ergonômico.

Disponibilidade: disponível.
Preço: 200 dólares.

Zeiss VR One

Outro dispositivo VR que usa o suporte de um smartphone, desta vez desenvolvido por um dos maiores fabricantes de lentes do mundo, a Zeiss. Ao contrário da solução criada pela Samsung, o headset comporta qualquer smartphone — iOS ou Android — com telas de 4,7 a 5.2 polegadas. Ele também oferece um player de mídia e um aplicativo de realidade aumentada. Além de lentes mundialmente famosas por sua qualidade.

Disponibilidade: disponível.
Preço: 120 dólares.

Para filmar em VR

As cabeças dos produtores de cinema, vídeo e de conteúdo em geral ainda estão dando nó para entender como é possível criar ambientes 3D imersivos. Um dos caminhos é pela computação gráfica, como já está sendo feito com os games: o jogador agora pode jogar do lado de dentro do seu game favorito.

Outro jeito de contar histórias em realidade virtual é captar imagens reais e transforma-las em algo para onde as pessoas possam ser transportadas. Na prática, é, por exemplo, levar as pessoas para dentro da cratera de um vulcão sem que elas precisem correr o risco de ir ate lá. Ou levá-las para conhecer uma paradisíaca praia de uma isolada ilha grega sem elas sairem de casa. Ou… Você pegou a ideia. As possibilidades são praticamente infinitas.

Google Jump

Apresentado em maio, durante o evento Google I/O 2015, o Google Jump é um suporte que permite a gravação de vídeos em 360 graus, utilizando 16 câmeras GoPro. Embora pareça só uma traquitana estranha para câmeras, o Jump, na verdade, é um conjunto de soluções para criação de conteúdo imersivos, que começa desde o dispositivo, passando por um software de edição até a disponibilização da opção de vídeos em 360° no YouTube. A Google anunciou que, assim como fez com o Cardboard, vai divulgar as especificações para fabricação do Jump. A ideia é fazer o mercado VR decolar, tornando a realidade virtual algo acessível tanto para produzir quanto para consumir.

Disponibilidade: embora não esteja disponível no mercado ainda, a Google está enviando o equipamento para produtores dispostos a experimentá-lo.
Preço: não divulgado.

360 Degree Camera Array

Em um desdobramento da parceria com o Google, a fabricante de câmeras GoPro desenvolveu seu próprio adaptador para gravar em 360 graus, sinalizando que está definitivamente abraçando a tecnologia VR. Como o Jump, a solução da GoPro acopla 16 câmeras. Outro passo da GoPro foi comprar a Kolor, desenvolvedora de softwares para criação de filmes de realidade virtual.

Disponibilidade: ainda sem data de lançamento.
Preço: não divulgado.

Samsung Project Beyond

Desenvolvido pelo grupo de pesquisas da Samsung americana Think Tank Team, o Project Beyond é uma câmera omnidirecional que grava vídeos em 360° e em 3D. Suas 16 câmeras são capazes de gravar em todas as direções posíveis e processam mais de 35 megapixels por quadro. A câmera também é munida de um software capaz de “costurar” a malha de imagens produzida por ela. O produto não está disponível comercialmente, mas a Samsung criou um programa que oferece protótipos para testes.

Disponibilidade: ainda sem data de lançamento.
Preço: não divulgado.

Jaunt Neo

Empresa pioneira na produção de conteúdos imersivos, a Jaunt anunciou recentemente a Neo, uma solução para os interessados em gravar vídeos imersivos com qualidade profissional. Com uma estrutura similar à de seus concorrentes, o produto é uma roda cravejada de câmeras com lentes de grande ângulo. Juntas, elas produzem uma esfera de vídeo. Essa já é a quinta geração de câmeras para VR desenvolvidas pela Jaunt em dois anos. De acordo com o fabricante, o dispositivo será voltado para o mercado especializado.

Disponibilidade: uma data de lançamento não foi anunciada, mas em agosto de 2015 as câmeras serão distribuídas para parceiros da Jaunt.
Preço: não divulgado.

NextVR

Numa ponta ainda mais especializada do mercado, temos a NextVR, uma solução desenvolvida para grandes estúdios de cinema e vídeo interessados em criar produções imersivas mais custosas e sofisticadas. A NextVR é uma versão de alta perfomance das câmeras 360° vistas até aqui. Em vez de GoPros, o equipamento agrupa caríssimas Red Dragons. E mais: o equipamento também faz transmissões ao vivo em realidade virtual. Não é à toa que está sendo usada pelo canal americano FoxSports para fazer algumas experimentações em VR.

Disponibilidade: a NextVR já está sendo usada por canais de TV americanos.
Preço: sob consulta.

HypeVR

A HypeVR é outra opção em captação VR em ultrarresolução. O sistema patenteado usa 14 Red Dragons, câmeras de 6k de resolução, montadas numa plataforma capaz de capturar imagens num campo de 360 graus. Mais: a HypeVR é equipada com o scanner Velodyne LIDAR, capaz de capturar por segundo até 700 mil pontos de profundidade numa distância de até 100 metros.

Disponibilidade: no momento só existem protótipos da HypeVR.
Preço: não divulgado.

Giroptic

No espectro das câmeras de baixo custo, vários produtos estão sendo criados e muitos outros surgirão nos próximos anos. Especialistas do mercado de tecnologia acreditam que uma boa fatia do mercado de realidade virtual será ocupada pela produção de vídeos caseiros. Daí temos a pequena Giroptic, que faz vídeos em 360° em full HD e os exporta diretamente para o YouTube. A câmera é à prova d’água e pode ser enroscada em um bocal de lâmpada de luz para fazer imagens do alto.

Disponibilidade: em pré-venda, com entrega marcada para este ano.
Preço: 499 dólares.

Bulb

Outra opção barata é a Bubl, uma câmera robusta do tamanho de uma bola de basebol. A Bubl também vem com um software que poupa o trabalho do usuário de fazer a complicada edição de um vídeo em VR.

Disponibilidade: em pré-venda, com entrega marcada para este ano.
Preço: 799 dólares.

Eye Mirror

Uma alternativa ainda mais barata — e bastante engenhosa — é o Eye Mirror. O dispositivo nada mais é que um espelho convexo que, acoplado a uma câmera, torna possível um campo de visão de 360°. O fabricante oferece diversos acessórios para diferentes câmeras e fins, com preços variados. Além disso, o Eye Mirror também tem seu próprio software de edição VR.

Disponibilidade: produto disponível.
Preço: varia de 19 a 899 dólares, dependendo do acessório.

Leia mais: Realidade virtual: agora é real

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