SOCIEDADE

30M: manifestantes voltam as ruas em defesa da educação pública

Professores e alunos de instituições públicas e privadas se uniram no centro da cidade.

Tom Veiga
LabF5

--

Juliana Lira e Tom Veiga especial para o LabF5

Manifestantes na Avenida Epaminondas (Foto: Camila Barbosa).

Na quarta-feira (30/05) ocorreu o “Segundo dia Nacional de Luta em Defesa da Educação” protesto registrado em 136 cidades de 25 estados que dá continuidade a manifestação realizada anteriormente no dia 15 do mesmo mês. A concentração do protesto em Manaus aconteceu na Praça da Saudade, no bairro Centro, e seguiu até a Praça do Congresso entre discursos e palavras de ordem.

Os cortes de verbas na educação feitos pelo Governo Federal, afetou a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) que teve 38 milhões bloqueados afetando o pagamento de água, luz e telefone da instituição e ameaçando a iniciação científica. O Instituto Federal do Amazonas (IFAM) também sofrerá com o impacto dos cortes pois teve 26 milhões do seu orçamento bloqueados assim como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), que teve 25% da sua verba cortada.

Lucas Pinheiro Presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE) diz que a organização das manifestações em defesa da educação iniciaram a partir da fala do Ministro da Educação, Abraham Weintraub ao apresentar três universidades que teriam seus recursos parcialmente contingenciados, a Universidade Federal Da Bahia (UFBA), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade de Brasília (UnB) nas quais o ministro disse abertamente que são universidades que estão promovendo “balbúrdia” e por isso teriam seus recursos cortados. Após essa fala do ministro os movimentos sociais nacionais começaram organizar as manifestações.

Cartazes feitos pelos estudantes contra os cortes de verbas (Foto: Juliana Lira).

O secretário de Finanças do Sindicato dos Trabalhadores de Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), Cleber Ferreira, ressalta “A educação precisa de mais recursos para alcançarmos as metas do plano nacional da educação, para termos o custo aluno-qualidade, não de cortes. É por isso que estamos nas ruas, estamos defendendo o Brasil que quer educação pública de qualidade. A luta continua”

O ato contou com o projeto Ciência na rua que está na sua terceira edição em Manaus, idealizado para que os universitários pudessem trazer suas pesquisas de extensão e trabalhos acadêmicos para fora da universidade, mostrando para sociedade o que está sendo produzidos pelos acadêmicos dentro das universidades como trabalhos realizados em laboratório de química a exposições e criações realizadas pelos alunos de artes. Priscila Duarte pós-graduanda em química e participante da Associação de Pós-graduandos (APG) da UFAM fala sobre a o projeto ciência na rua “Nós reunimos todos os que têm um trabalho acadêmico e queiram mostrar para sociedade que aqui tem trabalho serio, compromisso cientifico e que tem um retorno direto para a sociedade daquilo que é investido nos estudantes e na educação publica”

Estudantes apresentam suas pesquisas através do Projeto Ciência na rua (Foto: Gabriel Bravo).

Um dos projetos de extensão é o “Leituração, Percepção e Meio ambiente” feito por acadêmicos de Geografia da UFAM e desenvolvido em uma Escola Municipal de Ensino Infantil Geraldo Pinheiro, localizada na Av. Tefé no bairro do japiim. O projeto tem como proposta incentivar as crianças de turmas do 3° e 4° ano do ensino fundamental o habito da leitura através de textos com base no meio ambiente e também trabalhar a percepção em relação ao espaço e a conservação. Lucas Teixeira Campelo, estudante de geografia e um dos desenvolvedores do trabalho, ressalta a importância de seu projeto

“Os pais das crianças sabem que fazemos esse trabalho, mas quem está do outro lado da cidade e não tem acesso a esse projeto não sabe o que fazemos então essa iniciativa de apresentar os projetos que estamos desenvolvendo dentro da universidade é de extrema importância porque tem aplicação na nossa sociedade e vai contribuir para o crescimento de crianças como cidadãos”

Em continuidade aos atos em defesa da educação e do trabalhador, promovidos pelo país, no dia 14 de junho ocorrerá a Greve Geral contra a reforma da providencia.

--

--

Tom Veiga
LabF5
Writer for

Estudante de Comunicação Social — Jornalismo