A música como alternativa para o bem-estar dos universitários
Música universitária é foco do ManiFESTA e mostra que a arte pode ajudar no combate de transtornos psicológicas entre estudantes.
Alessandra Taveira, Ariel Bentes e Jullie Pereira, especial para o LabF5
Cursar uma faculdade requer tempo e dedicação, o que inclui noites em claro, atividades extracurriculares, gastos com materiais e preparo intenso para o mercado de trabalho. Tudo isso implica em abrir mão do convívio social, hobbies, projetos pessoais e tempo para o próprio lazer.
Essas privações cotidianas podem desencadear quadros de estresse, ansiedade ou até mesmo depressão. Em 2017, o site Catraca Livre fez um questionário com cerca de 2 mil estudantes (graduandos e vestibulandos). Destes, 99% afirmaram ter passado por sintomas de estresse e ansiedade por conta da faculdade e 73,5% foram diagnosticados com depressão durante o vestibular e nos últimos semestres do curso.
Apesar da dificuldade em manter o psicológico saudável, alguns estudantes buscam alternativas para o seu bem estar. A música, por exemplo, sempre esteve presente nas universidades, que costuma motivar bandas e artistas.
Desde a pré-história, o ser humano tem a arte como meio de expressão, seja em desenhos nas cavernas, seja observando o som dos pássaros.
No último fim de semana, 14 e 15 de abril, o Festival de Música Universitária — ManiFESTA promoveu um concurso de músicas autorais de bandas compostas por estudantes universitários de Manaus. Os estudantes puderam mostrar suas habilidades e paixão pela arte, além de concorrer a prêmios de 7, 5 e 3mil reais, para as 3 primeiras músicas colocadas. Na primeira noite, 15 músicas de diferentes autores e bandas foram apresentadas para o júri, mas apenas 5 foram selecionadas para a segunda fase. Foram finalistas: Amazônida, Atitude, Desejos em Alguns Acordes, Goiabeira e Paz.
Julia Albook, de 19 anos, estudante de Letras — Língua Inglesa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), participou da primeira noite do Festival e apresentou a música Fool, de sua autoria. Em entrevista à equipe do LabF5, ela disse tentar conciliar seus estudos e gosto por fazer música. “Música é a única coisa que me faz sentir viva de verdade”, declarou. Confira na íntegra:
Também concorrendo no Festival ManiFESTA, Gabriel Assis, estudante de Engenharia Química na Ufam, falou sobre sua experiência com a banda The Barat e a faculdade:
“É difícil conciliar faculdade e banda porque, às vezes, a faculdade te consome muito. Tem gente que fica depressiva. Acho que o envolvimento com a arte ajuda. É como ter um hobby, uma válvula de escape.”
A universidade é, por si só, um ambiente tomado pela inquietação quanto ao futuro. A formação de jovens que estão constantemente apreensivos e nervosos pode vir a ser prejudicial para os adultos do futuro. Maneiras de estabilizar o emocional e o psicológico dos estudantes precisam ser pautas de debates dentro e fora da universidade.
“Das coisas que a humanidade inventou, a música é a mais incrível delas, porque, independente da ideologia e posicionamento político, a música consegue conectar as pessoas através de sentimentos que todo mundo tem, como a tristeza, felicidade… E essa é a parte bonita: poder unir todo mundo”, falou Gabriel.
Sobre o ManiFESTA
O Festival de Música Universitária — ManiFESTA foi uma realização do Terraço Cultural e da ABaracho Produções e Eventos. Aconteceu no Kartódromo da Vila Olímpica de Manaus e, além das apresentações das bandas, o evento contou com atividades esportivas e aulas com profissionais do meio sustentável e ambiental. A entrada custou 1kg de alimento não perecível.
Músicas vencedoras do festival:
1° lugar — Goiabeira, dos compositores Eliseu Costa e Rômulo Augusto;
2° lugar — Paz, da Yasmim Rodrigues;
3° lugar — Lugar de Atitude, de Sol Petrus e Eva Rodrigues.
