Cultura
Dia Nacional do Livro: Conheça cinco livros que falam sobre rios e navegue nessas aventuras.
Os rios têm um grande papel na manutenção da vida, suas águas são um elemento essencial. Apesar disso, é necessário um maior cuidado quando se trata de preservação e conservação dessas fontes naturais. Por isso, separamos alguns livros nos quais os rios são importantes personagens.
Elânny Vlaxio, especial para o LabF5
A leitura é uma das atividades mais prazerosas que podemos proporcionar a pessoas de qualquer idade, sobretudo às crianças. Ler nos permite conhecer outras realidades, obter conhecimento, pensar sobre o mundo que nos cerca. E, quando se fala de rios sabemos que ainda temos muito o que aprender. Pensando nisso, e no dia Nacional do Livro, nós do LabF5 separamos alguns livros que contam histórias vivenciadas nos rios amazônicos e do Brasil.
Os rios têm grande importância no cotidiano e na vida de quem habita as suas margens, representam fonte de vida, de conhecimento e está marcado nas vidas e histórias de cada um deles. Os livros aqui selecionados conduzem os leitores, em suas páginas, por aventuras magníficas nas águas de diversos rios país afora, especialmente amazônicos. De forma lúdica eles mostram o cotidiano dos ribeirinhos que tem nas águas doces sua sobrevivência.
Os livros são voltados para o público infanto-juvenil, mas as suas aventuras são indicadas para leitores de todas as idades.
- Tapajós: uma aventura nas águas da Amazônia
Esverdeada, azulada ou cristalina. São tons de águas claras que compõem a afluente. Nascido no centro-oeste, nos ares de Mato Grosso, o grande rio tem a fama de ser um dos mais bonitos cenários de praias fluviais do mundo, banhando desde a cidade de Santarém até suas águas barrentas se misturarem com as do Rio Amazonas.
Em “Tapajós: uma aventura nas águas da Amazônia” o autor, Fernando Villela, nos leva a navegar em um emaranhado de raízes. Beirando o grande Tapajós, em uma palafita, conhecemos os pequenos irmãos Cauã e Inaê, que vivem num pequeno vilarejo, com os pais e o animalzinho querido pela família, o Jabuti, ou como é chamado, o Titi. É nas margens do Jari, um pequeno canal que liga o rio Amazonas ao Rio Tapajós, que se inicia uma aventura.
“Todo dia a gente acorda bem cedo, toma mingau de banana e, quando ouve de longe o motor do barco do Zé, pega a mochila e corre para a escada. É hora de ir para a escola!
Tchau, pai! Tchau, mãe! Tchau, Titi! — Titi é nosso jabuti.”
Em um barco que lembra a cor laranja, os dois estão a caminho da escola, nos balanços do banzeiro. Chegam ao local que possui uma grande placa escrita “Escola da Floresta”, preparados para mais um dia comum em sala, quando são surpreendidos no meio da aula com um aviso para ir embora, pois uma chuva muito forte estava se aproximando.
Os ribeirinhos começam então a deixar seus lares para se abrigar em um outro lugar, com receio que a chuva alagasse tudo. Foi então que já cercados pela água, Inâe sentiu falta de seu jabuti, e quis voltar para pegá-lo. Mas a mãe da menina não deixou, reparando que já estava tudo inundado. Sem avisar, os irmãos saíram e enfrentaram os mais diversos perigos para resgatar o pequeno Titi.
Tapajós é um livro repleto do cotidiano da vida de zonas ribeirinhas, com cada ilustração nos propondo uma vista diferente, a dança dos botos e pássaros voando entre as árvores que permeiam sobre o rio. Fernando Vilela, faz um convite a todas as pessoas, mas especialmente para as crianças, a explorar o cotidiano e costumes da população ribeirinha do Amazonas, ainda pouco conhecido.
2. Nas Águas do Rio Negro
Com sua nascente em ar colombiano, o rio Negro é considerado um dos maiores do mundo, e é reconhecido pela formação natural de cores das suas águas, um fenômeno onde as águas barrentas do Rio Solimões se misturam com as águas escuras do Rio Negro, com correntezas que percorrem 10km até resultar em uma bela paisagem, nomeada Rio Amazonas, onde o autor viajou e resolveu relatar parte de suas experiências neste livro.
Drauzio Varella é conhecido por ser um grande médico e pesquisador, ao longo de sua vida fez inúmeras viagens para a região, seja por cidades ou vilarejos, em busca de pesquisas sobre a biodiversidade do local. A história do livro inicia com um médico a bordo de um barco, tendo em mente apenas um destino: Escola da Natureza. Só não imaginava que em meio a expedição iria cochilar e se perder do seu destino. Percebendo que não estava mais na companhia de seus colegas, o médico resolve então descer do barco, e, é então que começa uma aventura pelas águas do Rio Negro, a partir daí, vivendo diversas experiências e aventuras, conhecendo os seres mitológicos que ali vivem, como por exemplo, o curupira, a mula sem cabeça e o boto cor- de –rosa.
Com ilustrações de Odilon Moraes, “Nas águas do rio Negro” é um livro de literatura infantil que permeia entre capítulos com histórias sobre tradições, costumes, onde podemos conhecer uma pouco da região Amazônica como uma história a ser contada, não apenas por um lado didático.
3. A história das crianças que plantaram um rio
Entre tantos outros o rio é um dos elementos essenciais para a vida, de lá é fornecido a água para o abastecimento da sociedade, sendo também um grande gerador de energia para diversos locais. No Brasil é onde se encontra maior parte da água doce do mundo (12%) que é constituída em rios e lagos.
Permeando em uma literatura regional, o livro fruto de um encontro do autor com uma criança, apresenta diferentes representações do rio para com os moradores, sendo mais do que água, revelando ser rico na geração de vida e de renda para os ribeirinhos que ali estão. A história com ilustrações entre relatos e fantasias, é sobre um menino e a sua avó. Assim como tantos outros garotos, o menino faz do rio o seu amigo, que brinca e conversa. E a sua avó o acompanha com histórias que o fazem entender sobre aquele lugar.
“Há mundos que os olhos é que ouvem, dizia a minha avó.”
O livro Infanto-juvenil é de Daniel da Rocha Leite e ilustrado por Maciste Costa, a narrativa é explorada entre alguns aspectos da cultura que se misturam entre crenças, a rotina da vida ribeirinha, gerando uma reflexão sobre o que é a realidade e o que é o sonho.
4. Os rios morrem de sede
Os rios têm um papel de grande significado para além do consumo de água humano, como também para o funcionamento correto do ecossistema, que envolve também os animais. Muito se sabe sobre a importância da preservação dos cursos de águas, mas a prática para a recuperação e os cuidados com eles tem sido deixado de lado, desencadeando assim, uma maior preocupação com o crescimento da poluição e o futuro dos rios.
Lançado em 2018, o livro é uma história narrada por um pai e seu filho que sonham em reviver uma aventura, passados 40 anos. Acompanhando pelo pai, o garoto era levado para pescarias, o destino escolhido era o Rio das Velhas, em Sabará, um lugar especial para o pai, que também era frequentando por parentes de seu pai. Era memorável um rio limpo onde as comunidades utilizavam do mesmo, agora, o rio se encontra destruído. Motivo maior para o pai levar o filho, Bumba, para essa viagem em regaste a sua memória.
A obra traz a ideia de passado e presente que pode ser vivenciada por qualquer ser humano, trazendo um estímulo ao pensamento voltado para a responsabilidade com o meio ambiente, além disso, apresenta questões como a deterioração urbana.
5. O rio dos jacarés
Escrito por Gustavo Roldán, “o rio dos jacarés” conta a história de um réptil que está descansando nas águas onde vive, enquanto seus companheiros estão tomando sol. Até que são surpreendidos com a chegada de um homem em meio ao matagal, vestido com um terno laranja, o homem diz ter comprado o rio. E os jacarés sem entender a situação. A obra é indicada principalmente para crianças, com a finalidade de propor reflexões sobre questões ambientais e direitos dos animais.
Depois de conhecer um pouco de cada livro, vem a melhor parte: a leitura. Reúna os pequenos, e os grandinhos, entre nesse barco e boa viagem.
