Gênero na cultura é tema de conversa entre pesquisadores
por João Marcelo, especial para o Lab F5
O Encontro de Pesquisadores “Gênero e Cultura” foi apresentado pela professora Flávia Lages, da Universidade Federal Fluminense, nesta quarta (9) na sede do Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas (CAUA), dentro das atividades do IV Encontro Brasileiro de Pesquisa em Cultura (EBPC). Na ocasião, Lages discorreu sobre o papel das construções de gênero na estruturação da cultura de uma sociedade.
“Sendo algo não singular, mas sim parte de uma visão plural, a cultura se beneficia do papel da discussão de gênero tanto quanto se beneficia de fatores como o étnico ou geográfico”.
Quando questionada quanto a uma relutância para o debate sobre gênero nas escolas, a professora declarou que há uma “relutância artificial”:
“Quem fabrica essa relutância já promove uma ideia de gênero: impondo, reforçando e naturalizando papéis sociais a partir do gênero”.
O Encontro de Pesquisadores aprofundou-se nestas questões, com foco na análise crítica da influência destes papéis naturalizados de gênero sobre diversas áreas do conhecimento e na construção do indivíduo e explanando algumas visões de gênero como o sentido binário biológico e a teoria Queer de teóricos como Judith Butler, Eve Kosofsky Segdwick, Michael Warper e Guacira Lopes Louro.
Convidada pela organização do EBPC, Flávia Lages é professora adjunta do Departamento de Arte da Universidade Federal Fluminense e coordenadora do Observatório de Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro. Possui graduação em História pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Mestrado em História Social e Doutorado em Sociologia e Direito — ambos pela Universidade Federal Fluminense.
Sobre o EBPC
O IV Encontro Brasileiro de Pesquisa em Cultura (IV EBPC) reúne pesquisadores de todas as regiões do País com o intuito de debater o campo da pesquisa em cultura em seus diversos aspectos, além de oferecer a troca de conhecimentos entre os participantes. O encontro também permite a construção de redes de pesquisa e colaborações que se articulam em âmbito nacional. Conta com a realização da Universidade Federal do Amazonas, através da Pró-reitoria de Inovação Tecnológica (Protec) e o Ministério da Cultura.
