SOCIEDADE

‘II Workshop Cunhantã Digital’ discute o papel das mulheres na tecnologia

Evento busca incentiva-las a conhecerem a área de tecnologia.

Tom Veiga
LabF5

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Tom Veiga e Anne Karoline, especial para o LabF5

Equipe responsável pelo Workshop Cunhantã Digital (Foto: Camila Barbosa)

O II Workshop Cunhantã Digital ocorreu nos dias 18, em Itacoatiara, 19 e 20 de Março, no Teatro Manauara em Manaus, e reuniu diferentes faixas etárias para tratar sobre Tecnologia e, principalmente a participação das mulheres nessa área. Em sua segunda edição, o workshop contou com palestras (Cunhã-Panel), mesa-redonda (Cunhã-Talks), exposições (Cunhã-Expo), Painéis (Cunhã-Panel), Abertura (Cunhã-Opening), Coffee-Break (Cunhã-Break), Oficinas (Cunhã-Make) e Mentorias (Cunhã-Share).

O evento é parte do projeto Cunhantã Digital, que tem como objetivo estimular o aumento do quantitativo feminino na área de exatas com foco em tecnologia e computação. Iniciado em 2015, o projeto começou com o SciTech Girls, evento de programação voltado para o público feminino e que, inspirada e em parceria com o projeto Meninas Digitais, se adaptou para a região norte como Cunhantã Digital, promovendo ações diversificadas como ofertas de minicursos e oficinas; treinamento de equipes femininas para olimpíadas e maratonas de computação, entre outros.

“O que a gente tenta é não perder talentos. Tem mulheres que possuem vocação clara para área de tecnologia, porém elas não a seguem por muitos motivos, e entre eles principalmente a predominância masculina. Nosso objetivo é despertar atenção para que elas possam seguir carreira e se tornarem profissionais realizadas.” comenta Tanara Lauschner, umas das criadoras do projeto e coordenadora do evento.

Participantes assistem à palestras (Foto: Camila Barbosa)

Um censo feito pelo governo dos Estados Unidos mostra apenas 25% das vagas do segmento TI em seu território são ocupadas por mulheres. Se tratando do mercado brasileiro, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, apenas 20% dos profissionais que atuam no mercado de TI são mulheres e uma pesquisa realizada pelo Catho, um site brasileiro de classificados de empregos, no período entre janeiro e fevereiro de 2018, mostra que 51% das mulheres afirmam ter sofrido discriminação em seu ambiente de trabalho por causa de gênero.

“É difícil quebrar esse estereotipo que impõem, todo dia é um desafio, as pessoas vão ter alguma avaliação. E isso não é exclusivo das mulheres, acontece de as mulheres sofrerem mais por ser uma área predominantemente masculina e graças a isso acabam recebendo tarefas que não receberiam se fossem homens, e as vezes eles próprios nem percebem. E é por isso que eventos como esse são importantes, e por isso também é importante trazer o público masculino para que eles percebam como determinadas atitudes são nocivas.”

Questionada sobre o tema, a estudante Vitoria Cavalcante, de 16 anos, que estava presente no evento, comentou que ainda não tem certeza se seguirá na área da tecnologia. Ela contou que, em sua escola, as meninas são mais interessadas nas aulas de robótica do que os meninos e que elas são maioria nos grupos que desenvolvem os projetos. Para ela, as mulheres devem ser encorajadas a cursar a área de tecnologia e eventos como o workshop as ajudam a não reprimir quem elas desejam ser.

Juliana Cunha foi umas da palestrantes no evento (Foto: Camila Barbosa)

Já para Everton Souza, estudante de Ciências da Computação, é muito visível a diferença entre o número de estudantes do gênero masculino para o feminino e que essa diferença é ainda mais acentuada com a desistência das mulheres do curso que, segundo ele, acabam buscando outras áreas como biológicas e humanas.

Ainda sobre a relação entre os homens e as mulheres, ele fala: “A grande maioria da turma busca ajudar, porém sempre existem aqueles que desmotivam e criticam, e infelizmente reações negativas tendem a ser levadas mais a sério que as positivas.”

Para Tanara, as mulheres não devem sentir culpa, elas devem se empoderar: “As mulheres são tão competentes quantos os homens, não estamos tentando provar que somos melhores e sim que somos iguais a eles.”

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Tom Veiga
LabF5
Writer for

Estudante de Comunicação Social — Jornalismo