Obrigade, UXConfBR!

Leonardo Fonseca
Labbs
Published in
2 min readMay 23, 2017

Sou um cara cis. Ok, isso não interessa a ninguém, mas já explico: é que até dia desses eu vivia meio que numa bolha, alheio à realidade das pessoas não binárias. E Thomas Castro me fez lembrar muito disso em sua palestra Breaking the CIStem: Design para inclusão e diversidade de gênero na UXConfBR, que ocorreu agora em maio em Porto Alegre — RS.

Mais do que isso, lembrou também da responsabilidade em desenharmos soluções que tragam uma boa experiência para as pessoas. Para todas as pessoas.

Não entendeu? Vamos lá: vivemos em um mundo cisnormativo, onde quase tudo que existe é feito para pessoas cis, ou seja, pessoas que se identificam com o gênero do qual foram designadas ao nascer. Acontece que há também pessoas trans binárias e não binárias. A primeira se encaixa dentro do binarismo de gênero (feminino ou masculino) no entanto, elas não se identificam com o gênero do qual foram designadas ao nascer. Já a segunda, as pessoas não binárias, elas não se identificam nem com masculino nem com feminino ou pessoas que se identificam com os dois, e assim por diante.

Não, não quero entrar no mérito da sexualidade das pessoas, tampouco a minha opinião sobre isso muda o fato de que elas existam e que devam ser consideradas nas soluções que desenho, até porque a realidade observada não muda com a minha (ou com a sua) opinião — como bem falou a Sofia Ferres, em seu talk In their shoes: como superar bloqueios de um time aos dados trazidos de um campo etnográfico, também nesta edição da UXConfBR (que aliás, foi incrível) — isso é uma questão de profissionalismo.

Thomas ainda trouxe pra gente exemplos de formulários e dicas de interação para incluir o público não binário, como a redução do uso de artigos, de pronomes (melhor usar o nome mesmo), opções para informar o nome social e o pronome de tratamento preferido (masculino, feminino ou não binário), bem como o que outros grandes players (Facebook, etc) estão fazendo no mercado.

Por tudo isso e muito mais, obrigado, UxConfBR! Ou como diria Thomas, obrigade!

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