De A a ZINT: o universo do entretenimento dentro de uma revista

Gabriele Álvares
LabCon / UFMG
Published in
18 min readDec 3, 2018

Conheça a Revista Digital que é feita pelo trabalho colaborativo de mais de 50 jovens

(Foto: Reprodução ZINT)

Por Érica Santos, Gabriela Arcas, Gabriele Álvares e Helder Alves*

*Estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Uma revista digital mensal que traz informações sobre o universo da cultura e do entretenimento. Essa é a proposta da ZINT, com um detalhe a mais: conteúdos trabalhados de forma ampla, imagens chamativas, hiperlinks, vídeo, playlists. Tudo construído pelas mãos de 50 colabs, que juntos planejam, escrevem e fazem toda diagramação para dar vida à revista.

A ZINT traz para o público colunas, críticas, curiosidades sobre filmes, séries, livros, músicas e jogos. Hoje, já são 18 edições da revista e mais de 300 matérias produzidas. O conteúdo está disponível gratuitamente na plataforma Issuu, ferramenta de postagem de conteúdo digital. Além disso, o leitor pode acompanhar as matérias através do site oficial da revista e das redes sociais, como Facebook, Twitter e Instagram.

(Foto: Divulgação ZINT)

A ZINT já conta com cerca de 15 mil leitores por mês acompanhando a revista, principalmente na faixa etária entre 18 e 24 anos. Segundo um dos criadores da revista, o freelancer Vitor Monteiro, mais conhecido como Vics, o conteúdo diversificado é um dos pontos-chave para conseguir atrair o público, já que as edições trazem conteúdos dos mais diversos: Mulher Maravilha, Os Incríveis, Grey’s Anatomy, Lady Gaga, Pablo Vittar, Vingadores ou Zeca Pagodinho.

Todo dia 30 do mês, sai uma nova edição da revista. Normalmente, cada edição traz uma média de 100 páginas para você mergulhar no mundo do entretenimento através de textos atrativos e informações mais aprofundadas, complementadas por imagens e vídeos.

Há ainda conteúdos autorais exclusivos e fixos. O primeiro é a seção do “Dicionário”, um guia de entretenimento que acompanha todas as edições. Nele há sempre três termos do universo do entretenimento com a descrição do significado e aplicação do termo. Também há um “Calendário Cultural”, que o público fica por dentro das datas de lançamentos de filmes, séries, álbuns, jogos ou livros no mês. E, por último, as playlists incorporadas em algumas matérias. Elas podem ser de autoria do redator ou então incorporada de plataformas de música como o Spotify ou Deezer. Normalmente, possuem entre seis e 10 músicas do artista ou relacionadas ao tema da matéria. “Já tivemos playlists para comemorar 10 anos de carreira de Lady Gaga, para marcar o aniversário da Madonna e até em homenagem aos 300 episódios de Grey’s Anatomy, com as músicas mais famosas da trilha sonora da série”, conta Vics.

E como isso aparece na revista?

A ZINT é uma revista que conta com uma estrutura variada, com diversas possibilidades e recursos, além de se valer de diferentes multimídias. Tem uma composição que mescla texto, imagem, vídeos, músicas e links.

Edição 17 da ZINT: outubro de 2018 (Foto: Reprodução ZINT)

A décima sétima edição da revista, lançada em outubro, traz o Halloween como tema. A série “O mundo sombrio de Sabrina” ganhou a capa justamente pela sua relação com a temática.

(Foto: Reprodução ZINT)

Logo no início, aparece a agenda cultural, que apresenta todos os lançamentos na área do entretenimento: cinema, música, televisão, documentário, livro. É um recurso utilizado para atualizar o leitor sobre as novidades que estão por vir.

(Foto: Reprodução ZINT)

Em seguida, temos um guia do entretenimento, com a explicação de alguns termos que aparecem na revista e permitem contextualizar o leitor sobre os assuntos que serão abordados ao longo da edição. Como a própria explicação na página da revista já diz, nem todo mundo conhece os termos que são recorrentes no mundo do entretenimento. O dicionário é então uma forma de atrair um público novo e mantê-lo por perto, mantendo assim o interesse na revista.

(Foto: Reprodução ZINT)

Os conteúdos na revista também são divididos por temáticas. Na 17ª edição da ZINT as séries predominam. Mas há espaço também para o mundo da música e, claro, as movimentações no cinema.

(Foto: Reprodução ZINT)

Mas como funciona a ZINT?

Você deve estar se perguntando como isso tudo funciona, não é mesmo? O processo se dá através de um grupo no Whatsapp, no qual acontece toda a organização da ZINT. Os idealizadores do projeto, João Dicker e Vics, propõem uma reunião de pauta no início do mês. Nesse momento, todos os colaboradores sugerem pautas de acordo com seu interesse e disponibilidade para escrever.

“O redator possui liberdade para falar do que ele gosta e deseja. Dificilmente vetamos uma pauta, em alguns casos acontece apenas um redirecionamento do conteúdo para edições futuras, aproveitando algum gancho de data comemorativa ou de chegada de novidades do assunto”, diz Vics.

A reunião do grupo inicia-se com as discussões acerca das pautas do mês. Os colabs expõem os assuntos sobre os quais desejam falar, e organizam quem vai fazer o quê. Essa parte da reunião é primordial para que não haja assuntos repetidos, o que poderia acontecer com pautas mais quentes, como os filmes Nasce uma Estrela e a segunda parte de Animais Fantásticos, que estrearam em novembro. Por isso, vimos que é essencial que a reunião de pauta aconteça no grupo, coletivamente, para que todos definam sobre o que vão escrever sem correr o risco de haver assuntos repetidos. Cheios de iniciativa, o grupo rapidamente escolhe os temas que vão ser trabalhados na edição da revista e, logo após, o Vics manda uma mensagem com o roteiro final.

(Foto: Reprodução grupo ZINT)

Após o momento de definição das pautas, Vics e João Dicker lançam o prazo para que os colabs mandem as matérias, o que eles chamam de deadline, que costuma ser até o meio do mês, próximo do dia 15, 16 ou 17.

(Foto: Reprodução grupo ZINT)

Além do deadline, são divulgadas algumas regras ao longo da reunião. Por exemplo, uma colab, no mês de novembro, pediu para escrever sobre a série The Good Place, que passa na Netflix. Porém, a série foi barrada porque a temporada da série que está no ar atualmente ainda não chegou ao final. Ou seja, somente é possível produzir matéria sobre uma série ao final de cada temporada. Em outra ocasião, uma colab sugeriu escrever matéria sobre o álbum Thriller do cantor Michael Jackson, que fez 36 anos no mesmo mês. Essa pauta também foi barrada, e foi explicado que é mais interessante publicar matérias em anos múltiplos de 5. Ou seja, quando o álbum fizer 40 anos, aí sim renderá uma matéria. Desse modo, foi possível entender que há uma liberdade muito grande para sugestão de pautas e que a maioria delas são adotadas pelo grupo, mas, por outro lado, a revista também conta com algumas regrinhas que ajudam a marcar a personalidade própria da revista.

Na reunião, além do prazo e das pautas, ainda há divulgação de avisos gerais, boas vindas ao novatos, entre outras informações.

(Foto: Reprodução grupo ZINT)

Após o vencimento do deadline, João Dicker, Vics e mais uma equipe se dividem para fazer a revisão dos textos e a diagramação. Depois de duas semanas (e também de muito empenho) a nova edição da ZINT fica pronta e é divulgada no site. Os colabs são avisados da publicação no grupo e o clima que predomina é de gratidão e orgulho pelo trabalho.

(Foto: Reprodução grupo ZINT)

A liberdade na produção de conteúdo é um atrativo para os colaboradores. Bruna Curi, de 21 anos, é estudante de jornalismo e redatora assídua na revista — na comemoração de 1 ano da ZINT, recebeu o prêmio de colaborador com mais publicações, totalizando 32 matérias. Ela destaca a importância do diálogo e abertura com a qual a revista é tratada:

“Se tem uma coisa que eu amo na ZINT é a liberdade em relação às pautas. É muito difícil o Vics ou o João barrarem algo. Eles sempre ajudam a ajustar as pautas e contribuem com dicas. O grupo é um ambiente de diálogo espaço livre e organizado para debater as ideias. O Vics sempre faz uma lista organizando o que cada um vai escrever, o que evita de alguém sugerir temas repetidos”.

(Foto: Reprodução ZINT)

Após esse processo de sugestão e debate, define-se quais assuntos farão parte da edição e, em seguida, uma deadline é estabelecida para os redatores. Na parte de produção, os textos variam de tamanho de acordo com a importância e desenvolvimento do tema, seguindo sempre um número par de páginas — detalhe essencial para diagramação. Logo, o material é entregue em uma pasta compartilhada do Google Drive, já com as imagens e conteúdos midiáticos que o autor deseja utilizar . A seguir, a edição de todos os textos é feita inicialmente por Dicker.

“Ele faz a leitura e alterações necessárias no texto. Esse material não volta para o autor, segue direto para diagramação. Caso o redator deseje um feedback do seu texto, fazemos isso posteriormente numa conversa privada no WhatsApp”, comenta Vics.

Com os textos revisados, a equipe de diagramação, formada por Vics e outros quatros colaboradores, inicia seu trabalho. “Não utilizamos um layout pago. A cada edição planejamos e buscamos aprimorar os layouts”, comenta Vics. Uma das partes mais importantes nesse processo é a escolha da capa do mês. Essa definição é feita com base em datas comemorativas, temáticas relevantes no período ou temas mais marcantes.

“A primeira edição, por exemplo, teve como capa uma matéria sobre a Mulher Maravilha devido ao lançamento do filme, já que era a primeira vez que a personagem aparecia no cinema. Dentro de uma semana todo o conteúdo é diagramado e passa por uma revisão final. Por fim, é publicado na plataforma Issuu nos dias 30 ou 31 de cada mês. Optamos pela revista digital nessa plataforma por ela permitir a publicação dos conteúdos multimídias de forma gratuita. A versão impressa gera custos e impossibilita a inclusão de links, vídeos, playlists. Mas, acabei imprimindo uma cópia da primeira edição para ter como lembrança”, conta Vics.

(Foto: Gabriele Álvares)

Ao longo do mês, as redes sociais, gerenciadas por Vics, são alimentadas diariamente com uma das matérias da edição do mês. “Quando o número de dias é maior que o número de matérias da edição, há um resgate de conteúdos de outras edições para não ficarmos sem post”, revela Vics. O Facebook, Instagram e o Twitter são fundamentais para divulgação da ZINT, já que grande parte dos leitores tomam conhecimento da revista através das redes.

Todo esse trabalho, as matérias e as edições são resultado de um trabalho colaborativo. “No início, colocamos cartazes convidando para escrever para ZINT no prédio de Comunicação da PUC-MG, faculdade que eu e o Dicker formamos. Nos surpreendemos com a procura de pessoas interessadas em participar do projeto de forma voluntárias”. Atualmente, essa equipe é formada por estudantes da área de comunicação, jornalistas e designers. Segundo Vics, o trabalho é totalmente colaborativo, já que momento algum ele ou o Dicker, como responsáveis pelo projeto, vão atrás de um colab para solicitar um conteúdo.

Hoje são cerca de 56 colaboradores da revista. A maioria é de Minas Gerais, mas também há escritores de outros estados com formação em curso ou formado nas áreas de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Cinema, Design e Fotografia. Todo processo de produção e participação é feito de forma online e independente, já que cada colaborador produz o conteúdo dentro do seu tempo,direto de casa e compartilha através da internet.

Para os colaboradores, o projeto é uma oportunidade de produzir portfólio, desenvolver a qualidade do trabalho e lidar com assuntos ligados diretamente com seus interesses, como conta a colaboradora Bruna Curi:

“Eu colaboro para a ZINT há um ano, e posso considerar esse trabalho como uma experiência bastante positiva na minha vida. Por mais que eu não receba dinheiro em troca, sinto que é uma forma de aprendizado e de tornar meu nome conhecido no mercado. Em termos profissionais, isso foi um fator decisivo para eu passar no meu atual estágio (O Estado de Minas), uma vez que participar de um trabalho voluntário foi diferencial na minha seleção. Já no aspecto pessoal, eu me senti muito orgulhosa quando a Tatá Werneck leu a crítica que eu escrevi do programa dela, o Lady Night (guardo print desse momento). E também teve a ocasião em que o Gregório e a equipe do Greg News me agradeceram pela crítica que eu fiz sobre a segunda temporada do programa dele (também tenho print disso). Como uma grande fã da Tatá e do Gregório isso não tem preço pra mim, foi algo muito emocionante!”

(Foto: Reprodução Instagram)
(Foto: Reprodução Instagram/Vics)

Com o resultado das edições, observa-se que tanto o produto final quanto o modelo de produção são positivos. A diferença está no modo de trabalho, desenvolvido totalmente através da mediação de dispositivos tecnológicos e da internet. Além disso, é uma nova alternativa para atuação dos profissionais de comunicação, como já observa os autores Fígaro e Nonato, em um artigo de 2017 na Revista Comunicação e Cultura, da Bahia:

Os jornalistas participantes desses ‘arranjos econômicos’ alternativos apropriam-se das tecnologias digitais da comunicação para atuar em coletivos organizados horizontalmente, em busca de independência dos grandes grupos de comunicação. Apostam em um modelo de jornalismo sem fins lucrativos para manterem a autonomia. (…) Além do financiamento coletivo, a produção coletiva de jornalismo também tem atraído atenção de profissionais em busca de novas alternativas. Baseados no colaborativismo, ou criação colaborativa, os coletivos de jornalistas propõem a produção de conteúdo de forma colaborativa e horizontal. Segundo Malini e Antoun (2013, p.115), já existem diversas experiências, “que atuam de forma independente através de modelo aberto (sem a presença de jornalistas profissionais) ou híbrido (usuários e jornalistas profissionais), inventando um conjunto de novas práticas para a produção noticiosa”. (Figaro, Nonato, 2017, p.55)

Já o formato traz um “quê” de inovador com o recurso transmídia e sua estética, assunto já notado por estudiosos da área de comunicação, como bem pontuado pelos pesquisadores Natansohn e Cunha (2010, p.153), da Universidade Federal de Juiz de Fora, no artigo “Revistas brasileiras online em plataformas móveis”:

Revistas existem para serem olhadas, vistas, tocadas, “sentidas”, mais do que lidas. A leitura destas em telas menores não pode fugir daquilo que as diferencia: a beleza e o prazer do consumo estético. Usabilidade e beleza devem ir juntas nas interfaces de sites de revistas online, pois importa mais ver do que ler.

Conheça mais sobre a vida de colab!

Conversamos com duas colaboradoras sobre como é fazer parte da ZINT. Confira o relato de cada uma:

Bruna Curi, 21 anos, estudante de jornalismo

(Foto: Reprodução Instagram)

“Na ZINT eu trabalho como colaboradora de texto e, normalmente, escrevo matérias sobre filmes, séries, livros e música. Sempre na hora de escolher um assunto eu tento pensar em algo que eu gosto, mas que seja relevante, pois não adianta nada pegar uma pauta que não tem nenhum interesse ou que está “velha”. E um grande desafio para mim é tentar encontrar um modo de tornar o assunto mais interessante, de ir além do fator noticioso. Por exemplo, a última matéria que eu escrevi foi sobre Egypt Station, o novo álbum do Paul McCartney. Eu poderia muito bem só ter feito uma crítica do álbum, analisado algumas músicas, mas decidi ir além e escrevi sobre o show que ele realizou em Nova York em comemoração ao lançamento do álbum, e sobre o álbum de músicas que ele lançou no Spotify. Eu fiz o mesmo com a matéria dos 20 anos do filme Titanic (ela saiu em dezembro). Seria mais cômodo apenas ter falado do filme, fazer uma breve crítica, e falado que estava completando 20 anos. Mas eu tentei ir além, escrevi sobre as dificuldades que James Cameron teve para gravar o filme, falei sobre o acidente que aconteceu e ainda fiz a comparação fatos x ficção. Então, sempre que possível eu gosto de tentar aprofundar uma matéria, de ir além do fator noticioso. Não é sempre que dá pra fazer isso, mas se existe uma possibilidade, por que não fazer? Tenho um compromisso de sempre tentar escrever pelo menos um texto por mês, afinal de contas isso depende da minha disponibilidade. Independente de receber ou não, eu vejo isso como um trabalho assim como qualquer outro, então sempre gosto de manter a responsabilidade de escrever e mandar respeitando o prazo do deadline. Normalmente, eu sempre passo as duas primeiras semanas de cada mês me dedicando e trabalhando nas matérias que eu prometi fazer. Não gosto de deixar nada para a última hora, então sempre tento escrever com antecedência. Além disso, sempre tento ficar antenada com assuntos que podem render boas pautas através de pesquisas diárias.”

Déborah Almeida, 20 anos, trabalha com assessoria de imprensa

(Foto: Reprodução Instagram)

“Eu fiz somente matérias escritas, mas tem a opção de colaborar com diagramação, ensaios fotográficos e desenhos também. Já fiz de álbuns de música, filmes, séries e um de reality show. No início de cada mês fazemos a reunião de pauta no grupo, mas normalmente eu já tenho uma ideia do que vou escrever. Como a revista é mensal, o interessante é escrever sobre coisas referentes àquele mês, então se eu já sei de alguma estreia ou lançamento, já sei que farei sobre o assunto. O maior desafio é conciliar com todas as coisas da vida, faculdade, estágio, etc. Mas como é bem legal escrever, a gente acaba dando um jeitinho. Normalmente tiro algum dia do final de semana para fazer, e depois outro para revisar. Caso eu precise de ver uma série toda para escrever, acabo gastando mais tempo.”

Como tudo começou?

O pontapé inicial da ZINT foi no ano de 2017. A revista já era um sonho de Vics que, antes de cursar jornalismo, já possuía um blog e interesse pela área de cultura e entretenimento. As principais referências para o desenvolvimento do projeto, foram as revistas Rolling Stones e a Billboard — veículos que mesclam notícias e matérias dos jornalistas e seus editores.

Já cursando Jornalismo, Vics percebeu uma lacuna na cobertura de conteúdos culturais e de entretenimento. Isso alimentou a ideia da revista e, após uma conversa com o colega de sala, João Dicker, que hoje é assessor de imprensa, o projeto começou a sair do papel. Após colar cartazes nos prédios da faculdade, divulgando o início da revista e a necessidade de colaboradores, principalmente para a diagramação, muitas pessoas também abraçaram esse sonho e se tornaram colaboradoras do projeto.

“Enxergo o projeto como algo inovador, que se diferencia dos meios de comunicação que já conhecemos. A ZINT veio pra suprir uma área que está em falta no mercado. Muitas vezes você encontra jornais e revistas que falam sobre cultura, mas encontrar algo que fale especificamente sobre isso no Brasil, são poucos.”, comenta com orgulho a colab Bruna.

Com o surgimento dos colaboradores, a revista ganhou forma e segue crescendo, lançando novas edições e conquistando novos leitores. Hoje, os idealizadores possuem tarefas distintas na produção da revista: João na edição dos textos e Vics com as mídias sociais, diagramação e fechamento da revista.

(Foto: Divulgação ZINT)

Analytics

Por ser uma revista digital, é necessário que seus criadores acompanham e façam uma análise detalhada dos dados de acesso, impressões, curtidas e engajamento que o público alvo tem com o conteúdo. Logo, os criadores conseguem extraí-los direto da plataforma Issuu e também do Google Analytics.

Esses dados são importantes para planejamento, acompanhamento dos públicos e futuras possibilidades de prospecção de apoio, anúncio ou patrocínio. Desde a criação da revista, de acordo com os dados retirados na plataforma Issuu, são mais de 15 mil leitores diretos na plataforma.

Além disso, a ferramenta do Google Analytics permite acompanhar o tráfego de dados no site. Por questões de organização, tem pouco tempo que a plataforma foi incorporada ao site. Dessa forma, os dados compilados são a partir do mês de junho. De acordo com as estatísticas, desde junho até o presente momento, o site possui quase 10 mil usuários, com variações ao longo de cada mês.

Dentre esses usuários, é possível mapear os conteúdos mais acessados. Por isso, nesse caso notamos que a matéria mais lida na história do site foi sobre a série “O Fim do Reinado”, com quase 3 mil visualizações. Com acesso a esses tipos de dados, é possível que os idealizadores tracem um planejamento estratégico e, quem sabe, futuramente, concretizem seus planos de rentabilidade para o trabalho.

Mas… Por que ZINT?

A inspiração para o nome da revista veio da soma de duas palavras do inglês: entertainment (entretenimento) + magazine (revista). O logotipo inicial da revista foi feita adotando uma fonte específica, definida a partir de testes. Após um ano utilizando o mesmo padrão, a fonte foi mudada e permanece a mesma até hoje. A capa é simples com o nome ZINT, a imagem e o número da edição. A intenção é seguir uma linha mais minimalista e mais limpa, com menos informações para não causar desconforto visual.

(Foto: Reprodução ZINT)

Futuro

Até o momento, a revista não possui nenhum tipo de monetização, patrocínio ou propaganda. Mesmo com as novidades trazidas pela internet, muitos veículos de comunicação precisam enfrentar o dilema da monetização dos conteúdos, inclusive a ZINT. A dificuldade de tornar a revista rentável passa também pelo formato e tipo de conteúdo, já que os anúncios ficariam dentro da revista ou site, o que geralmente não é interessante para os anunciantes, porque não há garantia de que os leitores irão percorrer todas as páginas.

A primeira tentativa de parceria foi através de um contato com a PUC-MG, porém o projeto não foi de interesse da instituição. Mesmo assim, os líderes do projeto estão em busca de tornar a revista rentável e, futuramente, viver dela. Vics destaca que pretende insistir nas parcerias com as faculdades de BH ou parcerias de publicidade e deseja, futuramente, remunerar os colaboradores pelo seu trabalho. “É uma forma de valorização. Já que, sem colaboradores, não temos revista”, diz Vics. Assim, enquanto a parceria não acontece, a ZINT se mantém como uma revista independente. “Em julho de 2018, completamos 1 ano de ZINT. Para celebrar e reconhecer o trabalho de todos, fizemos uma festa de comemoração com premiação para o colab mais participativo e também para quem a matéria mais acessada”, conta Vics.

Essa festa foi uma forma de agradecer aos colaboradores pelo empenho e dedicação nesse primeiro ano da revista. A festa foi interna, apenas para os colabs e como uma confraternização entre os participantes que ajudaram a construir a revista. Por meio de votação, ficou decidido a data, 19 de maio de 2018, e cada um levou sua bebida e contribuiu com 20 reais para comprarem uma pizza. Na época, o grupo somava 40 pessoas, e, para a festa, 20 confirmaram presença. No final das contas, compareceram em torno de 13 pessoas no salão de festas do prédio em que João Dicker mora, que foi o local combinado para o evento. Vics e João agradeceram o trabalho de todos na revista e distribuíram lembrancinhas que continham doces, bombons, um aromatizante de ambiente na cor amarela (por conta da revista), e um cartão pessoal escrito a mão agradecendo cada um pessoalmente.

Além das lembrancinhas, ainda houve uma premiação com cinco categorias: Melhor Matéria, Melhor Diagramação, Melhor Ensaio Fotográfico, Matéria Mais Clicada No Site, Maior Número de Colaborações. Qualquer colab do grupo pôde se inscrever e votar. Para os ganhadores, foi designado um Prêmio ZINTERS, que foi de acordo com os gostos pessoais do vencedor.

(Foto: Divulgação ZINT)

Dentre os prêmios houve livro, filme, colecionável do BB-8 (que é um personagem de Star Wars), e baldinho de pipoca. Ao final da premiação, houve um discurso dos criadores e depois o grupo continuou a comemoração, que durou cerca de 5 horas. Para o fim do ano, o grupo está organizando outra festa, mas desta vez, será mais simples. Eles preferem deixar essa celebração mais intensa para o aniversário da ZINT em julho.

A revista ZINT, além deste trabalho, foi entrevistada pela equipe da TV Horizonte. A reportagem foi ao ar no canal da emissora (19/30 digital, e 22 na NET), na terça (dia 27/11/18). Confira abaixo na íntegra:

Esta reportagem foi produzida na disciplina Projetos B2 do curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFMG (prof. Carlos d’Andréa). Para ver outras reportagens sobre projetos jornalísticos sediados em Belo Horizonte, visite a publicação LabCon/UFMG (https://medium.com/labcon-ufmg)

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