Como impulsionar a participação das mulheres na política?
Segundo o IBGE, no Brasil existem mais mulheres do que homens. Em 2022, 48,9% dos brasileiros eram homens e 51,1% eram mulheres. Entre as pessoas com até 24 anos de idade, os homens são a maioria. No grupo de 25 a 29 anos, a proporção de homens e mulheres era similar. A partir dos 30 anos, as mulheres são mais numerosas do que eles. Acima dos 60 anos essa diferença cresce ainda mais.
Comparativamente, na última eleição, o número de deputadas federais aumentou para 91, o que equivale a 17,7% das 513 vagas parlamentares da Câmara dos Deputados. Este número, apesar de ter crescido 18% em relação à Legislatura anterior (77), ainda é baixo, se comparado à distribuição da população do Brasil.
Evidências científicas
O Observatório Nacional da Mulher na Política (ONMP) surgiu em 2021 pela necessidade de impulsionamento da participação feminina na política, ano em que houve ampla discussão no Parlamento sobre a violência política, vivenciada pelas mulheres desde o século passado. “Enxergou-se a necessidade de buscar evidências científicas para trabalhar a legislação, políticas públicas, proteção para elas, enfrentamento às violências sofridas por elas e acompanhamento das ações afirmativas existentes em lei para aumentar a participação da mulher na política”, explica Ana Cláudia Oliveira, coordenadora do ONMP.
Na página do ONMP é possível encontrar informações sobre o funcionamento, composição e atuação, bem como publicações sobre o tema da participação política feminina.
Há ainda um sistema de monitoramento sobre mulheres e eleições, que permite acompanhar e analisar dados como gênero, cor, raça, idade, entre outros, a partir de dados abertos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É voltado para pesquisadores, profissionais das Ciências Sociais e Políticas, jornalistas, assessores, consultores e classe política. Inclui dados atualizados desde as eleições de 2002.
Conversamos com Ana Cláudia, coordenadora do ONMP, e com Marcus Chevitarese, cientista de dados na Câmara, no LabTalks 60, sobre o monitoramento da participação da mulher na política com ciência de dados.
Nos últimos 30 anos, as ações afirmativas têm evoluído aos poucos. Para fiscalizar e monitorar esse movimento, o Observatório tem um papel importantíssimo, permitindo que não só os tribunais e a academia fiscalizem essas ações, mas também a sociedade. É um trabalho que precisa de constante e crescente evolução.
E se a sociedade pudesse participar da construção de outras visualizações relacionadas ao tema a partir dos dados disponíveis?