Criando a logo do LabHacker

Hackers do LAB
LABHacker
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4 min readJan 12, 2015

Nossa identidade visual precisava demonstrar que o Laboratório Hacker estava em um espaço formal, institucional, mas com o papel de dialogar e internalizar uma cooperação com a cultura e com o espírito Hacker. No improvisão mesmo — logo no início das nossas atividades — fiz um logotipo que juntava uma fonte não-comercial, elegante e com um nome bem adequado: neuropolitical. Juntando com uma outra letra mais orgânica, a ideia foi explorar o contraste esses dois aspectos, no seguinte resultado:

Chegamos a usá-la mas os problemas não tardaram a surgir. Identificação fraca — pra não dizer nula — com a Câmara. Dificuldade de inserir o nome “Câmara dos Deputados”. Não era algo muito memóravel. Pouco versátil. O negócio era mesmo chegar em algo mais visual mesmo e menos tipográfico. Algo que remetesse à Câmara. A arquitetura de Niemeyer está aí para influenciar na logomarca da TV Câmara e também da própria Câmara. Ok…arquitetura é uma referência para o mundo da instituição. Mas e o mundo Hacker?

Comecei então a fazer pesquisa por referências visuais para Hacker. O que achei na Internet eram imagens que reforçavam (ou poderiam evocar ) o sentido equivocado de Hacker como criminoso (saiba mais o que quero dizer com isso). Em outras imagens, havia símbolos fortes, muito associados a ativismo Hacker, como os dos piratas e da máscara de Guy Fawkes, mas cuja apropriação visual pela instituição poderia ser mal interpretada (Uma usurpação? )

De toda a simbologia associada a Hackers, a mais adequada ao caráter de colaboração e diálogo que o LabHacker deseja fomentar era o do Glider:

O símbolo, proposto por Eric S. Raymond, remete ao Jogo da Vida que surgiu na década de 70 e tem regras simples de cooperação que levam a um desenvolvimento de sistemas e de padrões complexos inesperados (como na cultura Hacker, onde a colaboração entre os membros levam a resultados surpreendentes). Um dos componentes do jogo, o Glider foi escolhido pela simplicidade visual, bem apropriado para um símbolo. Com o enquadramento certo da arquitetura da Câmara, a cúpula e o prédio podiam ser fundidos com os elementos do símbolo Hacker. O resultado, então, foi este:

A escolha do verde não foi ao acaso. Está presente nas outro logomarcas ligadas à Câmara, além de ser uma cor marcante devido ao Salão Verde (que dá acesso ao Plenário). Essa logomarca durou um pouco mais de tempo.

No segundo semestre de 2013, nossa equipe recebeu o reforço de mais gente e dentre eles o nosso colega, designer multi-tarefas, o João Dreyer. Agregando seu conhecimento, já chegou implicando com a marca que fiz (de maneira diplomática, sendo justo). O grande problema, para o meu colega, é que a logo não era suficientemente simples. A imagem da Câmara não era versátil para se utilizar em tamanhos distintos ou em fundos variados. Foi difícil desapegar, mas ele tinha razão. Após alguns estudos dele, muita conversa e tentativas, nossa logo final ficou assim:

Ao invés de se ter a cúpula sobreposta nos quadrados de baixo, ela se tornou o próprio elemento, fusão das referências da Câmara e do símbolo Hacker, com apenas três elementos geométricos simples. Também curtimos bastante a proposta dele do verde sair da cor mais institucional e adquirir uma tonalidade mais vibrante, mais contemporânea (algo que remete à uma estética eletrônica). A simplificação também permite que a logomarca seja usada em fundos de cores distintas, a exemplo do uso no vídeo sobre o último Hackathon:

E você? Curtiu a nossa logo? Conte pra gente o que você achou!

Texto escrito por: Diego Cunha

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