Dados Abertos 2.0

Hackers do LAB
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3 min readDec 26, 2014

No início do ano, em meio a tantos acontecimentos dentro do Laboratório, tivemos um avanço interessante na Câmara: o projeto Dados Abertos 2.0. Esse projeto, é claro, tem tudo a ver com o Laboratório Hacker e toda a comunidade hacker. Em resumo, foi um experimento para explorar novas tecnologias, mais modernas, para o desenvolvimento e a disponibilização dos dados abertos, e, também, propor uma governança dos dados abertos. Ou seja, não foi apenas um projeto no nível técnico: estavam em discussão os processos para a liberação de novos dados, para o recebimento de demandas de melhorias e para a elaboração do Plano de Dados Abertos (continue lendo para entender o que é isso!). O projeto começou com a assinatura do termo de abertura pelo nosso Diretor-Geral. Fizemos algumas reuniões antes da assinatura apenas para definir o escopo do projeto, e a partir do momento que foi assinado, pudemos colocar a mão na massa! A equipe ficou super diversificada: Centro de Informática (CENIN), Assessoria de Projetos e Gestão (APROGE), Assessoria Técnica (ATEC), Laboratório Hacker (LabHacker, a gente!), Secretaria de Comunicação (SECOM), Centro de Documentação e Informação (CEDI)… A sopa de letrinhas é extensa, mas foi verdadeiramente um esforço conjunto de diversas áreas em prol de um objetivo em comum: aumentar a transparência. No cronograma ficou definido que terminaríamos ainda em 2014, e o prazo foi cumprido! Nas primeiras reuniões, discutimos bastante os processos. Chamamos alguns colegas do INDA (Infraestrutura Nacional de Dados Abertos–os caras são feras no assunto e nos ajudaram a tomar várias decisões!) e percebemos uma coisa: um Plano de Dados Abertos é importantíssimo. Esse plano será elaborado e renovado de tempos em tempos (uma vez por ano, por exemplo). A ideia dele é organizar os processos de publicação dos dados, com cronogramas, prazos, responsabilidades… Quer entender melhor? Dê uma olhada nesse exemplo do MPOG (Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão). Aliás, o próprio INDA publicou um Manual para a elaboração de Plano de Dados Abertos. Mas é claro que esse processo não pode ser feito à moda antiga. Muito pelo contrário: você poderá participar, pois será redigido colaborativamente com a sociedade. O próprio manual do INDA, inclusive, frisa a importância disso. Com relação à parte técnica, optamos por fazer o piloto com base em um data warehouse de proposições legislativas. Caso você já tenha usado os dados abertos da Câmara, pode ter percebido que já existem dados de proposições em formato aberto. Mas por usar fontes novas, conseguimos agregar informações valiosíssimas, tais como a data em que a lei foi sancionada e informações de indexação das proposições (são tags que classificam os projetos; os do Marco Civil, por exemplo, são: “Internet”, “direitos”, “garantia”, “usuário”, “fornecimento”, “conexão”, “tráfego”, “dados”, “responsabilidade”, “danos”, “conteúdo”, “atuação”, “Poder Público”). Esses dados de indexação são bem mais específicos do que os dados de macrotemas, liberados também esse ano. Tivemos dois desenvolvedores (um do Laboratório Hacker e um do Centro de Informática) para desenvolver um protótipo na plataforma CKAN. Essa plataforma foi escolhida por ser open-source, por ser usada em diversos outros órgãos nacionais e internacionais e, claro, por ser uma ótima plataforma para concentrar os dados abertos. Veja o protótipo, já com os dados do piloto:

O protótipo do CKAN infelizmente ainda não está disponibilizado publicamente, mas os dados estáticos podem ser acessados na página de dados abertos atual. Além da criação do protótipo do CKAN, foi criado um protótipo da nova API de dados abertos, em que cada vez mais filtros serão disponibilizados a fim de facilitar cada vez mais a vida dos desenvolvedores que trabalham com os dados abertos da Câmara dos Deputados. Agora é essencial formalizarmos os aspectos de governança que foram discutidos, pois é isso que garante a continuidade das evoluções nessa frente. O objetivo é termos uma norma, que vem na forma de um Ato da Mesa (ou seja, aprovado pelos membros da Mesa Diretora da Câmara). Esse Ato deverá consolidar, em linhas gerais, os aspectos mais importantes do que foi discutido. Fique ligado! 2015 promete ser um ano positivo para a transparência na Câmara. E você é nosso convidado especial a participar desse processo!

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