Desafios do LABHacker
para 2023
O LABHacker, laboratório de inovação da Câmara dos Deputados, é um importante espaço para a promoção da participação cidadã e o desenvolvimento de soluções tecnológicas — e não tecnológicas -, que auxiliem no trabalho do Legislativo, especialmente no seu relacionamento com a sociedade. Com o início de um novo ano e retomados os trabalhos legislativos, é importante refletir agora sobre os desafios que o LABHacker enfrentará em 2023.
O primeiro desafio do LABHacker será manter-se atualizado e adaptar-se às mudanças tecnológicas. A cada dia surgem novas ferramentas e tecnologias que podem ser utilizadas para aprimorar os serviços oferecidos pelo Legislativo, e é fundamental que o LABHacker esteja sempre atento a essas novidades e tenha a capacidade de incorporá-las em seus projetos.
Só para citar um exemplo, o recentemente lançado e já amplamente conhecido ChatGPT levanta inúmeras possibilidades em todas as áreas e não pode deixar de ser considerado por aqui também. Esse caso do ChatGPT, inclusive, é útil também para refletirmos sobre um segundo desafio a ser enfrentado não só pelo LABHacker, mas pela Câmara dos Deputados e outros órgãos públicos: a necessidade de tornar a implementação de projetos inovadores mais ágil.
Isso não tem a ver somente com o nível da cultura de inovação instalada em uma instituição, mas também com o apetite dessa mesma corporação em não apenas prospectar, mas colocar em prática as ideias inovadoras. É claro que acompanhar a rapidez da inovação de ponta das big techs talvez seja um moinho de vento que só sonhos mais quixotescos de alguns servidores sejam capazes de cogitar. Mas é importante sim considerar modelos mais céleres de implementação de projetos inovadores, evitando que eles se tornem obsoletos antes mesmo de serem experimentados na prática.
Aqui no nosso quintal, o ChatGPT ilustra bem essa questão porque nos fazer olhar com outros olhos para um projeto que desenvolvemos em 2019, focado em bots para a interação parlamentar-cidadão, no estilo de um “assistente virtual” do legislativo, o Mescuta. Poucos tempo depois, o projeto segue como uma boa ideia, mas a lógica por trás dela já não faz mais tanto sentido na era do ChatGPT: por que teríamos um trabalho hercúleo para treinar chatbots se hoje podemos utilizar inteligência artificial?
Considerar modelos mais céleres para implementação de projetos inovadores, portanto, nos parece ser uma questão cada vez mais urgente. Caso contrário, projetos inovadores correm o sério risco de tornarem-se obsoletos antes mesmo de serem incorporados pela burocracia, perdendo-se a rica oportunidade de as instituições promoverem aprimoramentos de seus processos em várias fases, ao invés de bruscamente, com todas as dificuldades e riscos que isso carrega.
Outro desafio importante é a promoção da participação cidadã. A Câmara dos Deputados tem como um de seus objetivos envolver a sociedade na construção de soluções para os problemas do País, e para isso é fundamental que haja um esforço contínuo na criação de espaços de diálogo e participação. Por isso, é importante que o LABHacker continue explorando a sua vocação de inovar em canais de comunicação modernos e acessíveis para que as pessoas possam contribuir com suas observações a respeito dos grandes temas nacionais. Na ideação dessas soluções, a colaboração dos cidadãos tem sido historicamente um farol que guia a trajetória do LABHacker, iluminando o caminho para que as soluções criadas sejam verdadeiramente úteis e relevantes para a sociedade e isso precisa continuar sendo a norma.
No âmbito desse terceiro desafio, é fundamental também reforçar e ampliar a colaboração entre as diferentes áreas da Câmara dos Deputados, uma vez que o trabalho do LABHacker é interdisciplinar e envolve diversos setores desta Casa legislativa — como a área técnica, de comunicação, de participação cidadã e de tecnologia. O trabalho colaborativo entre esses diversos setores funciona como uma corda forte que une diferentes áreas, guiando-nos na mesma direção, como uma equipe de marinheiros trabalhando juntos para içar as velas de um navio. Nesse processo, reforça-se a tão salutar cultura de integração entre essas áreas, para que seja possível alcançar os melhores resultados e soluções.
Todos esses três desafios se relacionam com um objetivo que perseguimos com muito afinco, todos os anos: manter a relevância e a efetividade dos projetos de inovação na Câmara dos Deputados. Para nós é fundamental que as soluções desenvolvidas pelo LABHacker estejam alinhadas com as demandas da sociedade e com as necessidades do Legislativo, e que sejam capazes de gerar resultados concretos e mensuráveis. Para isso, é importante que sejamos capazes de investir na avaliação e monitoramento dos projetos desenvolvidos, de modo a tornar possível identificar pontos de melhoria e garantir a qualidade e a efetividade das soluções. Acreditamos que esses dois fatores, relevância e a efetividade dos projetos desenvolvidos, são como as velas que impulsionam o navio da inovação em direção ao seu destino. É importante, portanto, que essas velas estejam sempre bem ajustadas e alinhadas com o vento, para que o navio possa navegar com segurança e velocidade rumo ao sucesso.
O LABHacker enfrentará desafios importantes em 2023, que vão desde a adaptação às mudanças tecnológicas até a promoção da participação cidadã e a ampliação da colaboração entre as diferentes áreas da Câmara dos Deputados. Para superar esses desafios, é fundamental que mantenhamos uma postura aberta e colaborativa e que invistamos em avaliação, transparência e integração de processos e projetos.
