A primeira vez do Ballet Estatal de São Petersburgo no gelo no Brasil

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3 min readApr 18, 2018

Foram necessárias cinco toneladas de gelo, e 48 horas de preparação, para criar o palco de 148 m² em cada cidade.

Por Marina Verenicz

Divulgação/ Ballet Estatal de São Petersburgo

O Ballet Estatal de São Petersburgo no gelo encantou os fãs de todas as idades na sua primeira passagem pelo Brasil. As apresentações aconteceram no mês de abril nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

A companhia tradicional russa, apresentou uma versão da história da Bela Adormecida que contava com o esplendor da dança clássica, misturada com giros e piruetas sob o gelo. É o primeiro balé no gelo do mundo. A história é apresentada de forma sutil e com graciosidade mesmo utilizando patins.

Foram necessárias cinco toneladas de gelo, e 48 horas de preparação, para criar o palco de 148 m² em cada cidade. Para ser mantida, a pista de gelo é permanentemente conectada a um sistema de resfriamento complexo e a uma usina de alta tensão para fornecer as condições técnicas necessárias para o desempenho dos bailarinos.

Embora a estrutura do gelo não permitisse cenários grandiosos, o espetáculo se destaca pela precisão dos movimentos e pelas cores e brilhos do figurino. O primeiro ato conta precisamente a história da Bela Adormecida. O segundo se dedica a demonstrações técnicas e manobras de tirar o fôlego da plateia. No dia que o LabJor FAAP compareceu à apresentação, a lotação da plateia não chegava à metade.

Игорь Климович

O balé faz parte da história e da cultura russa desde 1773, ano de inauguração do Ballet Bolshoi, a Companhia do Grande Teatro Acadêmico para Ópera e Ballet de Moscou. À época, o grupo de bailarinos era formado por meninos e meninas carentes e cidadãos de outras etnias, como sérvios.

O bale surgiu na França e na Itália, e na Rússia se desenvolveu uma escola técnica e um estilo próprios, resultado da união e modificação das duas origens.

A organização, os métodos de ensino e o treinamento severo fazem parte da cultura russa e, junto com o temperamento do povo russo, como a rigidez dos modos, e a riquíssima tradição de danças populares, produziram desde o século 18 um balé que conquistou os olhares do mundo.

Foi no século 19 que a Rússia ganhou seu maior compositor, Tchaikovsky. “O Lago dos Cisnes”, foi seu primeiro balé e teve sua estreia no teatro Bolshoi em Moscou no ano de 1895. “A Bela Adormecida”, o “Quebra Nozes” e a “Quarta Sinfonia” são algumas de suas composições mais conhecidas e reproduzidas inúmeras vezes.

O balé é uma das portas pelas quais enxergamos o mundo russo. Exportados por mecenas, maravilhou o mundo inteiro e revelou estrelas talentosas como Nijinski, Tamara Karsavina, Olga Spesivtzeva, Natalia Dubrovska, Adolf Bolm, Aleksandra Danilova, Serge Lifar, Léonide Massine, Stravinski, Glazunov Tcherepnine, Rimski Korsakov, Benois, Bakst, Korovin, Serov, Gontcharova e muitos outros.

Marina Verenicz é advogada, estudante do curso de jornalismo na FAAP e editora da segunda edição do LabJor FAAP.

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