Brasil enfrenta Rússia e Alemanha em últimos amistosos antes da Copa

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6 min readMar 21, 2018

Seleção brasileira se reúne pela primeira vez em 2018 com novidades na equipe

Por Diego Bonetti, João Pedro Torres e Victória Morais

Neymar e Gabriel Jesus, a esperança de gols do ataque brasileiro / Foto: Reprodução Twitter / CBF

Os testes finais para a Copa do Mundo estão carregados de fortes emoções e expectativas já que o primeiro confronto ocorrerá em Moscou, nessa sexta-feira, dia 23, às 13h, horário de Brasília, no estádio Luzhniki.

A seleção brasileira já se encontra em território russo para compromissos importantes. Com a lista final quase fechada, a equipe brasileira tem novidades no grupo. Anderson Talisca, meia do Besiktas (TUR), e Ismaily, lateral esquerdo do Shakhtar Donetsk (UCR), foram lembrados pela primeira vez pelo técnico Tite. Vale lembrar que Neymar se recupera de cirurgia no pé esquerdo e foi deixado de fora da lista.

Esta publicação pretende trazer o melhor dos dois duelos — além deste, o segundo ocorrerá na Alemanha, dia 27 — , e sobretudo, contextualizar quem são nossos últimos adversários antes do Mundial. Amarre a chuteira e vamos para cima.

O estádio que abrigará o primeiro amistoso da Seleção brasileira tem muita história para contar. Inaugurado oficialmente em 1956 como símbolo da ambição do socialismo no esporte, e uma vez chamado de Estádio Central Lenin (a estátua do ditador ainda se encontra na entrada principal), o Luzhniki recebeu a abertura dos Jogos Olímpicos de 1980.

O evento ficou marcado por registrar o maior boicote da história olímpica, quando a influência da política no esporte chegou a seu ponto mais alto e decisivo. No final de 1979, como protesto contra à invasão soviética do Afeganistão, o presidente norte-americano Jimmy Carter anunciou o boicote de sua nação aos Jogos Olímpicos de Moscou no ano seguinte, convocando seus aliados pelo mundo a darem o mesmo exemplo; 69 países seguiram o caminho dos Estados Unidos e não participaram dos jogos sediados pelos soviéticos.

O tempo passou, a ditadura deu lugar à democracia e o modernismo bateu na porta da Rússia. A antiga arena necessitava de inovação. E claro, o governo russo não hesitou em colocar a mão no bolso para promover uma significativa reforma. A nova arena foi completamente remodelada ao custo de R$ 1,46 bilhão aos cofres públicos para atender, ao já conhecido, padrão FIFA.

Estátua de Lenin, localizada na entrada do Estádio Luzhniki / Foto: GazetaPress

O estádio é uma espécie de “Maracanã” russo e sempre foi considerado a casa da seleção local. A nova arena tem capacidade para receber até 81 mil torcedores em uma área de mais de 200 hectares. A construção não ficou restrita ao espaço para o campo de jogo. Uma calçada de três quilômetros já é utilizada como área de lazer para os moradores. Estão sendo construídas 24 instalações esportivas para a Copa: três campos de treinamento, mais um centro de imprensa e 56 mil metros quadrados de complexo para esportes aquáticos, além de um projeto para um grande centro de tênis no local.

Estádio Luzhniki, palco da final da Copa de 2018 / Foto: GazetaPress

Com tanta infraestrutura, modernidade e investimento no palco da abertura e final da Copa do Mundo, a seleção brasileira espera manter seu ótimo retrospecto. Os comandados de Tite se classificaram com folga nas Eliminatórias Sul-Americanas e chegam para o duelo com moral elevada.

O mesmo não se pode dizer dos donos da casa. Por ser o país que sediará a Copa de 2018, os russos tiveram passe livre nas Eliminatórias Europeias. No entanto, as recentes apresentações não inspiram confiança em seus torcedores. Os últimos resultados da anfitriã da Copa de 2018 não é nada satisfatório. Nos últimos cinco jogos, a seleção russa conquistou apenas uma vitória em amistoso contra a Coréia do Sul, em novembro do ano passado. Empates com Espanha e Irã, e derrotas contra Argentina e México, precedem o embate contra a seleção brasileira na próxima sexta-feira (23).

Engana-se quem pensa que só de russos é formado o esquadrão de Stanislav Cherchesov, treinador russo. A exemplo de outras seleções, jogadores naturalizados também fazem parte da equipe, inclusive brasileiros. Mas estes não foram lembrados pelo comandante.

A ausência do lateral Mário Fernandes era esperada, já que o brasileiro se encontra lesionado e ficará mais cinco semanas afastado dos gramados. Ele, entretanto, parece ser nome certo na lista final para Copa.

A expectativa era pela presença do goleiro Guilherme Marinato, que esteve presente na Copa das Confederações. No entanto, o jogador do Lokomotiv Moscou, líder do Campeonato Russo, foi deixado de fora da lista para o amistoso contra a seleção brasileira.

Mário Fernandes e Guilherme Marinato, brasileiros que vestem a camisa russa

Além do Brasil, a Rússia enfrenta a França, no dia 27 de março em São Petersburgo. Os brasileiros seguirão pela Europa, e no mesmo dia terão pela frente a seleção alemã, em jogo a ser realizado em Berlim, marcado para 15h45, horário brasileiro.

Os guerreiros brasileiros marcharão de cabeça erguida na busca para reconquistar a confiança de seu povo após o duelo que ferveu o coração dos brasileiros com o placar arrebatador do 7 a 1.

Andre Schurle comemora o sétimo gol marcado pela Alemanha na Copa de 2014 / Foto: Reprodução Twitter / Globoesporte

A Alemanha não era vista com temor pelos brasileiros antes da acachapante derrota na última Copa. Foi justamente contra os alemães que o Brasil venceu seu último Mundial, em 2002, no Japão. Agora, o algoz brasileiro é visto de outra forma.

A reportagem conversou com Michel Bastos, atleta do Palmeiras e jogador da Seleção brasileira na Copa de 2010. O jogador ressalta que após quatro anos, a pesada derrota sofrida por nossa seleção era inimaginada e ainda reverbera em nosso futebol:

Já para Alexandre Praetzel, jornalista esportivo que cobriu três Copas do Mundo, em entrevista ao LabJor FAAP, o revés sofrido para os alemães era esperado e foi a crônica de uma morte anunciada:

Enquanto por aqui há um sentimento de revanche, pelos lados dos atuais campeões não passará de um amistoso protocolar. O confronto marca o reencontro das duas seleções após o fatídico 8 de julho de 2014. Será a chance de derrubar o gigante que nos nocauteou na Copa passada. O pedido vem do técnico Tite, que deseja enfrentar equipes de peso antes do Mundial.

Os alemães são os atuais campeões e parecem estar em plena forma para buscar o bicampeonato em 2018. A Seleção germânica foi a líder em seu grupo nas Eliminatórias Europeias com 100% de aproveitamento e acumula 33 partidas de invencibilidade, sendo 16 triunfos consecutivos. Só na atual edição das Eliminatórias, a Alemanha conquistou dez vitórias — cinco em casa e cinco fora — em dez partidas.

A equipe de Joachim Löw não sabe o que é perder há quase dois anos. A última derrota da seleção alemã ocorreu em 7 de julho de 2016, quando saiu derrotada pela França na semifinal da Eurocopa.

Michel Bastos, que vivenciou a atmosfera de uma Copa do Mundo, acredita que o Brasil enfrentará dificuldades diante dos próximos amistosos, mas enxerga a equipe brasileira em plenas condições em sair vitoriosa nos últimos compromissos antes da Copa:

Se Tite deseja um teste de fogo, alemães e russos prometem cumprir à risca seu papel.

Esta matéria abre a nova edição do LabJor FAAP, que terá a Rússia como tema central. Ao longo dos próximos meses, uma série de publicações irão abordar o país sede da próxima Copa sob a perspectiva do esporte, cultura e política.

Diego Bonetti é publicitário, estudante do curso de Jornalismo na FAAP e editor de esportes do LabJor FAAP.

Victória Morais é estudante do curso de Jornalismo na FAAP e repórter do LabJor FAAP.

João Pedro Torres é estudante do curso de Publicidade na FAAP e repórter do LabJor FAAP.

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