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CRÔNICA: COMO UMA TRILOGIA FEZ EU ME APAIXONAR POR ROMANCES E FÓRMULA-1

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6 min readAug 27, 2021

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Sabrina Antoun

“Antonela o tinha tirado de seu eixo e lhe dado um propósito. Talvez fosse aquilo que acontecesse quando se achava a sua pessoa certa. E a sua era Antonela, tinha absoluta certeza” (‘Você’, de Nathalia Oliveira)

Entre tantas características que fascinam na literatura, uma delas está no poder que alguns escritores possuem de captar experiências amorosas e desmembrá-las em quantos parágrafos, páginas, diálogos e capítulos forem necessários. Assim, certas obras passam a resultar em deliciosos romances que são consumidos como refeição ansiada na mesa de pessoas comuns.

Confesso que nunca fui muito fã da leitura — o que acaba se tornando um problema porque não faço jus à minha própria profissão —, porém, quando conheço algum livro e ele chama a minha atenção de alguma forma, eu sinto a necessidade de gritar para o mundo inteiro conhecê-lo. Acho que todo mundo, né?

A escritora Nathalia Oliveira. Foto: Nathalia Oliveira

Nathalia Oliveira é a autora da história de amor de Christopher e Antonela que me inspirou a escrever esta crônica. Estilista por formação, mas escritora por paixão, na adolescência Nathalia era o “terror da professora de redação”, como ela própria se define. Fã de carteirinha do piloto Fernando Alonso (contém ironia) e de romances clichês, inimiga de processos de escrita e com uma imaginação tão fértil que eu me pergunto como ela ainda não se tornou jornalista, essa paulistana de 26 anos conta que a inspiração para os personagens não-perfeitos que adora escrever surge no meio do banho, nos sonhos, no caminho da faculdade até sua casa.

Talvez você esteja se perguntando por que eu escolhi justamente Nathalia e sua trilogia Saga Velocidade para falar sobre amor contemporâneo na literatura. Eu poderia escolher filmes, livros e histórias diferentes, mas essa obra tem um toque especial que, particularmente, não consegui enxergar em nenhum outro livro de romance nos últimos tempos.

Todo mundo já se apaixonou, se iludiu, foi traído ou traiu na vida. Já amou, já sofreu, já se encontrou e também já se perdeu. Afinal, a vida é assim. Os personagens principais da Saga Velocidade — inspirados no romance do piloto Ayrton Senna e da então modelo Adriane Galisteu — passam pelos mesmos problemas que alguém na vida real. Nathalia traz as qualidades e os defeitos de cada personagem — literalmente de todos — fugindo da personificação perfeita e imbatível. Eu me apaixonei por essa obra por ela abordar situações que realmente acontecem na vida: pessoas se casam por interesse, às vezes só o amor não é o suficiente e somos sujeitos a passar por situações que jamais imaginaríamos. A riqueza dos livros está em mostrar a cada leitor problemas sociais, familiares e pessoais que existem em qualquer pessoa do mundo.

Conheci a Saga Velocidade por um perfil do Instagram que comecei a seguir durante as férias. Não sabia que histórias de romance fictícias — e até mesmo reais — podem acontecer dentro de um esporte tão particular quanto a Fórmula 1. Mas preciso confessar que, agora que eu descobri esse universo, eu nunca mais quero sair dele.

Eu nunca fui de acompanhar ou praticar qualquer tipo de esporte porque:

1) Sou um desastre

2) Não tenho paciência

Mas agora me pego acordando cedo todas as sextas-feiras para assistir ao treino livre da Fórmula 1, aos sábados ao treino classificatório e aos domingos, à corrida em si. E tudo isso por causa de um livro — ou três.

Capas da trilogia ‘Saga Velocidade’, de Nathalia Oliveira. Fotos: Reprodução

O romance de Nathalia Oliveira conta a história de dois jovens que se apaixonam apesar de suas diferenças sociais, econômicas e aa maneira oposta de enxergar o mundo em volta. Um enredo parecido ao que encontramos entre Darcy e Elizabeth, personagens de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen (1775–1817), porém mais moderno e mais veloz. Antonela odeia carros, Christopher é piloto. Ela queria apenas trilhar um caminho de sucesso como modelo, divertir-se com a melhor amiga e dar uma vida tranquila para sua mãe e sua avó. Ele queria curtir a vida, ganhar mais uma corrida e não se apaixonar. Os dois se conhecem num fim de semana do Grande Prêmio do México.

— Robert, olha aquela garota ali — o piloto apontou para a modelo discretamente e Robert olhou, dando um sorriso ao perceber a clara segunda intenção de Christopher.

Ao olhar para a modelo, teve que concordar com o bom gosto de Christopher. Ela era realmente muito bonita, embora o que mais chamasse a atenção fosse a postura impaciente.

— Parece estar brava, com certeza deve torcer pelo Guzman.

— Será?

— Vai me dizer que gostou dela? — perguntou, segurando o riso.

Christopher olhou para a garota novamente e a encarou. Mesmo de longe, conseguia ver claramente o corpo curvilíneo, percebendo que aquele uniforme também não deixava muito para a imaginação. A pele clara contrastava com o cabelo longo e escuro. Havia algo bem interessante no rosto delicado dela, contrapondo com o corpo de tirar o fôlego. (‘Você’, de Nathalia Oliveira)

O final vocês já imaginam qual é, não? Em três livros, bons e maus momentos e dois mundos distintos, eles constroem um amor a 300 km/h.

As palavras “extraordinário” e “cativante” são as que melhor definem a trilogia inteira. A cada livro, uma nova lição é ensinada. Sobre o amor romântico, a importância da família e da amizade e, principalmente, sobre “lutarmos por nossos sonhos e não nos envergonharmos do nosso passado”, como a própria Antonela diz.

A realidade da pandemia, que infelizmente continua assolando o mundo e fazendo com que sejamos diariamente bombardeados com notícias fatigantes, nos convida a querer mergulhar de cabeça na ficção dos romances. Mas o toque especial da trilogia Saga Velocidade, cujos livros foram batizados de Você, Nós e Eles, cabe a Nathalia Oliveira. A escritora tem o dom de inspirar, nos fazer mergulhar de cabeça em de cada história e se sentir coadjuvante assistindo a tudo aquilo. Você chora, ri, briga, chora mais um pouco, decide que precisa fazer terapia e, no fim, você só quer arrumar um piloto de Fórmula 1 para chamar de seu.

Brincadeira.

Ou não.

O livro entrou para minha lista de favoritos, dorme na cabeceira da minha cama e é minha indicação certa para quem quer ler uma ótima história de romance com muito, muito, muito amor envolvido.

Quase me esqueci de uma parte muito importante dessa história: Nathalia virou minha amiga depois de eu encher o saco dela mandando mensagens pelo Instagram. Acho que essa é talvez a vantagem da pandemia: conhecer e poder conversar com pessoas que você admira. A cada surto meu de um lado da tela, ela surtava mais ainda do outro. Eu então a convidei ela para um bate-papo delicioso no canal do YouTube do LabJor FAAP. Falamos sobre tudo isso e mais um pouco. A íntegra você pode curtir clicando no botão abaixo:

No fim do dia, eu virei fã do Max Verstappen, acho que vou me casar com o Charles Leclerc e faço parte de um grupo de leitoras também apaixonadas pelo livro e pela Fórmula 1. Ah, quero ser pedida em casamento em Mônaco, é claro — mas essa parte vocês vão precisar comprar a trilogia para entender.

E tudo isso por causa de um livro — ou três.

SERVIÇO

Escrita por Nathalia Oliveira e editada de maneira independente, a trilogia ‘Saga Velocidade’ é composta pelos e-books ‘Você’, ‘Nós’, ‘Eles’. R$ 7,99 (Kindle) no site da Amazon.

Sabrina Antoun é estudante de Jornalismo da FAAP

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