TCCs 2022

Diário de Abu Dhabi: Cinco dias acompanhando testes das Fórmulas 1 e 2

Como são os bastidores do autódromo de Yas Marina e das provas de pós-temporada da elite do automobilismo

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Giovanna Conti

Um autódromo construído em torno de uma marina artificial e de um luxuoso hotel cinco estrelas. Altas temperaturas, beirando os 30 graus todos os dias no asfalto quente do deserto. Equipes de várias partes do mundo. Esse foi o cenário que encontrei ao chegar ao Circuito de Yas Marina localizado em Abu Dhabi. Desembarquei na capital dos Emirados Árabes Unidos numa segunda-feira de novembro e na terça já estava na pista acompanhando o treino do piloto brasileiro Pietro Fittipaldi na equipe Haas.

Pista de Yas Marina e o Hotel W, em Abu Dhabi. Foto: Giovanna Conti

Além de receber a última etapa de Fórmula 1 do ano, Yas Marina também é palco dos testes pós-temporada. As provas duram o dia todo, das 9h às 18h.

Você que não conhece os testes de pós-temporada deve estar se perguntando sobre o que se trata isso afinal. Aqui a explicação: a Fórmula 1 realiza os testes pós-temporada religiosamente no final do ano e cada equipe costuma disponibilizar dois carros — um para um piloto experiente e outro para um jovem piloto que tenha disputado menos de duas corridas.

Durante os testes, cada equipe possui um objetivo diferente, mas todas têm de testar os novos pneus da Pirelli que serão incorporados na próxima temporada — no caso, 2023.

Carro da Alfa Romeu na pista durante os testes de pós-temporada da F1. Foto: Giovanna Conti

Na manhã de domingo, 20 de novembro, eu estava em casa, no Brasil, assistindo à última corrida que encerraria a movimentada temporada 2022 da Fórmula 1. Só não sabia que horas mais tarde estaria voando para Dubai, rumo a Abu Dhabi e prestes a conhecer aquela pista incrível que vira na televisão horas antes. Meu voo de 14 horas de duração decolou do Aeroporto de Cumbica à 1h25. A decisão de ir aos Emirados Árabes acompanhar os testes de pós-temporada de Pietro Fitti paldi surgiu como uma possibilidade e no fim do dia virou realidade. Aos 26 anos, ele atua como piloto reserva e de testes da Haas.

Fã de automobilismo, eu sempre sonhei com o dia em que conseguiria estar dentro dos boxes de um autódromo vendo os carro saírem para pista. Mas a realidade foi ainda mais especial do que já havia imaginado: acompanhar como assessora de imprensa treinos de Fórmula 1 numa pista que sempre tive vontade de conhecer tornou a experiência mais especial e única.

Pietro Fittipaldi saindo para pista com o carro a Haas nos testes de pós-temporada. Foto: Giovanna Conti

Um dia inteiro de testes é longo e intenso. Foram várias saídas do Pietro Fittipaldi para a pista e ele passou a maior parte do tempo guiando o VF-22, da Haas. Sua performance e seu feedback para o time deixaram a equipe muito satisfeita.

É curioso observar como os profissionais se comportam e cumpre suas funções, cada um exercendo seu trabalho. Após os testes, tudo tem de estar guardado e pronto para ser levado embora, assim como o time que deixou Abu Dhabi já naquela noite.

Finalizados os testes de Pietro Fittipaldi, nos outros quatro dias acompanhei os testes de Enzo, seu irmão de 21 anos, na equipe Carlin, da Fórmula 2.

Enzo nos testes da F2 com a equipe Carlin. Foto: Giovanna Conti

Em quatro dias, os pilotos da F2 têm a oportunidade de ter contato com outras equipes e outros carros, principalmente com o qual correrão no ano seguinte. Os treinos não são televisionados, o que acaba tornando mais exclusivo e inédito o estar in loco.

Saí de Dubai na sexta à noite, no último dia de testes, e desembarquei no Brasil na noite de sábado, 26 de novembro. As 14 horas mais do voo de volta tornam a viagem longa e cansativa, mas a sensação de sonho realizado era tão recompensadora que nem o cansaço me abalava naquela altura. E é com essa sensação que eu termino este diário, de olho no que a temporada de 2023 reservavá aos pilotos brasileiros nas Fórmulas 1 e 2 — e a nós, espectadores.

*Esta reportagem foi feita durante a produção do trabalho de conclusão do curso de Jornalismo na FAAP de Giovanna Conti. Intitulado ‘Como a mídia brasileira e a comunicação influenciaram na imagem da Fórmula 1’, foi orientado pelo Prof. Carlos Gomes.

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