EX-FOCA

Luciane Angelo: ‘Todo jornalista morre jornalista’

Head de comunicação, professora e colunista conta suas transições na carreira no podcast Ex-Foca

LabJor
Published in
4 min readMar 23, 2022

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Maria Paula Trilha Storti

A jornalista Luciane Angelo. Foto: Reprodução/ Instagram Luciane Angelo

De estagiária em um programa de esportes a uma coluna semanal na revista Vogue, Luciane Angelo tem um currículo extenso e muita história para contar. Aos 42 anos, a paulista head de conteúdo digital na agência de comunicação Press Pass e professora e palestrante de sexologia, foi entrevistada na segunda temporada do podcast Ex-Foca, do LabJor FAAP.

A paixão de Luciane pela comunicação começou ainda na escola, com o gosto por português e análise sintática. Após ler uma redação sobre torcidas organizadas, uma professora lhe deu a dica: “Se eu fosse você, pensaria em fazer Jornalismo. Não é de hoje que você tem uma redação diferenciada!” Mas foi com o sonho de ser setorista do Corinthians, seu time do coração, que ela decidiu mesmo pela área.

“Meu pai nunca me influenciou em nenhuma profissão. Na verdade, ele foi jornalista quando jovem, mas nunca havia me falado. Só me abriu isso quando passei na faculdade e ele disse: ‘Olha, gente, às vezes tá no gene e a gente nem sabe, né?”

Luciane começou sua carreira em 1999 cobrindo futebol. Ficou um ano como estagiária do Mesa Redonda, um programa de esportes conhecido em São Paulo, e de lá foi para a redação da revista Quem, onde ficou por oito anos, do número 0 até 2008. Em seguida, passou pelo site Glamurama, pelo site da jornalista de moda Erika Palomino e pela revista Marie Claire, onde começou a expandir seus interesses após ser editora de capa e de comportamento.

Ao escrever sobre relacionamentos na revista, a jornalista percebeu a mão boa que tinha, fazendo textos divertidos e fáceis de ler, praticamente mesclando-se entre as personagens. Notando a alta demanda por assuntos femininos considerados tabu, como orgasmos e sexualidade, ela começou uma pós-graduação em sexualidade e temas femininos.

“Pensei: ‘Acho que é o momento de me desvencilhar um pouco desse outro lado’. Foi aí que montei um projeto que começou no dia 31 de julho, o Dia do Orgasmo. E com ele dou palestras sobre sexualidade feminina” contou. “Fui aumentando meu leque. Hoje, quando a mulher me procura, ela tem serviços de numerologia, reiki, mesa quântica, tântrica, barras, aulas de sexualidade. Busco trabalhar a mulher de forma mais holística mesmo.”

Em junho de 2019, Paula Merlo, editora-chefe da revista Vogue, chamou Luciane para fazer um podcast. Não demorou muito para surgir a ideia da coluna semanal sobre sexo e comportamento. “Acho que casou muito bem esse meu novo momento no jornalismo com a Vogue porque foi quando a revista também estava descobrindo esse novo olhar para a mulher.”

“Meus textos começaram a ter muitos cliques e compartilhamentos, é um assunto com que eles (leitores) se identificaram. Acho que é algo que faz parte da nova mulher. Ela não quer mais saber só de esmalte e moda, ela quer saber de comportamento, da própria sexualidade”, comentou.

Em 2020, Luciane deu mais uma reviravolta na carreira e foi trabalhar com assessoria de imprensa, na agência de comunicação Press Pass. “Aprendi a ver o outro lado. Acho que todo jornalista deveria passar por assessoria de imprensa e todo assessor por uma redação, para os dois lados se entenderem. Vivi um ano o inverso de redação e foi muito importante, um outro tipo de aprendizado”, disse. “Eu saí um pouquinho da caixinha convencional da comunicação, mas brinco que todo jornalista morre jornalista”

Além de tentar transitar entre vários cargos e posições, para assim ganhar um novo olhar e um leque maior de possibilidades, Luciane deixou dicas preciosas para quem está começando na carreira.

A gente pensa no jornalismo como redação ou como assessoria de imprensa, mas existem tantas outras formas de comunicar”, lembrou. “Não deixe de estudar e de se aperfeiçoar. Hoje tudo muda muito rápido e a gente trabalha com tecnologia e informação, qualquer que seja a área. Tenho 42 anos e já me reinventei algumas vezes. Isso é importante! A gente não consegue mais ficar parado nem no jornalismo, nem em assessoria, nem em relações públicas, em nenhum tipo de profissão! A comunicação é volátil, não fixa, então a gente tem que sempre se aperfeiçoar e estudar.”

Para ouvir a íntegra desse bate-papo, clique abaixo e confira o podcast Ex-Foca no Spotify!

Maria Paula Trilha é aluna de Jornalismo da FAAP

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