EX-FOCA

Maristela Mafei: De jornalismo a relações públicas, uma carreira entre dois mundos

Conhecida pela assessoria empresarial, fundadora do Grupo Máquina conta como o olhar jornalístico norteou sua trajetória

LabJor
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3 min readMar 28, 2022

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Giovanna Oriani

A jornalista Maristela Mafei. Foto: Reprodução/ Site Grupo Máquina

“Nunca me senti não jornalista estando do outro lado. Eu me sentia em uma redação, precisava ser especialista em vários assuntos e acompanhar o meu cliente.” Quem diz isso é Maristela Mafei, uma das mais respeitadas profissionais da área de relações públicas. Fundadora e diretora-geral do Grupo Máquina PR, de comunicação corporativa, ela se formou em Jornalismo em 1983 pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), trabalhou em veículos de comunicação como Folha de S. Paulo e TV Globo e foi assessora política antes de virar empreendedora.

“Eu era jornalista, trabalhava na Folha e o País estava passando por uma transformação muito intensa. Era época do governo Collor (1990–1992) e dois anos antes havia sido promulgada a Constituição de 1988, que impulsionou o surgimento de órgãos de fiscalização das empresas. Como jornalista percebi que as empresas precisavam de uma assessoria de comunicação corporativa, de relações públicas, e resolvi pedir demissão e abrir a minha própria agência. Foi assim que tudo começou”, contou Maristela na segunda temporada do podcast Ex-Foca do LabJor FAAP.

Em 1995, Maristela fundou o Grupo Máquina e hoje integra também o Conselho de Administração da SP Escola de Teatro e a Comissão Externa de Avaliação do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). Mas ela conta que o jornalismo nunca deixou de ter um papel importante em sua trajetória.

“Eu era totalmente apaixonada pelo que fazia e fui muito privilegiada. Cheguei a cobrir as passeatas das Diretas Já (1983–1984), o fim da ditadura militar (1985), a eleição e depois o impeachment do Collor (1992). Mesmo não sendo da área de esportes, cobri também a morte do piloto Ayrton Senna (1994)”, lembrou.

No podcast, ela contou uma história de quando ainda era foca, em 1990. No chamado Plano Collor, o governo confiscou a poupança de milhões de brasileiros com o objetivo de controlar a inflação. E, ao saberem que em sua conta bancária haveria apenas 50 mil cruzados novos (o equivalente hoje a R$ 5.533), os brasileiros reagiram logo.

“Imediatamente eu fui para rua, tipo instinto”, lembrou Maristela. “Ligava para as assessorias de imprensa para falar com os gerentes de banco. Vi que muita gente que estava conseguindo pegar a fila na Caixa Econômica e resgatar seus 50 mil cruzados novos poderia voltar e retirar todo o dinheiro. Aquilo virou manchete no dia seguinte. Naquela época eu era foca e foi um rebuliço na redação, os bancos ligando para os editores, não tinha muito como usar os manuais da redação, era preciso ousar, precisava agir.”

Quer conferir a íntegra desta e de outras histórias contadas pela jornalista e empreendedora Maristela Mafei? Clique abaixo e confira no podcast Ex-Foca:

Giovanna Oriani é aluna de Jornalismo da FAAP

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