Qatar 2022: O que veremos de diferente na primeira Copa do Mundo disputada no Oriente Médio
Conheça um pouco mais sobre símbolos que marcam esta edição do maior evento de futebol do planeta
Giovanna Oriani e Laura Siccherino
O Catar é o primeiro país do Oriente Médio a sediar a Copa do Mundo. E será uma Copa muito diferente das outras, a começar pelo calendário. Geralmente a competição ocorre no meio do ano, entre junho e julho, quando é verão no hemisfério norte. Mas, para evitar temperaturas beirando os 50ºC, no Catar o evento foi mudado para o fim do ano, com início em 20 de novembro e a grande final marcada para 18 de dezembro. A influência das culturas árabe e muçulmana também estará muito presente nos vários símbolos que marcam o grande — e tão aguardado — evento esportivo.
“Essa será uma das Copas mais diferentes que vamos ver”, confirma o editor de Esportes do Estadão, Robson Morelli. “Além de ser no final do ano, coisa que nunca aconteceu, tem toda a questão cultural de um lugar que é muito diferente do restante do mundo. Acho que podemos esperar uma Copa do Mundo bem fora do comum.”
O símbolo da competição reúne as cores da bandeira do Catar, branco e vinho. Tem a forma de um número oito, o que, além de remeter ao infinito, faz referência aos oito estádios construídos da Copa e, claro, lembra a taça que será entregue ao grande campeão. Também remete, em alguns aspectos, aos lenços muito utilizados na cultura árabe e ao formato das dunas de areia dos desertos. Pela FIFA, o logotipo é descrito como “a visão de um evento que conecta e envolve o mundo inteiro”.
A cada Copa, também muda o mascote oficial. Geralmente eles carregam alguma característica do país anfitrião. O do Catar é La’eeb, apresentado durante o sorteio final do evento, em 1º de abril de 2022. Segundo a FIFA, o nome significa “jogador super habilidoso” em árabe. Houve brincadeiras de que o personagem lembra um “fantasminha”, mas na verdade ele representa o ghutra, lenço árabe tradicionalmente masculino, usado com o ‘igal’ ou ‘agal’ — um cordão preto amarrado por cima do lenço na testa. A figura pode ser vista em toda a capital do Catar, Doha, anima as paredes de prédios e estampa bandeiras e outros materiais.
Outro diferencial é que, pela primeira vez, o cartaz oficial do Mundial foi criado por uma mulher — a artista do Catar Bouthayna Al-Muftah — , inspirado na cultura do país. É uma foto em preto e branco com uma mão que levanta adereços tradicionais masculinos — o lenço ghutra e a corda ‘agal’— como um sinal de celebração — e na parte superior há uma bola de futebol com as cores da bandeira do país, escritas que significam 2002 e Hayya, que significa “vamos lá” em árabe.
Em termos de estrutura, serão oito estádios, sendo sete novos espalhados pelas sete cidades sedes. O único que já existia é o Estádio Internacional Khalifa, inaugurado em 1976, que conta não somente com a estrutura futebolística para mais de 45 mil torcedores, como também com shopping, centro aquático e hotel, além de uma tecnologia de resfriamento para jogos no verão. Todos os outros foram construídos especialmente para a Copa.
OS ESTÁDIOS DA COPA
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Em vez de ter apenas um tema musical, a Copa do Qatar optou por um álbum, que começou a ser revelado em abril. Segundo o site da FIFA, o primeiro tema a ser divulgado — e que se tornou a música oficial do Mundial 2022 — é Hayya Hayya (Better Together). Interpretada em inglês pela americana Trinidad Cardona, o nigeriano David Adedeji Adeleke, ou Davido como é mais conhecido, e Aisha, cantora nascida em Doha, a canção apela à paixão que o futebol e a música despertam.
Outro tema é Arhbo, uma gíria local derivada da palavra árabe “marhaba”, que significa “bem-vindo”. Interpretado pelo porto-riquenho Ozuna e pelo rapper congolês Gims, é um tema de boas-vindas para todos os visitantes do Catar.
The World Is Your To Take e Light the sky também fazem parte do álbum oficial de trilhas sonoras do evento. A primeira música é interpretada pelo rapper americano Lil Baby com trechos de Everybody Wants To Rule The World, da dupla britânica Tears for Fears. A outra é interpretada pelas quatro cantoras mais conhecidas nos países árabes: a canadense Nora Fatehi, a marroquina Manal, e Balqees e Rahma Riad, dos Emirados Árabes Unidos. A última faixa lançada foi Ulayeh, interpretada pelo artista colombiano Sebastián Yatra e pelo cantor marroquino Nouamane Belaiachi.