Meu nome é TRABALHO!
Não me xingue de EMPREGO!!
Amor e Trabalho são os pilares da humanidade. Essa afirmação foi feita por Sigmund Freud. Eu concordo integralmente.
No mundo moderno fomos direcionados a confundir Trabalho com emprego. Uma mistureba que que faz a gente esquecer que há conexão, realização e pertencimento por meio do Trabalho!
Existem muitas definições para Trabalho. A grande maioria enche de porrada um conceito que deveria definir nossa individualidade exposta no mundo, porque coloca todo foco no lado econômico e de mercado, culpando o Trabalho por relações que são sociais.
Para mim, Trabalho representa nossa capacidade individual de produção, de criação e de ação, colocada em prática, com intenção, no mundo. Externalizando um pedaço de nós. Fazendo existir mais de nós, além da carcaça física e da seleta combinação de palavras que decidimos expor por meio da comunicação.
Com muita humildade, pediria licença a Freud, para complementar sua proposição, dizendo:
Amor e Trabalho são os pilares da humanidade! E Trabalho é uma forma de Amor que só passa a existir, quando agimos com intenção.
O Trabalho é parte de como vemos quem somos.
Já notou qual é a segunda pergunta que alguém faz pra você quando te conhece? Supondo que a primeira seja “Qual o seu nome?”, a segunda será “O que você faz?”, ou “Em que você Trabalha?”. Na maioria das vezes, nós respondemos o nosso “cargo” em uma empresa (pensando “tomara que ele me ache importante”). E se essa for uma grande empresa reconhecida por seus produtos e admirada pelas pessoas, a sua identidade é reforçada por todos esses atributos positivos que são apontados à sua empregadora. Ao menos é o que a gente acredita. E as outras pessoas também.
Ora, você é mais do que seu emprego! Sua força de Trabalho é maior do que seu emprego. Ou teríamos que assumir que se você não Trabalha quando está arrumando a casa, ou organizando uma festa, ou criando uma estratégia para conseguir um objetivo, ou, até mesmo, procurando emprego!
No passado, havia apenas duas situações sobre você e o Trabalho: ou você estava “empregado” ou “desempregado”. E “desempregado” era algo como “fadado ao fracasso”, “perdedor”, “vagabundo”, “infeliz”.
Hoje, temos uma gama de alternativas de Trabalho muito maior do que o tradicional emprego. Gosto mais da definição “ocupado” e “desocupado”. Posso não ter emprego e ainda assim ser produtivo, pesquisar, aprender, fazer bicos, e colocar minha individualidade no mundo, por meio de um Trabalho bem feito, voluntário, individual ou criativo. (É claro que aqui estou me atentando ao Trabalho como atividade psicológica (você com você) e não econômica (você com o mercado)! Eu sei sim que você precisa de grana!)
Para entender a diferença, pegarei emprestada minha definição favorita de Trabalho, com um dos maiores pensadores do tema, o prof. Sigmar Malvezzi:
O Trabalho é um esforço intencional, dirigido para alguma transformação objetiva no mundo, portadora de alta potencialidade de impacto sobre as pessoas e seu autor.
Ou seja, uma ação objetiva que você teve intenção de fazer e que gera uma transformação real, com potencial de impactar você e outras pessoas!
Putz… e a gente aqui pensando que Trabalho é só emprego!
O emprego tem sido a forma principal de formalizar o Trabalho (e a gente sabe que muitas vezes, de uma forma mais exploratória do que justa) . Porém, hoje vivemos uma mudança intensa do modelo, dos valores e da compreensão do papel do emprego. As empresas já perceberam isso e estão perdidas com relação ao que fazer no futuro.
O emprego como conhecemos — a relação linear e exclusiva entre uma pessoa e uma organização, com definição de tarefas e expectativas amarradas, com hierarquia, salário e jornadas definidas etc. — não vai mais existir. Estamos ainda descobrindo o que virá. Não vai ser uma coisa muito louca não, minha gente, calma! Mas será bem menos encaixotado do que vemos hoje.
Eu sou otimista! Muito! Ainda leva um tempo, mas vamos entender que:
O Trabalho é uma relação sua com o MUNDO! O emprego é uma relação sua com um empregador!
Às vezes eles se encontram e se complementam. Nosso papel é usar a nossa capacidade interna para existir, criar, agir e sermos a nossa melhor versão produtiva! Dane-se o emprego, o chefe, a jornada. Seja o seu melhor, por você e pelas outras pessoas! Se não tiver ninguém fazendo algo que deve ser feito, FAÇA! Desde pegar o papel que está na rua, até uma atividade produtiva pendente. Parta para a AÇÃO!
Emprego você terá um ou vários. Compreensão sobre o Trabalho e o que ele causa em você acontecerá uma vez, e você levará pra vida toda!
Ame! Trabalhe!