O envolvimento dos jovens brasileiros com a política

Luana Kanitz
Laboratório de texto
3 min readJan 13, 2019

BIANCA CRUZ

Há algum tempo, era comum ouvir que os jovens não se interessavam por política. Porém, este discurso pode se tornar algo ultrapassado uma vez que o cenário político, marcado por posições muito fortes, obriga os novos eleitores a buscar por mais entendimento sobre o tema. Hoje em dia, o número de jovens envolvidos diretamente com este tipo de assunto está cada vez maior. A juventude brasileira tem se mostrado bem informada e sem medo de opinar, participando ativamente de questões políticas e econômicas já dentro de casa.

Sua importância em meio às escolhas coletivas da sociedade está cada vez mais evidente. A política está atrelada a qualquer tema do cotidiano. Nem os mais novos escapam. Para alguns, a conscientização surge muitas vezes do interesse próprio, já que a política por tanto tempo foi vista como um assunto indiscutível e pouco debatido. Também a falta de incentivo no ambiente escolar não coopera para a formação do senso crítico e da sua forma de fiscalizar o governo. Esta busca independente por conhecimento tem provado a disposição desta geração, em aprender, entender, analisar e se posicionar da forma que lhe convém.

Muitas vezes, estes jovens não demonstram apoio total a determinado partido, mas se identificam com causas e acabam recorrendo aos partidos que também as apoiam. Um novo olhar pode ser importante no processo da evolução da política. Desde sua primeira participação em uma eleição, jovens decidem suas escolhas conscientizados sobre os seus candidatos e partidos. A internet auxilia no processo de acesso a informação, facilitando assim as pesquisas. Mas também tem um grande papel na organização de debates e protestos, como vimos nas manifestações de 2013.

Para melhor entendermos as razões destes jovens que se preocupam com a política do país, conversamos com três meninas que participaram das eleições pela primeira vez neste ano. Todas possuem um posicionamento político e dedicaram seu tempo às consultas.

Luisa Vieira, de 18 anos, ao se envolver com causas sociais, acabou percebendo a necessidade de ir além nos seus estudos e entender melhor sobre os processos políticos. “Desde muito cedo tive um olhar muito sensível e de justiça com as minorias, pois sempre achei que fizesse parte dela. Em 2015 conheci os movimentos feminista e LGBT e isso me proporcionou o entendimento de muitos problemas sociais e como a política pode servir de aliada para as minorias através de projetos sociais que as proporcionem amparo”, afirmou a jovem que disse sempre priorizar um debate construtivo e saudável com pessoas que divergem de sua opinião.

Para Letícia Azambuja, de 20 anos, ler sobre o assunto foi essencial no seu desenvolvimento político, e analisa toda informação para não cometer excessos. “Sempre tento por numa balança as informações que eu recebo. Eu acho que nenhum extremo é muito saudável”, relatou a estudante que voltou sua atenção para o tema ainda no ensino médio. “Cada vez mais os jovens estão se envolvendo politicamente, e com certeza isso vai resultar num futuro bem mais consciente e benéfico para toda a população”, declarou.

A jovem aprendiz Roberta Flores de 18 anos, sempre analisou todos os lados possíveis, mas hoje se identifica mais com determina posição. “Decidi pesquisar mais sobre o assunto em 2016 mais ou menos, mas sempre vejo ambos os lados e a partir daí escolho o que mais se parece comigo”, afirmou. Roberta também destaca a importância de jovens politizados buscando mudanças.
“ Jovens são o futuro da nação, então é sempre bom ter mais jovens envolvidos na política, estudando para mudar o país do jeito que acreditam ser o melhor”.

Escândalos de corrupção, a falta de ética de políticos eleitos e todos estes casos que assistimos diariamente, por muito tempo acabou distanciado essa parcela mais jovem da sociedade. Os maus exemplos que tomam conta dos noticiários, desacredita e rouba a confiança daqueles que são o futuro do país. Políticas pensadas para este público, pode ser uma boa forma de aproximar aqueles que ainda não se sentem confortáveis para dialogar sobre a temática sem deixar de lado jovens já estão inseridos no contexto.

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