Antonella Weyler
Laboratoria
Published in
6 min readJun 25, 2018

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Dia do Orgulho LGBT e porque comemoramos na Laboratória

Todo dia 28 de junho, em diferentes partes do mundo, é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBT, também conhecido como Dia do Orgulho Gay. É um dia muito importante para nós na Laboratória e vamos celebrá-lo com diferentes ações. Iremos marchar em alguns países, contaremos histórias de mulheres LGBT + da Laboratória, mudaremos nossa imagem para usar orgulhosamente as cores LGBT + e usaremos todos os emoticons LGBT + existentes nas redes. Por enquanto o mais usado no slack da Laboratória é o
“ sheepy” :)

Sim, algumas de nossas ações são mais sérias do que outras, mas todas derivam do orgulho que sentimos de fazer parte da comunidade LGBT + e de apoiar nossas alunas, laboratorians ou amigxs que fazem parte dessa comunidade. Portanto, nossa primeira ação (e provavelmente a mais séria) é este post de blog, no qual queremos dizer por que celebramos o Dia do Orgulho LGBT na Laboratória:

  1. Nós gostamos de quebrar estereótipos.
    A Laboratória existe para dar uma carreira em tecnologia à milhares de mulheres, que transformam seu futuro e a cara da indústria que as recebe. Fazemos isso porque as mulheres não são representadas o suficiente neste setor (menos de 8% dos “desenvolvedores” do mundo são ou se identificam como mulheres).
    O motivo básico da falta de mulheres em empregos de tecnologia são estereótipos falsos, que afastaram as mulheres desse mundo maravilhoso. Estereótipos são semeados por pequenas ações que se acumulam por anos, que passam de boca em boca sem questionar e se tornam crenças absurdas. Assim, mulheres que receberam estímulos como este nos anos 80, chegaram a pensar em algum ponto que os computadores não eram para elas.
Este é apenas um dos muitos exemplos. Quando computadores pessoais (e consoles de vídeo) nasceram, a publicidade era voltada para os homens e muitos mostravam discriminação contra as mulheres.

Embora essa publicidade já tenha mais de 30 anos, o mundo da tecnologia ainda é estereotipado. Basta fazer uma pesquisa no Google da palavra “desenvolvedor” para perceber. Este é o resultado em imagens:

Resultados da busca por “developer” no Google

Por essa razão, na Laboratória trabalhamos arduamente para quebrar esse estereótipo enraizado nas mentes de muitos e muitos. O mundo da tecnologia também é para mulheres. As empresas que inovam no digital querem ter mulheres em suas equipes de design e desenvolvimento de produtos digitais. É por isso que Laboratória existe; e com mais de 800 graduadas e mais de 300 empregadores satisfeitos, fica claro que as mulheres têm muito a contribuir no mundo da tecnologia.

Quebrar estereótipos é um pouco provocativo. Quando você questiona um, faz com que você questione outro e outro e outro, porque é bom decidir com seus próprios critérios, em vez de seguir crenças impostas. É por isso que na Laboratória não apenas questionamos os estereótipos de gênero no mundo da tecnologia, mas todos os estereótipos que nos cercam; e nossa cultura latina é cheia de estereótipos que direta ou indiretamente discriminam a comunidade LGBT +. Uma simples busca no Google das palavras “casal” e “casamento” novamente prova isso.

Resultados da busca por “casal” no Google
Resultados da busca por “casamento” no Google

Diante de tais estímulos, espera-se que muitos pensem que casais e casamentos “normais” são apenas heterossexuais, mas isso faz sentido? Se você acredita, já se perguntou por que acredita nisso? Eu acredito que o amor é amor, independentemente de ser entre um homem e uma mulher, duas mulheres ou dois homens. E todos os que se amam têm o direito de ser reconhecidos como um casal perante a lei, com todos os benefícios e responsabilidades que isso significa. O mundo está progredindo nesse sentido, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Na América Latina, México, Argentina, Brasil, Colômbia e Uruguai permitem o casamento gay.
Os outros países ainda não o fizeram e isso tem que mudar para que possamos viver em uma região mais livre e mais justa.

2. Acreditamos no poder da diversidade e inclusão.
Na Laboratória nos concentramos em capacitar e oferecer às mulheres o talento técnico de que tanto precisam. Fazemos isso porque a falta de mulheres na tecnologia é um grande problema. O mundo da tecnologia perde sua perspectiva e eles perdem as oportunidades que o mundo da tecnologia oferece. Há muitas histórias de como a falta de mulheres limitou a inovação. Um dos mais famosos (e embaraçosos) aconteceu com a Apple, quem volto a usar como exemplo. Primeiro, faço um parêntese para dizer que não tenho nada contra a Apple. Eu amo seus produtos, de fato, mas como muitas empresas, eles tiveram falhas e práticas que valem a pena questionar. Então eu te digo:

No final de 2014, a Apple lançou um aplicativo HealthKit no iOS8 que prometia rastrear todas as métricas importantes relacionadas à saúde. Sem perceber, e por falta de perspectiva feminina, esqueceram-se de incluir um rastreamento do ciclo menstrual; algo que cerca de 50% dos usuários do iPhone vivem todos os meses e que muitos usuários reivindicam.

Assim como a perspectiva das mulheres no mundo da tecnologia é necessária, a perspectiva de muitas minorias e da comunidade LGBT + também é necessária. Existem muito poucos produtos de tecnologia que nascem delxs e que surgem para elxs. E há boas ideias para apoiar, para que continuem a crescer. Um exemplo é o Gay GPS (Android, iPhone), uma rede social que oferece produtos e serviços para a comunidade gay. Foi criado por Magdalena e Rosario, um casal uruguaio que venceu a Laboratória em um concurso na Global Entrepreneurship Summit. A verdade é que ficamos muito felizes em vê-los vencer! Aqui está um vídeo muito fofo criado por eles e sua equipe.

Vídeo GPS Gay

A voz da comunidade LGBT + não precisa apenas ser ouvida no mundo da tecnologia, mas em todos os espaços onde ela está sub-representada. É algo justo e correto de se fazer. A comunidade LGBT + faz parte de nossa sociedade e faz parte de nossa identidade como seres humanos.

3. Nós apoiamos duplamente as mulheres LGBT +.
Na sociedade em que vivemos, as mulheres LGBT + lutam para ganhar os espaços que merecem. É por isso que na Laboratória nós os apoiamos duas vezes mais. Na Laboratória, não discriminamos qualquer crença ou orientação sexual. Na verdade, temos estudantes muito conservadoras em suas tradições e também temos estudantes lésbicas, bissexuais ou trans que são bem-vindxs na Laboratária.

É comum ver na Laboratória mulheres lésbicas que pela primeira vez se sentem livres para mostrar sua identidade. Também é comum ver mulheres heterossexuais que, pela primeira vez, se abrem para ter amizade com mulheres LGBT + e formam laços não só de amizade, mas também de fraternidade. Este mês você vai ouvir algumas dessas histórias. Você conhecerá pessoas como Dafne, que andou orgulhosamente no dia de sua formatura na Laboratória, e também andou com orgulho todos os dias de sua vida.

Dafne Magenta no dia da sua formatura na Laboratória no México.

Na Laboratória todos as nossas alunas nos enchem de orgulho. Este mês queremos reconhecer especialmente todas as alunas e candidatas da comunidade LGBT +. Queremos dizer que na Laboratória sempre teremos as portas, os braços, a mente e o coração abertos para vocês.

Escrito por
Ana M Martinez Franklin
COO and Partner at Laboratoria, with +14 years of experience managing people, businesses and brands.

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