Histórias de Sucesso #1 — Izadora Mattiello

Laboratório de Carreira
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4 min readJan 25, 2017

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O Laboratório de Carreira é apaixonado por histórias de sucesso. A nossa equipe foi atrás de exemplos de carreiras de pós-graduandos que, mesmo sob muitas dúvidas, desafios e dificuldades, conseguiram encontrar o seu caminho e conquistar uma excelente vida profissional e financeira. Nosso estudo de caso de hoje é sobre uma bióloga do interior de São Paulo chamada Izadora Mattiello. Atualmente, Izadora é sócia-proprietária da Phomenta, uma empresa que está inovando e criando a nova geração da filantropia no Brasil.

Izadora se formou em biologia pela Universidade de Campinas (Unicamp) e desde o início da sua graduação foi apaixonada por usar seu jaleco branco, trabalhar em laboratórios de pesquisa e fazer ciência. No segundo ano de faculdade, foi aluna de iniciação científica na área de biologia ambiental com projetos ligados à área de ecologia marinha de crustáceos. Perto da formatura, ela decidiu se aventurar em um intercâmbio no Chile, na Universidad Católica del Norte, para trabalhar em um laboratório de pesquisa com algas e animais marinhos da Patagônia. Quando voltou, encarou a seleção de mestrado e garantiu seu lugar na USP para fazer o mestrado em um projeto interdisciplinar da Petrobras, que propunha um método inovador para detectar algas marinhas vivas, muitas delas tóxicas, que vinham da água de lastro de navios de diversos portos que podiam prejudicar a fauna local e a saúde humana. Ela conta que foi muito desafiador, porque trabalhava com uma equipe de formações diversas como, por exemplo, engenheiros, oceanógrafos, matemáticos, estatísticos e etc. O interessante é que parte do mestrado da Izadora foi realizado dentro de uma incubadora de empresas tecnológicas da USP e assim ela teve a oportunidade de conhecer um pouco do mundo do empreendedorismo.

Depois da caminhada acadêmica de sete anos, poderia-se pensar que tinha chegado o momento de Izadora seguir sua carreira acadêmica e fazer doutorado, mas a dúvida e a incerteza ocuparam sua mente. Ela esperava ver sua pesquisa sendo aplicada para o bem do meio ambiente e da sociedade de uma maneira rápida e eficiente, mas percebeu que no lugar onde estava trabalhando existia muita burocracia, falta de eficiência e que sua paciência não aguentaria isso por mais quatro anos. A angústia e a ansiedade tomaram o lugar do prazer de executar um projeto de pesquisa, a sensação de permanecer na zona de conforto incomodava muito e o brilho nos olhos da Izadora foi aos poucos dando lugar à uma visão obscura da sua carreira.

Ela decidiu tentar a vida de pesquisadora dentro de empresas na área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), só que os problemas continuaram a aparecer. Izadora enviou dezenas de currículos para diversas empresas da área de sua especialidade, mas na maioria das vezes sequer foi chamada para ser entrevistada. O simples fato de ter optado por uma carreira acadêmica durante anos e não ter nenhuma experiência profissional a limitava de começar sua carreira profissional. Passaram-se dez meses de tentativas de seleção para vagas de empregos e nada de respostas positivas.

Devido a esse momento de angústia e frustração, Izadora foi atrás de autoconhecimento na tentativa de resgatar o prazer no trabalho e decidiu fazer um curso chamado Catálise, na Fundação Estudar. Com isso, ela conectou-se com ela mesma e descobriu que ajudar pessoas era o que a deixava realizada, então começou a trabalhar em uma ONG para colocar isso em prática. Esta atividade a aproximou de planejamento estratégico, marketing, recursos humanos, e essas áreas começaram a instigar novamente a vontade de aprender coisas novas. Izadora percebeu que o que ela tinha aprendido durante os sete anos na academia como, por exemplo, montar projetos, executar o planejamento, ter um objetivo, um cronograma e etc, era algo fundamental que qualquer organização precisava ter.

O insight chegou para Izadora: junto com seu marido, que tinha pós-graduação em administração de empresas, decidiu montar a empresa que chamaram de Phomenta. A Phomenta tem o objetivo de aumentar o impacto de projetos sociais aprimorando a gestão organizacional das ONG´s e conectando investidores e voluntários em diferentes projetos. Hoje a Phomenta possui 204 voluntários cadastrados na empresa através do seu site (www.phomenta.com.br), possibilitando que jovens brilhantes apliquem seus conhecimentos para potencializar causas sociais. Eles trabalham de forma remota e, para retribuí-los, a Phomenta oferece mentores de carreira para eles, pessoas com alta experiência no mercado que abraçaram a causa.

Está claro que a caminhada que Izadora percorreu não foi nada fácil e permeada de dúvidas, frustrações e incertezas, mas gostaríamos de destacar que ela não desistiu de ir atrás do seu sonho, teve resiliência de aguentar as diversas vezes que recebeu um “NÃO” e não buscou dinheiro: buscou transformar algo, ou seja, a causa que ela descobriu durante a sua trajetória era a de ajudar pessoas. Se você tem dúvidas sobre sua carreira, não siga em frente: busque ajuda de pessoas que você confie. Novamente iremos repetir: somente o diploma e os certificados não irão te garantir sucesso profissional e financeiro. Muitas vezes experimentar novas áreas e colocar a “mão na massa” é uma excelente maneira de você descobrir algumas respostas para suas dúvidas.

Equipe do LdC

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