Por que janeiro é o mês da visibilidade trans e porquê ainda precisamos falar sobre isso?
No último sábado, dia 29 foi o “Dia da Visibilidade Trans” mas você já sabe como surgiu essa data e o que ela significa? A gente quer te contar!
Como surgiu essa data
Em 2004, no dia 29 de janeiro um grupo de ativistas transgêneros foi ao Congresso Nacional defender e lutar pela diversidade de identidade de gênero, através de um ato político numa campanha chamada “Travesti e Respeito”. Por isso, a data foi escolhida para afirmar a necessidade de dar visibilidade à pauta.
Mas o que é dar visibilidade?
De acordo com a definição da palavra, é dar condição de ser evidente e conhecido.
Nossa sociedade possui uma perspectiva muito ciscentrada*, isso quer dizer que nossa mentalidade é construída a partir de um pensamento onde ser cisgênero** é o esperado, óbvio, comum. Essa perspectiva faz com que pessoas que não atendam essa expectativa não se encaixem, sejam marginalizadas e excluídas. Então, quando falamos em dar visibilidade, quer dizer que precisamos considerar o espaço de protagonismo às vivências de pessoas com realidades diferentes do padrão.
Porém, é importante chamar atenção pra um fato, não existe protagonismo, não existe visibilidade onde não há espaço para a vida! E infelizmente, essa ainda é uma realidade no nosso país.
A expectativa de vida de pessoas trans é de apenas 35 anos e o número é tão baixo por vários fatores, falta de aceitação e acolhimento familiar, dificuldade de acesso e preconceitos na saúde, evasão da vida escolar por transfobia, falta de empregabilidade, marginalização e sexualização de corpos trans, falta de acesso a moradia, além da violência direta praticada contra transgêneros.
O que eu posso fazer para ajudar a mudar isso?
O primeiro passo é a informação, reconhecer que tenho vieses e procurar mudar. É necessário ouvir pessoas trans, conhecer suas narrativas e por fim, entender o que cada indivíduo pode fazer de forma prática.
E qual o papel das empresas nessa transformação?
Além de empregar pessoas trans, as empresas precisam garantir que o ambiente seja diverso, inclusivo e acolhedor e para isso é necessário um trabalho de cultura e de conscientização do tema.
Um processo de contratação respeitoso que possibilite o uso do nome social, plano de saúde com acesso ao tratamento hormonal e ambiente seguro para expressão de gênero são algumas das práticas que podem ser adotadas, e o mais importante de tudo um espaço de escuta.
Se precisasse resumir, diria que é necessário considerarmos pessoas trans como humanas. Assim como devemos considerar a humanidade de todas as pessoas.
Uma cultura que respeita, acolhe, inclui, ouve e promove pessoas, é nisso o que acreditamos. Por isso, aqui na Labsit entendemos que estamos num processo diário para que ela seja real no nosso dia a dia, na vida dos nossos funcionários, em outras empresas e no mundo.
* ciscentrada: vista sob a perspectiva cisgênera, não considera a vivência de pessoas não cis.
**cisgênero: é o termo utilizado para se referir ao indivíduo que se identifica, em todos os aspectos, com o seu “gênero de nascença”. Homem Cisgênero: um homem cis é uma pessoa que nasce com o órgão sexual masculino, se expressa socialmente conforme dita o papel de gênero masculino e se reconhece como um homem (identidade de gênero).
Mulher Cisgênero: uma mulher cis é uma pessoa nasceu com o órgão sexual feminino e se identifica com o gênero feminino.