Oi Mãe,
Nesta parte do caminho, sinto muitas saudades suas, mas entendo sua partida como um processo de mudança que a evolução constante da vida nos impõe.
Nesta parte do caminho, nem tudo são flores... há também os gatos, os cachorros; o resgate do meu entendimento da importância do reino animal e da necessidade de devolvermos a energia que os bichos nos doam (lembra que eu queria ser veterinário?).
Nesta parte do caminho, há também um cuidado maior comigo mesmo, com o que sinto, desejo e vejo, mantendo a régua no mínimo aceitável de estresse, impacto ambiental e interação social; só o suficiente para não ser descartado desse jogo sem vencedores.
Nesta parte do caminho, minha mãe querida, há também o respeito e a gratidão por nossa árvore genealógica, essa ancestralidade linda que lutou com o tinha de entendimento da realidade, conseguindo me trazer até este momento único da história do mundo e da dinastia de nossa família.
Nesta parte do caminho, há também (ainda, acredita?!) uma vontade forte de mudar o mundo, de melhorar a mim mesmo, de me impulsionar até um futuro onde poderei voltar ao teu colo e novamente ter você por perto e toda a tua proteção e carinho.
Enquanto isso não acontece, prometo seguir sempre em frente e continuar forte no leme, arrancando do peito toda e qualquer tristeza de não tê-la (fisicamente) por perto e transmutando essa saudade em brisa suave para preencher as velas do meu barco, navegando confiante nas águas turbulentas da existência humana.
Na certeza de que nos encontraremos em breve.
Te amo para sempre!
Beijos saudosos,
Do teu filho caçula.