“Nada existe de grandioso sem paixão.”
Sim, eu te entendo Hegel
No meu coração de pequena padawan, eu te entendo!
Percorremos caminhos por onde levamos nossos sonhos, ou nossos sonhos nós levam. Eu pensei e mal pude conter o choro em frente ao computador.
Uma sensação brutal de alívio me percorreu, após organizar e encerrar a primeira Semana de Acessibilidade no Ladies that UX , com o tema ⚡Acessibilidade, UX & Inclusão⚡.
A emoção e paixão pelo tema, não é por acaso. Eu vi e vivenciei uma vida inteira de exclusão e não pertencimento.
Aprendi na prática e não na teoria, a importância da acessibilidade e o entendimento do que é uma experiência de usuário quando a acessibilidade não existe.
Definitivamente, não haveria pra mim outro caminho a ser trilhado com tanta paixão, que não fosse UX com foco em Acessibilidade & Inclusão.
Só quem vivencia o mundo da deficiência, pode entender a paixão que nós impele.
O meu pai é surdo, e cresci vendo pessoas e produtos excluí-lo de todas as maneiras.
“Devemos nos perguntar “quem estou excluindo?” e permitir que as respostas mudem nossas soluções.” Beatriz Lonskis UX Designer — Surda.
Talvez por isso, ou principalmente por isso. Eu goste de contar a história da relação do meu pai com o Gilson, pois ela ilustra bem como pequenas atitudes podem mudar completamente a experiência do usuário.
O meu pai tem(tinha) o Gilson, gerente do Banco do Brasil aqui em São Luís, que o atendia há mais de 30 anos.
Gilson trata meu pai com respeito, dignidade e paciência.
“Me sinto um ser humano quando ele me atende”
Meu pai sempre repetia
“O Gilson é o único que não me manda áudio no WhatsApp porque sabe que não vou ouvir. Ele digita tudo e quando vou ao banco questiona se tenho dúvidas.
Explica várias vezes se for preciso, até estar certo que compreendi tudo.”
Pra nós não parece muito, mas para o meu pai faz toda a diferença.
O Gilson saiu do banco, um novo gerente assumiu. Menino novo, ávido, em velocidade da luz o tempo todo.
Não gastou 3 minutos com o meu pai, em uma impaciência profunda.
Meu pai saiu envergonhado e arrasado.
Resumindo, na vida não seja o menino novo (ou UX designer)que não vê nada além de números. Que não conquista, encanta, estabelece vínculos.
Como UX Designers, precisamos compreender que lidamos com pessoas e todas essas pessoas tem suas sutilezas.
O meu conselho é:
Seja o Gilson,
Que humaniza 💖
Encanta 🌷
Constrói pontes 🌉
Estabelece vínculos 💞
E sabe que cada experiência é feita por pessoas e para pessoas 🧁❤ 🌷❤
Bons designers entendem isso.
