Sistemas de escrita e sua relação com UX
O mundo que leio, falo e escrevo hoje foi desenvolvido por vários professores.
Sou professora há anos e tal experiência vem me ajudando a me tornar UX.
Me encanta como um docente, a partir da aquisição de conhecimentos, elabora planos de aula para tornar os recursos da aprendizagem acessíveis e fáceis.
E estas criações não são do nada. São oriundas do processo de aquisição de conhecimento e observação da realidade dos alunos, a partir do olhar etnográfico. Um bom professor escuta, investiga, se comunica ao alfabetizar no nível da criança ou do adulto, para que no futuro, estes educandos tenham acesso aos mais diferentes softwares.
Ao longo da história da humanidade, já foram criados vários softwares. Um deles é o sistema de escrita ou alfabeto. Na história dos sistemas de escrita, o ser humano criou vários tipos de alfabetos com diferentes desenhos: pictográficos (como os hieróglifos e cuneiforme), ideogramas chinês e japonês, alfabeto fenício, alfabeto grego, alfabeto cirílico, alfabeto georgiano, alfabeto latino, alfabeto coreano. Foram criados para permitir a acessibilidade dos usuários ao processo de aprendizagem, facilitar as comunicações e integrar grupos sociais. O mais recente sistema de escrita criado foi o Toki Pona.
E o que isso tem com UX?
Tem muita coisa!
Hoje em dia, os ícones do passado são inspirações para símbolos estampados em figurinhas e aplicativos tecnológicos do presente.
E num país como nosso, de dimensões continentais e cultura diversa, o processo de tornar acessível determinado produto ou serviço mostra-se complexo pois no país coexistem mais de 6 tipos diferentes de sistemas de escrita.
Neste contexto, a experiência de permitir acessibilidade aos usuários pode auxiliar o UX na realização de ajustes e assim, transmitir informação.
Estamos na era da alfabetização tecnológica e científica. Isto faz com que o profissional da área de UX, em especial o UX Writing, precise compreender “como” e “onde” realizar as ortografias necessárias, a fim de auxiliar os usuários a fazerem as leituras dos ícones, com possibilidades de desenvolvimento de novas formas de expressão oral . Por vezes, atualizando novos sistemas de escrita, característica própria da contemporaneidade.
Tudo pode ser ambiente para educar. As pessoas estão em processo de alfabetização o tempo todo, seja no ensino formal, seja no processo de alfabetização em recursos tecnológicos.
Para um UX é importante saber desses fatos e processos, no intuito de fazer ajustes na iconografia ou no sistema de escrita, tornando acessível e agradável a experiência do usuário. A compreensão do processo de alfabetização tecnológica, atualmente, precisa considerar leitura, oralidade e escrita.
