Hannah Gadsby: Nanette — o humor autodepreciativo não é o melhor remédio

#INDICOUMFILME

Alô mulheres que aqui me lêem. Sou a Lígia, escrevo no News From Home e, toda semana vou estar por essas bandas pra sugerir um filme feito por uma mulher. Para abrir a categoria escolhi falar de Hannah Gadsby.

Se você andou pelas redes sociais nessas últimas semanas é bem provável que tenha visto alguém recomendar Hannah Gadsby: Nanette, o especial de stand-up comedy que chegou em junho na Netflix.

A autora e apresentadora Hannah Gadsby é australiana, nascida na pequena cidade de Smithton, na Tasmânia e se formou em História da Arte e Curadoria antes de iniciar a carreira como comediante. Gadsby deixou sua cidade natal quando se descobriu "um pouco lésbica", já que até 1997 a homossexualidade foi crime na Tasmânia e a maioria da população não recebia bem os homossexuais.

Co-dirigido por Madeleine Parry e Jon Olb, Nanette não é um stand-up comum desses que você assiste pra dar umas risadas e relaxar antes de dormir. Bom, o começo até que é assim, mas logo a comediante instaura um clima de tensão ao questionar em um discurso forte e intenso, o valor da comédia e o porquê do humor autodepreciativo não ter mais graça.

Usando a raiva como força motora, Gadsby caminha por temas como a invisibilidade lésbica, a romantização da saúde mental e a banalização do assédio sexual (com exemplos valiosíssimos das vidas e obras de Vincent Van Gogh e Pablo Picasso), e expõe especialmente os homens brancos cis e héteros que, no conforto de seus privilégios, ainda se sentem superiores a qualquer outra pessoa. Mas isso está mudando.

É impossível não se identificar e não admirar essa mulher corajosa. Nanette é poderoso, imperdível e necessário. Assiste aqui o trailer:

Curtiu a dica? Depois de assistir, vem cá me contar o que achou.

Até semana que vem!

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