Campanha #OndeDói apoia vítimas de abuso sexual cometido por profissionais da saúde

Lado M
Lado M
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2 min readSep 21, 2020

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Quem assistiu Kill Bill se lembra de uma das cenas mais chocantes do filme: a protagonista, em estado de coma, é estuprada por um profissional de saúde e outros homens que pagavam para abusar dela enquanto estava inconciênte. O filme é de 2003, mas ainda hoje há relatos de mulheres que sofreram os mais diversos abusos cometidos por profissionais da saúde.

Em 2019, o Intercept fez um levantamento que reveleou que foram registrados 1.734 casos entre 2014 e 2019. Isso somente em nove dos 26 estados brasileiros. Dos registros, 1.239 são de estupros e 495 de casos de assédio sexual, violação sexual mediante fraude, atentado violento ao pudor e importunação ofensiva ao pudor. Contudo, o número certamente é maior: falta saber os registros das outras 18 unidades federativas. Além disso, sabe-se que apenas 10% dos estupros são registrados no Brasil.

Casos reais

Basta o primeiro relato para que a quantidade de denúncia de crimes sexuais cometidos por um profissional da saúde aumente de forma assustadora. Isso aconteceu com o caso de Abdelmassih e agora com o nutrólogo Abib Maldaun Neto, que após primeira denúncia ter sido confirmada em duas instâncias judiciais, vários outros relatos de abuso começaram a surgir.

A co-fundadora da campanha #OndeDói, Nina Marqueti, aponta que é comum nesses casos a vítima acreditar ter sido a única, por isso demora a denunciar e comenta a necessidade de relatar o caso: “é através dos relatos que recebemos na nossa plataforma que podemos analisar a quantidade de casos, o local e encontrar outras vítimas do mesmo profissional”, ressalta Nina.

A campanha

A plataforma #OndeDói foi criada exclusivamente para mapear casos de violência sexual na área médica e tem orientado e acolhido vítimas em todas as regiões do país.

Para receber orientação jurídica e ajuda emocional, basta responder o formulário disponível no site . A plataforma também conta com uma lista de organizações parceiras que oferecem ajuda considerando as intersecções da violência de gênero.

No site, também é possível ser uma psicóloga voluntária. As abordagens terapêuticas são: Biodinâmica, Bioenergética, Centrada na Pessoa, Cognitivo Comportamental, Corporal, Esquizoanálise, Fenomenologia Existencial, Gestalt-Terapia, Humanista, Logoterapia, Psicanálise, Psicodinâmica, Psicodrama, Psicologia Breve, Psicologia Positiva, Psicologia Analítica, Sistêmica, Transpessoal, entre outras.

Para saber mais, acesse: https://www.ondedoi.org/

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