Cartas Secretas Jamais Enviadas nos faz pensar nas principais questões humanas

Marina Morais Caporrino
Lado M

--

Pelo menos em um momento da vida, nos deparamos com a ideia de nosso eu do presente teria algo de importante para falar para o nosso eu do passado. Muitas vezes, também, temos algo muito importante para falar para outra pessoa, mas, por algum motivo, não fazemos. Diante de situações assim, muitas pessoas colocam para fora seus sentimentos mais profundos através de cartas. E foi pensando nisso que Emily Trunko organizou e lançou o livro Cartas Secretas Jamais Enviadas.

Por meio de contribuições anônimas, em 2015, Emily Trunko, com quinze anos na época, começou uma conta no Tumblr com o nome de “Dear My Blank”. Nela, Emily começou a reunir cartas anônimas das mais diversas, nunca enviadas aos seus destinatários. O projeto, que começou como algo relacionado ao próprio hábito de Emily de escrever cartas e não enviá-las, logo tomou grandes proporções e ganhou notoriedade. De uma simples página na internet, o “Dear My Blank” tornou-se também uma rede de apoio para todos aqueles que liam as cartas e se identificavam de alguma maneira.

Após esse sucesso, Emily reuniu algumas das mais de 30 mil contribuições, e foi assim que nasceu o livro, intitulado no Brasil de Cartas Secretas Jamais Enviadas.

A leitura promete levar o leitor à situações do passado e do presente, em diversos aspectos da vida. A identificação com as cartas nele contidas são constantes. Mesmo ao ler uma carta que não se relaciona com a sua vida, é comum que ela faça o leitor pensar em situações que muitas vezes nunca pensou, como, por exemplo, uma carta de uma pessoa a outra que cometeu suicídio. O efeito que as cartas causam em quem as lê está diretamente relacionado ao caráter humano que todas trazem.

O livro é dividido de acordo com o tema das cartas, que são:

  • Querido Eu
  • Querido Mundo
  • Amor
  • Amigos
  • Família
  • Coração Partido
  • Amor não correspondido
  • Traição
  • Perda
  • Obrigado

Ao final da reunião, ainda há uma explicação de como enviar sua carta e um guia com telefones e sites para quem precisa de ajuda com sua saúde mental, já que, muitas das cartas tocam nesse assunto.

Para quem gostar da ideia da obra, Emily Trunko também é dona de outra conta no Tumblr (que também virou livro) sobre bilhetes, mensagens e textos que mudaram a vida de seus destinatários (“The Last Message Received”, no Brasil: “Últimas Mensagens Recebidas”).

--

--