Han Solo: Uma História Star Wars é diferente do que o fã está acostumado

Marina Morais Caporrino
Lado M
Published in
4 min readMay 26, 2018

Desde que a Disney comprou uma das franquias mais conhecidas do mundo, os fãs de Star Wars não passam mais vontade de ver filmes novos, desdobramentos das trilogias principais e histórias complementares a original. Han Solo: Uma História Star Wars é o novo lançamento nessa nova era, e estará em cartaz a partir do dia 24 de maio no Brasil.

O longa conta a história de um dos personagens mais icônicos do cinema e explica coisas que alguns fãs esperam para saber desde a década de 1970.

Han Solo: Uma História Star Wars

O enredo de Han Solo: Uma História Star Wars mostra desde a época de juventude de Solo, cronologicamente cerca de dez anos antes de Uma Nova Esperança, enquanto ele ainda vivia no planeta Corellia e elaborava planos de fuga, até como ele se tornou um mercenário, função que, posteriormente, em Uma Nova Esperança, o leva diretamente à Luke Skywalker e Obi-Wan Kenobi.

No Planeta Corellia, Han vive ao lado de Qi’ra, parceira desde a infância e que acaba se tornando a primeira namorada do personagem, ambos trabalhando para a impiedosa Lady Proxima. Após elaborar um plano de fuga com Qi’ra, que sai parcialmente errado, Han promete regressar ao planeta e resgatar a namorada.

Escolhido para interpretar Han Solo, Alden Ehrenreich dividiu opiniões. Parte dos críticos julgou que o jovem ator não está aos pés de Harrison Ford (ator que interpretou Solo desde sua primeira aparição). Outros, porém, defendem que a pretensão nunca foi a de imitar Ford, e sim de mostrar a transformação do personagem ao longo do filme, tornando-se o Han Solo que todos conhecem.

A atriz que ficou responsável por dar vida a Qi’ra, Emilia Clarke, endossa a segunda visão. Em entrevista, a atriz afirmou que as pessoas e as vivências de Han moldam a personalidade que os fãs conhecem atualmente. “O bonito na história do Han Solo é que ela destaca todos os aspectos brilhantes dele como personagem e os coloca em personagens que ele conhece nesta jornada para se tornar quem ele é. Vemos todos esses diferentes elementos que tornam Han quem é ao longo das interações e relacionamentos que ele têm, como acontece com todo mundo. Somos simplesmente a personificação de nossas experiências”.

Mas, quem é Qi’ra?

A personagem nunca foi citada diretamente nos filmes anteriores e Emilia acredita que muito se deva aos efeitos que ela causou em Solo, que o fizeram nunca mais citar o nome da antiga namorada: “Qi’ra não está em nenhum lugar, ou seja, algo aconteceu. [Risos] Sabe o que eu quero dizer? Algo deve ter afetado Han enquanto pessoa para que nós, fãs, não saibamos nada sobre ela”.

O que se pode saber sobre a protagonista feminina é apenas a interação que temos com ela durante o filme.

De cara sentimos um pouco a falta de uma personagem feminina poderosa, como Rey e Leia (O Despertar da Força e Os Últimos Jedi) e Jyn Erso (Rogue One). Mas Qi’ra é capaz de surpreender o telespectador por se mostrar uma personagem bastante misteriosa e um tanto independente. Ela faz o que é necessário para seguir sua vida e atingir seus objetivos, e foi assim que conseguiu sair de Corellia sem esperar pelo resgate do seu herói.

Outras personagens que merecem destaque

A Disney assumiu uma postura de inserir mais minorias em posições de destaque em seus filmes, assim como está dando mais voz para elas. Apesar de a primeira vista Han Solo: Uma História Star Wars não parecer um filme que vá seguir essa linha, ele é capaz de inserir personagens importantes nesse aspecto.

A dupla Lando Calrissian e sua androide, L3–37, merecem destaque. Lando, que é um personagem já conhecido da trilogia original, é interpretado de forma magnífica por Donald Glover, o que, por si só, já é um fato a se destacar. Glover lançou recentemente, por meio de seu pseudônimo musical Childish Gambino, o clipe “This is America”. Sua atuação foi considerada um grande destaque no filme e fez surgir rumores de que, talvez, Lando Calrissian ganhe seu próprio spin off.

Já L3–37 (na voz de Phoebe Waller-Bridge) traz um humor leve à algumas cenas, quase como o C3PO nos outros filmes da franquia, e toca em assuntos que tangem especifismo, gênero e sociedade, dando uma alfinetada em alguns preconceitos.

Ligações com a trilogia original

Se, por um lado, o ator e a inserção de um primeiro amor na vida de Han Solo antes de Leia podem desagradar alguns fãs, por outro as referências prometem conquistar integralmente.

Durante Han Solo: Uma História Star Wars são explicados alguns pontos chaves, como quando Han Solo e Chewbacca se conhecem, e outros que muitas pessoas nem ao menos pensaram serem questões, como, por exemplo, a origem do sobrenome “Solo”. Inclusive algumas questões míticas são trazidas à tona, como, por exemplo, as circunstâncias que fizeram Solo a completar o Percurso Kessel em menos de 12 parsec.

As referências, porém, se limitam a vida do protagonista. Pela primeira vez, a família Skywalker não é citada nenhuma vez durante um filme da franquia, tanto do lado de Luke e Leia, quanto do lado de Darth Vader, assim como também não há menções aos Jedi e apenas uma muito rápida à Resistência. Han Solo: Uma História Star Wars foca totalmente na história daqueles que ficam à margem da sociedade, aqueles que lidam com o Império em seu cotidiano, muitos feitos de escravos ou achando outras formas de vida sob o domínio do Império.

Originally published at www.siteladom.com.br on May 26, 2018.

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