Uma Dobra no Tempo investe em representatividade e acerta muito!

Marina Morais Caporrino
Lado M
2 min readMar 28, 2018

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Uma Dobra no Tempo é a mais nova adaptação da Disney. É baseado no livro infantil homônimo, da autora Madeleine L’Engle. O romance conta a história de Meg Murry, uma menina de 12 anos, e de seu irmão mais novo, Charles, na busca por seu pai, desaparecido há 4 anos.

O filme poderia ser só mais uma lançamento, mas muitas coisas o diferenciam de “apenas” mais um filme na multidão. Dirigido por Ava DuVerney, Uma Dobra no Tempo é o primeiro blockbuster com um orçamento maior de 100 milhões de dólares a ser dirigido por uma mulher negra.

Representatividade importa

Ava DuVerney fez questão de tornar a adaptação o mais representativa possível. A começar pela escolha da protagonista, Meg, a qual ela fez questão que fosse uma jovem negra, Storm Reid. Na trama, Meg está passando por períodos muito difíceis de sua vida após o desaparecimento de seu pai, um físico que, juntamente com sua mãe, se dedicava a estudar e entender o espaço.

É importante destacar como Uma Dobra no Tempo foi cuidadoso em mostrar que a mãe de Meg, uma mulher negra também, estudava e entendia o espaço tanto quanto seu marido, sendo uma física renomada, e não ficando na sombra dele. Além disso, o filme também mostra como Meg gosta e entende do assunto, utilizando, inclusive, seu vasto conhecimento de física para ajudá-la durante a sua missão.

No início da jornada, Meg e seu irmão, Charles, além de um colega da escola dela, Calvin, encontram com três mulheres místicas, com poderes incríveis, que os ajudarão a encontrar o Sr. Murry. Na escolha das mulheres, DuVerney também foi estratégica: a líder das três é representada por Oprah Winfrey, enquanto as outras duas são Reese Witherspoon e Mindy Kaling, descendente de indianos e influente no ramo de entretenimento norte americano (Mindy comandou a série The Mindy Project, que contém seu nome, sua história e ela mesma como protagonista).

We can do it

Durante Uma Dobra no Tempo, além dos desafios da própria jornada, vemos que Meg encara seus próprios desafios. A insegurança é algo que ela vai aprendendo a lidar e a vencer minuto a minuto. É uma viagem de superação através das inseguranças e medos que toda menina nessa fase difícil da pré adolescência, além de questões que dizem respeito totalmente ao universo de uma menina negra nessa idade (como a aceitação do próprio cabelo).

Com uma linguagem leve, Uma Dobra no Tempo mostra, principalmente para as meninas, que elas podem ser o que quiserem, desde guerreiras até cientistas. Mais que isso: o filme também mostra para o público adulto e para Hollywood que as questões de representatividade farão parte cada vez mais dos filmes e vieram para ficar.

Originally published at www.siteladom.com.br on March 28, 2018.

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