A Copa do Mundo mais esperada deste ano provavelmente é a de futebol, na Rússia. Entretanto, a comunidade cervejeira voltou suas atenções na última quinta-feira (03/05), para outra Copa, a de cervejas (World Beer Cup), que ligou seus holofotes para receber um auditório lotado no Music City Center, em Nashville — EUA. E podemos comemorar! Esta foi a edição com o maior número de cervejas brasileiras premiadas, em toda a história da competição.
A World Beer Cup é realizada a cada dois anos pela Brewers Association (BA) — a associação sem fins lucrativos dedicada às cervejarias americanas pequenas e independentes. O evento faz parte e tradicionalmente encerra o Craft Brewers Conference, uma conferência anual, voltada para negócios, que reúne diversos segmentos do mercado da cerveja artesanal americana.
A competição, também apelidada de “As Olimpíadas da Cerveja”, teve início em 1996 e já conta com 12 edições realizadas. O evento vem crescendo gradativamente em número de países participantes, cervejarias e cervejas inscritas, e também em suas categorias disputadas. Na edição de 2018, um painel de 295 juízes de 33 países, julgaram durante seis sessões num período de três dias o número de 8.234 cervejas, premiando com ouro, prata e bronze 101 categorias.
O aumento das amostras analisadas mostra como o mercado de cervejas artesanais vem se desenvolvendo no mundo. É possível observar um maior interesse de cervejarias do Canadá e do Brasil no evento — em 2018 foram 468 canadenses e 290 brasileiras. Os dois países são, atualmente, segundo e terceiro lugar em número de cervejas inscritas. O Estados Unidos dominam as inscrições com 5.814 amostras.
Os prêmios foram entregues por Charlie Papazian, um dos fundadores da Brewers Association. A subida ao palco dos ganhadores ocorreu em ritmo intenso, devido à grande quantidade de categorias a serem premiadas, acompanhados sempre por gritos de comemoração do público a cada novo prêmio anunciado.
Números brasileiros no evento
As cervejas brasileiras já foram premiadas 11 vezes ao longo da história do World Beer Cup, sendo a primeira logo na edição inaugural, em 1996, com a cerveja Antarctica (Medalha de Bronze, no estilo Dry Lager), da Companhia Antarctica Paulista, que na época ainda não havia se fundido com a Brahma, dando início ao que seria a Ambev.
Ao longo das 12 edições ,o Brasil conquistou prêmios em cinco oportunidades. É possível traçar um paralelo entre essas conquistas e o gradativo desenvolvimento e aumento da diversidade no mercado de cervejas brasileiro, que se refletiu tanto no aumento do número de premiados, como na pluralidade de marcas e estilos que tem alcançado esse reconhecimento. Confira essa trajetória no infográfico abaixo.
Neste ano, as cervejas brasileiras alcançaram o maior número de premiações da história do evento, conquistando cinco prêmios. A Wäls de Belo Horizonte e a Tupiniquim de Porto Alegre conquistaram cada uma um ouro, respectivamente com a Wäls Brut, na categoria Other Belgian-Styles, e a Tupiniquim Pecan Imperial Stout, na categoria Field Beer.
Mais três prêmios foram conquistados: a prata da Lohn Bier Carvoeira, cerveja premiadíssima nos últimos dois anos, no Brasil e no mundo, na categoria Herb and Spice Beer; um bronze da ZOZ #3 Golden, na categoria Other Strong Beer, da Brasserie 35 de Turuçu (RS); e outro bronze para a Leuven Irish Red Ale (categoria Irish Style Red Ale), da cervejaria Leuven de Piracicaba (SP).
Exceto pela cervejaria Wäls, que já havia sido premiada na edição de 2016, todas as outras cervejarias brasileiras estrearam como premiadas no World Beer Cup, que agora terá sua próxima edição em 2020. Na Copa da Rússia as emoções ainda estão por começar, mas na Copa do Mundo das Cervejas, o Brasil já está na comemoração.
