Visita à fábrica da Cervejaria Colorado

LadoBier
Ladobier
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4 min readApr 9, 2018

Colorado é o nome de um dos 50 Estados americanos. O urso pardo é o animal-símbolo da Califórnia, e que não por acaso, estampa a bandeira deste mesmo Estado. Em 1996, o carioca Marcelo Carneiro fundou, em Ribeirão Preto, a Cervejaria Colorado, pautado por conhecimentos que trouxe de uma temporada que passou nos Estados Unidos. As referências à escola americana começam pelo nome. Apesar da inspiração de fora, o coração é brasileiro. O objetivo, desde o início, foi o de trazer um pedaço do Brasil para todas as receitas, “temperando” sempre cada rótulo com ao menos um ingrediente tipicamente nacional. Apesar da compra pela Ambev, em 2015, a essência da marca foi preservada, tendo sua produção e distribuição ampliadas consideravelmente.

A visita começa pela área de brassagem, local onde é feita a infusão dos grãos com água quente, para extrair açúcares fermentáveis, que serão consumidos pelas leveduras mais à frente. A Colorado usa 4 tinas para acelerar a etapa de brassagem, produzindo em média, 40 mil litros por dia. Em sequência, vamos andando e observando os tanques de fermentação, que variam entre a capacidade de 10 a 20 mil litros. Os maiores, fermentam e maturam as cervejas campeãs de vendas, enquanto os menores ficam, por vezes dedicados às sazonais. As brassagens são programadas e dependem da área de logística em São Paulo, que vai demandando determinada quantidade de cerveja por estilo a ser produzida.

O carro chefe da Colorado é a Appia. É a campeã de vendas. Trata-se de uma cerveja de trigo com adição de mel. Por conta disso, diferentemente dos outros rótulos, seu chope sofre uma flash-pasteurização, para interromper a fermentação. Como o mel é uma grande fonte de açúcar, sem a pasteurização, as leveduras continuariam fermentando a cerveja dentro do barril, o que poderia causar uma série de problemas, que vão desde uma carbonatação excessiva, até em casos extremos, a explosão de barris. Por ser muito viscoso, o mel é aquecido e diluído previamente, antes de ser adicionado no tanque de fermentação da cerveja.

A Cauim sofre adição de fécula de mandioca, ainda no moinho, junto dos maltes, e vai para tina de mostura ser fervida. A sua outra versão, a Caium 016, nome que homenageia o DDD da cidade, é feita com dry-hopping. Esta cerveja limitadíssima é vendida exclusivamente na cidade de Ribeirão Preto. Você pode comprar na loja da fábrica ou no bar da cervejaria, na cidade. Algumas lojas e restaurantes também vendem a cerveja na região.

“estamos trabalhando atualmente com a capacidade produtiva máxima da fábrica”

Continuando o nosso percurso, notamos que os fermentadores não param nem um segundo ociosos. O nosso guia confirma, “estamos trabalhando atualmente com a capacidade produtiva máxima da fábrica”. Assim que uma cerveja sai do fermentador, o tanque é imediatamente sanitizado para receber a próxima leva. Perguntados se isso seria um indício de que vem uma nova expansão por aí, eles não puderam afirmar, mas também não negaram! A fábrica atual funciona desde 2015. A antiga era bem menor. A planta nova foi projetada antes da venda para a Ambev. Quando a compra foi efetivada, ela já estava pronta para rodar.

Maltes, garrafas, rótulos, mel, enfim tudo que é relacionado ao estoque e logística, fica na fábrica, em enormes estantes verticais. Eles só não possuem estoque de cerveja. Tudo o que é produzido já vai sendo escoado para o centro de distribuição poder encaminhar aos pontos de venda. O envase em garrafa é bastante superior ao de barril, apesar deste número vir crescendo ultimamente.

Por fim, podemos visitar um pequeno “laboratório”, que na verdade é uma pequena cozinha com fermentadores, onde os cervejeiros da Colorado fazem os testes de novas receitas e ajustes de receitas que já foram lançadas. Para visitar a fábrica, se programe com antecedência, acesse o site da cervejaria e verifique os horários disponíveis. Até a próxima!

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