ONU denuncia uso excessivo de força do governo colombiano nas manifestações contra a Reforma Tributária

Membros da ONU pedem “investigação, julgamento e punição” aos responsáveis pelos assassinatos ocorridos no país

Juan Barreto/AFP

A onda de protestos na Colômbia vem chamando atenção da América Latina e do mundo. Inicialmente contrários ao projeto de Reforma Tributária enviado pelo Presidente Iván Duque ao Congresso colombiano, os manifestantes seguem nas ruas mesmo após o recuo do governo sobre o projeto e que causou a renúncia do ex-ministro da Fazenda, Alberto Carrasquilla.

Desde o início dos protestos, no dia 28 de abril, até hoje, 4 de maio, foram contabilizados 19 mortes, sendo 18 civis e 1 policial, segundo a Defensoria do Povo. Já o portal local “Colômbia Informa” afirma que foram 21 mortes. O Ministério da Defesa divulgou que houve 846 feridos, entre eles 306 civis. Nos seis dias de protestos, a polícia prendeu 431 pessoas.

Diante disso, a ONU se manifestou sobre os acontecimentos na Colômbia, com destaque em Cali, onde um fotógrafo fez uma live no meio dos protestos e filmou a atividade policial no momento.

Em Genebra, a porta-voz do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Marta Hurtado, declarou que o órgão está “alarmado com os acontecimentos ocorridos na cidade de Cali, na Colômbia, na noite passada, quando a polícia abriu fogo contra os manifestantes que protestavam contra a reforma tributária, matando e ferindo várias pessoas, segundo as informações recebidas”.

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Já a Representante da Comissão de Direitos Humanos na Colômbia, Juliette de Rivero, alertou sobre a necessidade dos Estados respeitarem e protegerem as normas da declaração universal: “Diante dos casos de violência, lembramos que de acordo com as normas internacionais, os Estados são obrigados a respeitar e proteger os Direitos Humanos. O marco normativo que rege o uso da força inclui princípios de legalidade, precaução, necessidade, proporcionalidade e responsabilidade”, afirmou Juliette.

GOVERNO ACUSA FARC POR VIOLÊNCIA

O ministro da Defesa, Diego Molano, atribuiu a violência unicamente aos participantes das manifestações. Segundo ele, os atos foram premeditados, organizados e financiados por grupos dissidentes das Farc que se afastaram do acordo de paz assinado há cinco anos.

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