Todos os Corpos

Se sugam, se comem e se matam.

Raphael Kepler
LAPSOS
Published in
2 min readMar 20, 2019

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Existem os corpos quentes, os frios, aqueles que não se definem e mudam o tempo todo. Tem o corpo do marinheiro e o corpo da meretriz. E todos esses corpos vagam pelo mundo, buscando uma pele macia, áspera ou rugosa.

Os corpos se sugam, se comem e se matam. Seus donos esquecem do amor quando os pelos arrepiam. E por virilhas e mamilos os corpos sangram e gemem em solidão.

Homens fogem na calada da noite, caçando um corpo magro ou gordo, salivas e suor. As mulheres choram pelos corpos de seus amantes, esperando na janela pela serenata.

E meu corpo ri de tudo isso. Meu corpo é um misto de viagens e sabores. Meu corpo não busca o esperado. Ele busca o que eu não sei. Eu sinto os aromas e ouço os sussurros. Meu suor pinga frio sobre minha alma.

Meu corpo é mentira. Ele dança com o universo e se divide em planetas solitários. Meu corpo vagou por vênus, saturno e também na lua. Meu corpo anseia por mais, ele sente daqui o calor de marte, a voz das sombras perdidas em galáxias inomináveis.

Meu corpo confessa dores aos deuses e grita na escuridão.

E o meu corpo geme

por todos os corpos.

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