Aprendendo a lidar

Mariana Pires
Las Fridas
Published in
2 min readJul 2, 2018

Nathália Sousa

Foto: Mariana Pires

A auto-aceitação é um processo dentro da sociedade que demoramos muito pra conquistar porque já nascemos num âmbito de o bonito são os padrões impostos. Por exemplo, no final dos anos 90 e começo dos anos 2000 que foi o período que abrangeu minha infância, a moda da vez era o cabelo liso escorrido e o meu cabelo não é desse jeito.

Por conta disso, sempre ouvi de todo mundo, na escola, na família: “Ah mas por quê você não faz uma progressiva? Por quê você não faz uma chapinha?”. A questão é que eu não achava isso bonito, eu preferia meu cabelo volumoso e todo bagunçado a aquele cabelo artificial.

Foto: Mariana Pires

Eu nunca gostei de nada artificial e isso não é diferente em relação a minha aparência. Não me agradava a ideia de olhar aquela artificialidade e achar bonito só porque a sociedade falava que era.

Hoje em dia eu tenho 20 anos e me incomoda ver que eu estou cheia de espinhas, mas eu não tomo anticoncepcional porque eu não acho que seja algo legal. As pessoas ficam falando que isso só se resolve com anticoncepcional, mas eu prefiro ver meu rosto com espinhas do que estragar meu corpo em prol de algo que vai agradar a quem exatamente? Eu olho no espelho e não gosto, mas eu aprendo a lidar.

Foto: Mariana Pires

E mesmo com tudo isso, eu ainda não me aceito completamente porque é um processo. Por praticar esportes, eu acabo me preocupando com meu peso. Quando engordo um pouco, além de sentir impacto no meu rendimento, não me agrada ver meu corpo assim. Acredito que essa questão seja algo meu mesmo, que vai além do padrão ditado pela sociedade.

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