CamaLEOA
Tamires Rocha
Eu não costumo escrever. E não tenho dúvidas que esse texto será minha maior exposição nesse projeto.
É sobre auto-aceitação, sobre auto-conhecimento, auto-amor e caminhada. Assim vejo esse exercício como extremamente necessário a nível pessoal.
Como colocar suas fragilidades passivas de julgamento.
E eu julgo.
Muito.
Muito mais a mim mesma.
Eu mudo.
Sempre.
As cores do cabelo, os cortes, as roupas, meus móveis do quarto.
Não em uma busca para me achar, mas porque me achei na mudança.
Filha de aquariana, o padrão é sempre questionável.
Minha juba foi ela quem me ensinou a amar e toma-la como coroa.
Auto-estima é uma construção diária.
Lembrete diário digno de post-its espalhados.
Sou artista da arte frágil.
Arte-estima.
Moldada à tapas na cara pra lembrar que não sou nada além de uma forma de vida baseada em carbono que está aqui perdida como todas as outras formas de vida baseadas em carbono que também estão perdidas.
“Pega tuas sandalinhas da humildade e aprende a caminhar”.
E o Ego dói.
Esperneia.
Faz drama.
É sobre lidar com nossos monstros.
E joga-los em cima de um palco.
Eu sou Frô.
Eu sou Rocha.
Geração Sabrina: A aprendiz de feiticeira
O bordado da avó. Os chás da mãe. O xale da bisa. Reside menina ancestral, mulher que resiste ao tempo.
No meio do mato, da mata e de mim.
Alho para curar. Abacate para embonitar.
Vem a valorização do conhecimento antigo, de mulheres que só tinham a si para se conhecerem. E a lua para guiar a todas, alumiando todas as gerações.
Cí. Cli. Cas.
- Eu nasci em lua cheia, mãe!
Íntima da rebeldia. Parceira da resistência.
Hoje costura, cozinha, cura.
Hoje luta, trabalha, incomoda.