Como soluções baseadas em nuvem podem ajudar na luta contra o câncer

Thaisa Fernandes
Latinx no Poder
Published in
15 min readDec 2, 2020

Baseado no episódio com Alma Lopez 🇲🇽

Bem-vindx ao Latinx in Power, um blog e podcast que irá compartilhar histórias de líderes Latinxs incríveis ao redor do mundo, apresentado por Thaisa Fernandes, uma latina orgulhosa Gerente de Programa e Produto de tecnologia vivendo no Vale do Silício e compartilhando suas experiências.

É uma grande honra conversar com Alma Lopez hoje. Nós nos conhecemos no evento Latinas in Tech, e nós participamos do mesmo painel na Electronic Arts, no qual falamos sobre nossa carreira em produto. Alma estudou Engenharia da Computação e ela também tem um mestrado em Ciência, em Ciência de Dados.

Nesse episódio nós conversamos mais sobre como o machine learning (aprendizado de máquina), e soluções baseadas em nuvem podem ser um grande apoio na luta contra o câncer. Nós também conversamos mais sobre a jornada de Alma, vinda do México, como uma engenheira da computação fazendo transição de sua carreira para Product Owner.

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O que significa ser latina para você?

Significa ter orgulho, e é uma responsabilidade enorme, porque nós representamos a cultura, baseada em valores familiares fortes. Nós temos uma grande história. E, por esse motivo, nós somos responsáveis por manter isso vivo.

Podemos começar com a língua. É muito engraçado que você preste mais atenção em falar corretamente, porque você representa aquela cultura. Cozinhar, você faz questão de saber como fazer certos pratos, assim como sua avó faz, cozinhar todas as tradições mexicanas com familiares de amigos e até com meus colegas de trabalho.

Dessa forma, ser Latina me permite ser apaixonada. Latinxs são muitos famosos por terem paixão em todos os cantos do mundo. Nós amamos pessoas, nós acolhemos pessoas e nós somos felizes. Nós amamos a comunidade. Meio que somos conhecidos por atitudes positivas.

Por ser mãe, eu também ensino minhas crianças a amar os dois países, aquele no qual elas nasceram e aquele que elas têm de sangue. O que eu gosto é que eu sou uma latina que pôde escolher outro lugar para viver. Eu reconheço isso como um poder, eu tenho duas casas, uma que eu nasci e fui criada, e outra que eu escolhi para viver e criar minha família. Ao mesmo tempo, o México tem uma grande parte do meu coração. Estar aqui no Vale do Silício e ser Latina é muito importante e eu tenho orgulho de estar aqui. Eu acho que esta é a melhor palavra que descreve para mim o que é ser Latina, é ter orgulho.

Como foi sua jornada no exterior?

Eu cresci e estudei no México, eu tinha um bom emprego lá. Meu sonho era aprender sobre tecnologia e ciência da computação, e trabalhar no Vale do Silício. Em 1997, minha empresa me enviou para um treinamento em São José, na Califórnia.

Eu fui para lá e vi todas as outras empresas. Naquela época era Sony, Yahoo, Thought Network, Cisco, e eu fiquei muito animada. Voltei para o México e coloquei na minha cabeça que eu precisava trabalhar lá. Um dos meus melhores amigos da escola seguiu uma garota, e acabou vivendo aqui na Bay Area. Ele estava trabalhando para a Silicon Graphics, então quando eu vim para o Vale do Silício para outro treinamento, e nos encontramos, ele disse, “Alma você deveria vir pra cá”. Isso aconteceu na bolha de 1998, e eu pensei, vou tentar.

Eu procurei empresas que me escolhessem para fazer entrevistas do México, eu fiz as entrevistas, eu recebi as ofertas. Eu disse sim para uma oferta, e demorou nove meses para o meu visto ser aprovado. Aquele era o meu primeiro bebê. Era uma pequena empresa de consultoria, e todos os meses eles falavam comigo. Finalmente, nós conseguimos a documentação de trabalho, eu consegui me mudar, então eu dei a notícia para meu trabalho anterior no México.

Meu amigo tinha razão, mas a notícia era que ele estava deixando a região de Bay Area. Sua namorada na época, agora esposa, havia recebido uma oferta de trabalho na Noruega, e eles estavam de mudança. Ele veio com ela pra cá, e agora iria seguir com ela para a Noruega. E eu estava na Bay Area, sem amigos e sem família. Aqui, meu trabalho era tudo para mim. Eu cheguei em agosto de 1989, com duas grandes malas, isso é tudo. Eu comecei a trabalhar, aquilo era tão empolgante e totalmente diferente para mim.

Qual é o aspecto favorito sobre sua carreira?

Minha parte favorita sobre minha carreira é a de ser capaz de contribuir com minhas habilidades técnicas e experiência na luta contra o câncer. Eu tenho familiares e amigos que lutaram e estão lutando contra o câncer, alguns deles estão bem, outros nem tanto.

Eu adoro que nós podemos ajudar a prover ferramentas para encontrar os tratamentos apropriados para lutar nessa batalha. Então, será mais fácil ajudar pesquisadores a tomar decisões a respeito do desenvolvimento de remédios, e nós podemos ajudar os pacientes dessa forma. Meu time e eu estamos trabalhando para contribuir nesse campo.

Eu também adoro trabalhar no Vale do Silício, onde você tem a oportunidade de trabalhar com pessoas de tantas outras culturas. O que é uma experiência única, se você está tentando resolver um problema. Nesse caso, como você pode saber atacar esse problema e ter a melhor solução? Nós temos diversidade e perspectivas diferentes. É único quando você tem um time multicultural, com diferentes experiências e bagagens, mas com algo em comum.

Nós temos essa sensação de que estamos ajudando. De que estamos tornando a vida mais fácil para alguém que nós podemos amar, ou alguém que não é tão próximo, ou um amigo. Eu fico muito tentada toda vez a falar sobre isso com meus colegas. Existe sempre alguém que conhece alguém que também está lutando essa batalha e faz disso um grande propósito.

O que faz uma product owner? Quais são suas principais responsabilidades como uma product owner?

Eu trabalho com times multifuncionais. Isso significa que eu trabalho com engenheiros, cientistas de dados, gerentes de projetos, especialistas em usabilidade, designers, testadores e gerentes de produto. Nós criamos um aplicativo de software. Nesse caso, eu me considero a brecha entre os requerimentos da empresa e o time de desenvolvimento. Meu objetivo principal é ajudar os desenvolvedores a entender o que a empresa precisa.

Minha formação técnica me permite entender as soluções possíveis para ajudar a fazer as coisas acontecerem. Eu sou a comunicação direta também com os stakeholders, ou os gestores, para assegurar que estamos implementando o que eles têm em mente, que nós temos o quadro de referência, e também é baseado nas prioridades deles, porque eles tiveram a comunicação direta com o usuário final. Vamos dizer, o médico, o pesquisador ou paciente, nesse caso.

Eu pego os requerimentos da empresa, qual é o valor, e explico isso à minha equipe, e nós tentamos chegar a uma solução. Eu sou responsável por explicar isso, e também em ter certeza que tudo é implementado a tempo, seguindo o orçamento e a prioridade certa. Basicamente, é ser capaz de falar a linguagem técnica correta. Meu entendimento de por que algo pode ser difícil, e o que pode ser mais fácil, e ao mesmo tempo isso me permite desafiá-los a melhorar e a ter resultados mais rápidos.

Qual é a diferença entre o papel de uma Gerente de Produto e de uma Product Owner?

Essa é uma pergunta muito, muito interessante, porque eu acho que isso também depende das empresas. Algumas pessoas chamam de gerente de produto, outras chamam de gerente de programas, outras de gerente técnica de produto, product owners.

Basicamente, a grande diferença é que a gerente de produto é a pessoa que define o roadmap do produto e tem comunicação direta com os usuários e os stakeholders. Eles estão no controle de obter o dinheiro para financiar o produto.

Nosso product owner é a pessoa responsável pelo backlog, que é criado com as peças primárias de um requerimento que o gerente de produto deseja, e certifica que os requisitos implementados são baseados na prioridade, e tem acesso aos stakeholders.

Eu sempre tento verificar que nós estamos trabalhando adequadamente com os requerimentos corretos junto ao meu gerente de produto, porque eles são os que têm uma visão mais ampla e ideias melhores sobre o produto, porque eles têm mais contato com os usuários finais. É importante se certificar de que estamos criando o produto correto e nós somos responsáveis em comunicar isso para o time de desenvolvimento.

Eu trabalhei com o gerente de produto todos os dias, e também com o time de desenvolvimento. Eu posso ver o impacto, a implementação e ter uma visão para a solução. Se nós temos um problema de bloqueio, eu sou a primeira a comunicar isso para meus gerentes de produto também.

Às vezes, não podemos fazer as coisas, porque temos dependências dessa outra equipe, mas podemos trocar isso por outros requerimentos, e alguns desenvolvedores podem continuar trabalhando e nós utilizamos o orçamento. Essa é uma visão geral do que eu faço, eu tenho um pé na equipe de desenvolvimento e outro na equipe de negócios. É muito desafiador, mas também bem gratificante.

Toda semana eu aprendo algo novo. Embora eu não seja médica, nem patologista e nem bióloga, eu tenho que aprender alguns aspectos técnicos da área para ser capaz de entendê-los da mesma maneira, isso sempre traz coisas interessantes para aprender algo novo.

Qual conselho você daria para alguém que quer seguir carreira em tecnologia?

Existem tantas áreas, tantas aplicações, tantas indústrias que você consegue alcançar em tecnologia. Minha sugestão é começar cedo, e aderir a uma empresa. Você pode ingressar em um banco ou uma instituição financeira ou ingressar em uma empresa de serviços de saúde. Não tenha medo de fazer isso, porque vai te permitir ter experiência em áreas diferentes, que você não conhece.

Neste momento, eu já tenho muitos anos de experiência, mas eu trabalho em muitas áreas diferentes, em redes complexas de implementações. Eu trabalhei com gerentes de TI, cientistas de dados, cientistas e desenvolvedores. Existem tantas aplicações que podem funcionar com tecnologia. Minha sugestão fundamental é apenas chegar lá, se envolver e experimentar. Se você não gostar, pode procurar por outra oportunidade.

A tecnologia está em todos os lugares, seja curiosa quando você sentir que está fazendo a diferença e alguém acredita em você. Você sentirá que o salário não é importante. Como consequência, você vai se divertir, e aproveite isso. É isso o que você faz, continue trabalhando, você não vai saber se não tiver experiência. Demorou um bom tempo até eu ser quem sou hoje. Aproveitei minha experiência, e tudo que eu tinha aprendido antes me ajudou muito no que eu estou fazendo agora.

Se você está na área de tecnologia, prepare-se para continuar aprendendo o tempo todo, porque a tecnologia está mudando rapidamente. É impossível explicar tudo que eles estão dizendo. Você tem que decidir seguir com os dados, por exemplo. Existe o caminho da ciência de dados, como manusear bases de dados, talvez até escrevê-los diretamente. Ou, bem, se você gosta de telecomunicações, existem muitas oportunidades na Bay Area, mas há outros locais onde podemos trabalhar com tecnologia. A parte boa é que o salário é bom, é um bom lugar para estar. Também, nós estamos vivendo em uma situação de pandemia e a indústria da tecnologia não foi tão impactada, você pode continuar trabalhando desde que tenha conexão com a internet e um computador.

Eu era bem tímida no começo da minha carreira quando eu estava estudando e trabalhando. Eu tinha que desenvolver minhas habilidades de conversar com pessoas e de ser boa em apresentações. Eu acho que é só tirar vantagem de suas habilidades e também do que você acha que é boa fazendo. Você precisa acrescentar melhorias nisso. Faça cursos de treinamento, coaching e também, como eu mencionei, faça. Não pense sobre isso, especialmente para nós, a língua, eu consigo me relacionar totalmente. Quando você chega nesse país, ah, meu Deus, eles não me entendiam. Então, você fica quieta, e não faz perguntas. Você precisa praticar, fazer isso. Não tenha medo, vá e faça.

O que te deixa empolgada?

Algo que me deixa empolgada é o sentimento de realização. Eu lembro de quando criança, meus pais tinham algumas expectativas sobre mim, e quando eu conquistava algo, o sentimento de que eles estavam se sentido orgulhosos de mim era maravilhoso. Eles ficavam felizes quando eu alcançava uma meta e isso é bom.

Eu consigo me identificar isso como uma mãe, como uma filha, como uma esposa, como uma engenheira de product owner, algo que eu não percebia que eu gostava. Eu amo planejar, mesmo quando vamos viajar nas férias. Eu gosto de pensar sobre o que fazer, e também de planejar em detalhes, mas eu gosto de ter uma ideia do plano. Eu não vou dizer, “vamos para a Disneyland agora”, de jeito nenhum. Quando eu completo o plano, eu finalizo meu pequeno projeto. Mesmo com a limpeza da casa, eu me sinto bem. É aquele sentimento de dever cumprido que dá o pontapé inicial para começar o projeto, que te levou a começar a planejar, isso tornou meu mundo melhor, e colocou pessoas ao meu redor que fazem me sentir bem. Eu realmente não acho que tenha alguém que de fato tem prazer em limpar a casa, mas pensam, “okay, eu não gosto de limpar, mas essa é a recompensa. Eu vou ter uma casa bacana. Eu vou, sabe, assistir minhas séries favoritas e tudo vai estar cheirando limpo”. Você sente o dever cumprido.

Me fale sobre a primeira coisa que vem à sua mente quando você ouve essas frases:

Uma música para uma noite no karaokê

Timbiriche é uma banda dos anos 80 e 90 do México. Eu cresci com as músicas deles, então eu conheço todas as canções. Eu posso cantar elas com sentimento de verdade. Pessoas mexicanas vão se identificar com isso.

Seu superpoder

Multitasking, que é muito útil na maternidade. Eu consigo lavar as louças e assistir à TV ao mesmo tempo. Você pode ouvir uma música, e ainda pensar em uma possível solução para um problema. Você pode alimentar o bebê e ainda ouvir o que está acontecendo no jornal durante o jantar à noite.

Um livro

“Você é fera: Pare de duvidar do seu potencial e comece a viver uma vida incrível”, de Jen Sincero, eu li talvez três ou quatro anos atrás. Eu estava falando para minha irmã mais nova semana passada sobre esse livro, que ela não teve a oportunidade de ler ainda. É um livro que em todos os capítulos empodera mulheres, é sobre ser grata e amar a si mesma. Todas têm habilidades que precisam ser desenvolvidas, mas a única que você precisa ter é ser boa consigo mesma. Ame-se, tenha tempo para você. Eu gosto que nesse livro, em cada capítulo, ela escreveu “ame-se”. É uma coisa boa para aprender, então eu realmente gosto e é muito empoderador para as mulheres.

A última habilidade que você aprendeu

Meditação, mesmo que eu esteja fazendo isso há anos. Eu posso dizer que nos últimos meses eu tenho melhorado nisso. Eu realmente sinto que eu estou em modo meditativo. Antes eu só conseguia por um minuto, e eu costumava pensar que eu tinha que fazer isso e aquilo. Era muito difícil, no começo. Eu pratiquei e pratiquei nos últimos meses, é a única coisa que realmente me ajuda.

Ter filhos pode ser desafiador e meditação é uma das únicas coisas que é apenas meu momento. Isso me permitiu, durante a pandemia, meditar durante 15 minutos sem ao menos perceber. Eu não posso dizer que eu dominei isso, mas posso dizer que estou realmente meditando agora. E eu tento fazer isso todos os dias, é bom para mim, me acalma, e me traz prazer, porque eu sei que eu me amo quando faço isso.

O que te motiva a trabalhar duro?

A minha família, eles são os que me encorajaram em todos os momentos a dar o meu melhor. No começo dos meus anos escolares, minha família sempre me apoiava em atividades que me deixavam interessada. Quando eu estava fazendo aula de fotografia, artes marciais ou interessada em computadores, meu pai sempre foi o primeiro a me encorajar. Naquela época, um computador custava muito dinheiro e eu tinha muita sorte de ser capaz de fazer meu dever de casa e tudo, em casa, no meu computador.

Hoje em dia, meu marido e meus filhos são os meus maiores torcedores. É legal ser apoiada. Para meu crescimento pessoal, eu voltei a estudar três anos atrás, para fazer meu mestrado. Minha família e minhas crianças sempre me encorajaram, nós também fazemos lição de casa juntos. Quando eu me formei, tive muita sorte de ser em 2019, e não este ano. Foi possível dar uma volta, ir à cerimônia, minhas crianças estavam lá. Eu nunca vou esquecer seus olhos e como elas estavam orgulhosas de mim.

São eles que me motivam a dar o meu melhor, mesmo quando eu estou doente, quando não quero levantar da cama, mas eles são as pessoas que me dão energia para trabalhar o tempo todo.

Como você continua a aprender para ficar por dentro do seu cargo?

Eu acho que podem ser coisas básicas, como ler artigos, ser parte do que está acontecendo na tecnologia. Assistir a vídeos sobre um novo tópico, e, agora, nós temos todo esse acesso à internet e a todos os materiais, pesquisas, livros, material de treinamento, como uma especialista na área.

Acredite em mim, pesquisadores amam falar sobre seus trabalhos. Eles ficam tão felizes com isso na minha empresa. Veja na sua empresa, eles podem oferecer crescimento profissional para desenvolver hard e soft skills e continuar a aprender o tempo todo. Apenas fale com as pessoas. Eu acho que você ficará impressionada com o que eles fazem e o quanto você pode aprender e ver o mundo de uma maneira diferente.

Habilidades de negociação são definitivamente algo extremamente importante na sua profissão. Você tem alguma dica para alguém que está com dificuldades ou quer melhorar essa competência?

Eu acho que é comunicação. Comunicação é a única coisa que você precisa para tornar uma negociação mais produtiva, e a comunicação escrita, é muito importante ser capaz de ouvir e levar um tempo para entender, porque quando você fala com alguém para negociar e não consegue entender o que eles querem dizer quando estão se comunicando, vai ser difícil. Mas quando você tem tempo para ouvir, e você entende, o ponto de vista é diferente.

Essa é a minha proposta, ser analítica, analisar a situação, e o que funciona para mim quando tento vender uma ideia. Eu sempre tenho um plano A e um plano B. Eu sempre tento com o plano que eu quero seguir, claro, então eu quero ser capaz de ter um bom tempo para fazer essas coisas. Mesmo que isso seja tempo demais e você meio que saiba o que está por vir. Você pode negociar, “okay, que tal não duas semanas? Que tal uma semana e meia? E não três recursos, mas apenas dois?”. Você pode oferecer duas opções, ou três, se possível.

Você dá a eles opções para tomar uma decisão — então não é sua a decisão –, mas dá a oportunidade para eles se sentirem empoderados também. É desse jeito ou não é. Assim, nós podemos fazer isso de uma outra maneira. Eu prefiro muito mais o primeiro jeito. Dar a eles a oportunidade de tomar uma decisão por eles mesmos, então é bom tê-los analisando a situação.

Seja capaz de ouvir o que eles trazem à discussão também, e não torne fácil falar. Leva um tempo para você não fazer algo do tipo “é desse jeito, ou não existe outra maneira”, porque se você fizer isso você vai se frustrar, você vai ficar enlouquecer e vai se bloquear. Apenas esteja aberta.

Escute. Eu acho que a maior parte é escutar para ser capaz de oferecer uma solução. Dessa forma, a outra parte tomará uma decisão, qualquer que seja a solução. Agora, eles podem fazer outra proposta, mas ao menos o que funciona para mim é oferecer essas duas opções e pressionar para aquela que eu realmente desejo.

Outra coisa que eu aprendi com a minha mãe: sempre seja legal e gentil. A maneira como você pergunta é a maneira como você recebe. Se eu chego com toda uma atitude e demandando, eles ficarão na defensiva, e acredite em mim, você não vai conseguir. Quando você age de uma forma bacana, educada, amigável, e pede por algo, você nunca vai receber de uma forma tão legal quanto essa. Isso funciona para tudo, seja sempre gentil. E, dessa forma, também escute.

Eu lembro sempre das situações em que você apenas tem uma conversa com alguém por quem você sente empatia. Eu fico surpresa com o resultado que isso tem. Uma vez eu estava trabalhando, e tive um grande problema no aeroporto, no México. Era doido, porque eles tinham algo de errado com o sistema. As pessoas estavam tão frustradas, as pessoas estavam, você pode imaginar, realmente reclamando. Quando chegou a minha vez, depois daquela fila enorme, era minha vez de fazer o check-in. Eu perguntei para a pessoa do atendimento o que havia de errado, e o sistema tinha ficado fora do ar por meia hora, algo pelo qual todas as pessoas tinham sido afetadas. Eu disse para o atendente, “tudo bem, não se preocupe, tudo vai ficar bem, esse problema pode acontecer em qualquer aeroporto, não só no México. Falhas técnicas estão por toda a parte”. Então, ele olhou para mim e disse: “Obrigado por entender. A propósito, você acabou de receber uma melhoria para a primeira classe. Obrigado”. Eu acho que gentileza é algo muito importante. É uma mentalidade que definitivamente não é fácil, mas que dá frutos.

Espero que você tenha gostado desse podcast. Nós teremos mais entrevistas com líderes Latinxs incríveis toda primeira terça-feira do mês. Confira o nosso site Latinx in Power para saber mais. Não se esqueça de compartilhar comentários e feedback, mas sempre com gentileza. Nos vemos em breve.

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Thaisa Fernandes
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Program Management & Product Management | Podcast Host | Co-Author | PSPO, PMP, PSM Certified 🌈🌱