Jobs (2013): lições de um empreendedor apaixonado
Mesmo sendo um “tomate podre” do cinema, as sementes de uma fruta estragada ainda fazem nascer raízes
Esta não é a resenha de um filme aclamado pela crítica, e tampouco é uma resenha. Mas, por motivos de trabalho e faculdade, eu assisti Jobs, um filme pouco eficaz em seus métodos biográficos, mas capaz de transmitir a paixão do protagonista. As lições que tirei, quero compartilhar contigo, aqui.
A não ser que tu more em uma caverna isolada, certamente conhece Steve Jobs e sua macieira tecnológica mais rica do mundo, também conhecida como Apple. Mas, se assim como eu, não sabia a sua história, possivelmente sempre encarou Jobs como um mero sinônimo de eletrônicos caros.
Assistir Jobs (2013) é, para nós, empreendedores e/ou profissionais criativos, uma oportunidade de identificação e inspiração.
Logo de início, somos apresentados a um aluno universitário que assistia aulas avulsas de matérias totalmente diversas, como caligrafia. Ele é como muitos de nós, que estudamos sobre como executar nosso trabalho da melhor forma, mas também sobre design, criação de sites, tráfego…
Ele também sente essa sensação de que precisa ter algo seu, e se sente preso quando está em um trabalho que não permite que implemente suas ideias. Alguém que busca uma oportunidade de fazer mais, melhor e, principalmente: de deixar a sua marca.
É um apaixonado, que se dedica a cada projeto como se fosse o último, mesmo cometendo diversos erros pelo caminho. Talvez, justamente por isso, este filme também longe da perfeição, tenha lições tão interessantes a nos passar sobre a sua vida:
Cada detalhe importa, até mesmo as fontes das letras
Jobs, em vários momentos do filme, faz questão de garantir a sofisticação dos seus produtos em cada detalhe, até nas letras. Na sua ausência, esse cuidado é retratado como algo que faz falta na empresa. Os detalhes também constroem a nossa identidade de marca, e se tornam memoráveis junto com ela.
Mas outra característica que também é muito lembrada quando se pensa na Apple…
“As pessoas não sabem o que querem, até você mostrar”
O computador pessoal é apresentado como uma revolução que ninguém queria, praticamente inútil para o consumidor. Hoje em dia, quando eu escrevo este texto de um e você talvez também leia por meio de um, pode parecer imaginável. Mas precisou acontecer, para ser desejado.
Pra quem não trabalha diretamente com inovação, também dá pra pensar no funil de vendas, e toda a ideia de encaminhar o cliente em potencial até o desejo de compra. E falando em vendas…
Ouça o comprador, e tenha novas perspectivas
Se na próxima hora de filme, veremos Steve com o ego de um adolescente mimado, no início, os tapas na cara são lições bem aprendidas. O comprador do Apple I se decepciona ao só receber placas no lugar de computadores, e assim surge a segunda versão, mais completa para o consumidor final.
Na vida real, Jobs disse uma vez que “Você pode encarar um erro como uma besteira a ser esquecida ou como um resultado que aponta uma nova direção”. E falando em frases dele…
“Temos que olhar para a concorrência e dizer que faremos diferente”
Essa, pelas minhas pesquisas rápidas, teve mais autoria do roteirista do que da sua fonte de inspiração. Mas o fato é que concorrência com a IBM — uma das líderes no mercado de computadores na época — é bastante retratada, e em certo momento, ele diz esta frase para seus funcionários.
Dizer que entrega o melhor, mais rápido ou mais barato, pode ser uma armadilha. Mas entregar à sua maneira, com características suas, é insubstituível. Nos produtos, e na comunicação. Falando nela…
Não venda o produto, mas as suas possibilidades
“Mil músicas no seu bolso”, este foi o lema do primeiro iPod, com uma descrição muito melhor do que o chato “5 GB de memória” — o que interessa é o que o consumidor pode fazer com isso. O mesmo pode ser dito sobre a apresentação do computador Machintosh, “uma ferramenta para a mente.”
As pessoas não compram seu produto ou serviço, elas compram o que ele significa nas suas vidas. E claro, elas também compram o porquê de você fazer isso, que como última e mais importante lição…
“Para se ter sucesso, é necessário amar de verdade o que se faz”
Como eu comentei contigo no início, a paixão é o elemento melhor retratado e mais presente nesse filme — honestamente, é quase um romance entre um empreendedor e seu negócio. O que fez o sucesso de Jobs, pelas suas próprias palavras — porque essa frase é dele — foi amar o que fazia.
É isso que nos faz sentir vivos, empolgados, que nos motiva a sonhar e correr atrás. Eu, amo escrever. E você? Me conta nos comentários!