Perfeitinha? Não sou obrigada!

Gisela Guarienti
Lean In SP
Published in
2 min readJun 28, 2019

Bem sucedida, profissional respeitada, mãe exemplar, filhos educados, esposa dedicada, família linda, corpo sarado, foto de biquini perfeita, esporte três vezes por semana, alimentos saudáveis e orgânicos, divertida, cabelo hidratado e brilhante, papo cabeça, líder, diploma em escola gabaritada, whey protein, pele sem rugas, carro do ano, make perfeito, cozinha, lê, fala línguas, articulada, meditação, bumbum na nuca, scarpin, assuntos tendência, dentes retos e brancos, viagens espetaculares, instagram, vários likes, fashionista, rede de amigos, harmonização facial, restaurantes estrelados, assuntos variados, sexy sem ser vulgar. UFA!

Parece a lista do supermercado, mas minha amiga, esse é o padrão socialmente aceito junto com uma lista de expectativas que criamos ou criaram para a gente ser, fazer, ter. Inatingível, irreal, frustrante, caríssimo, e no final, estamos sempre perseguindo um ou vários itens desta lista e, vou te dizer, vamos falhar miseravelmente.

Parece que viemos programadas para fracassar! Sim, e que bom! Estar “fora do padrão” não deveria ser atestado de ostracismo, exclusão, depressão. Que saco!

A revolucionária que habita em mim, saúda você!

Uma das coisas que tenho aprendido (com muito suor) foi entender que ser (nem que seja um pouco) revolucionária nos liberta! Romper com os padrões tem me permitido exigir menos de mim mesma, deixando espaço para enxergar o que importa: ser quem sou sem máscaras. E, um pouco de afrouxamento nessas regras todas, tem me feito viver com mais alegria, mais plenitude e tranquilidade. Tente, mal não vai fazer. Mas também não adianta ser revolucionária e depois ficar se cobrando. Seja menos exigente com você mesma.

(Foto: Edu Lauton)

Perfect, not today!

A partir do momento em que entendi que precisava deixar tudo isso de lado e me encontrar, eu fui me libertando da necessidade de ser perfeita, de ter um emprego indefectível e uma família feliz. Não somos perfeitas e é justamente na nossa imperfeição que talvez esteja nosso diferencial e nossas grandes qualidades.

Viver uma vida exemplar, aceita pelo Instagram, tem um custo emocional gigante! Tem tantos “não pode”, “tem que ser assim”, “sim”, e “estou de dieta”. Convido você a quebrar comigo esses padrões: deixar o cabelo grisalho, dizer não para um prazo maluco, aceitar que talvez você não queira um cargo de liderança, entender que você é vulnerável, deixar a louça na pia, cabular a academia. Aliás, faça academia se quiser, se estiver a fim e se isso te trouxer alegria e prazer.

A vida passa rápido demais. Felicidade deveria ser um mantra e sua busca um grande prazer. No último encontro do Lean In, comentei que entendi finalmente que a felicidade vem de dentro e é ali que está o nosso tesouro. Não é uma bolsa caríssima, mas se ela te fizer feliz, por que não? E se você quiser, rompa com tudo o que eu disse, mas busque a sua felicidade, disso eu não abro mão.

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Gisela Guarienti
Lean In SP

Publicitária com MBA em Gerenciamento de Projetos, atuo no segmento de tecnologia, amo livros, conhecimento, gatos, gastronomia e viagens!