Learning 3.0, uma revolução na aprendizagem

Learning 3.0
Learning 3.0
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5 min readApr 21, 2017

Published by Richard Aspinall at https://medium.com/learning30co/learning-3-0-a-revolution-in-learning-f673b043d9b9

Na estrada

Em uma jornada de 15h, começando as 2h da manhã (horário de Londres), eu tinha tempo mais que o suficiente para imaginar o que um Learning Camp poderia me trazer. AleXandre Magno tinha tentado me explicar isso em mais de uma ocasião e, em teoria, eu sabia mais ou menos o que esperar mas, na verdade o Camp excedeu quaisquer expectativas que minha mente cheia de álcool e descompensada pela viagem poderia imaginar.

Um dia depois, eu estava em um ônibus com mais ou menos uns 20 brasileiros, cada um deles se perguntando quem eu era e porque eu não falava uma palavra em português (Cerveja sendo a óbvia exceção!). Quem era aquele homem desconhecido? Um agente secreto disfarçado…?!

Uma vez no Camp, um belo local próximo a cidade de São Paulo, eu assisti o AleXandre Magno acionar a engrenagem. Pode ser verdade que eu não entendi muito da sua introdução mas pareceu importante. Cada atividade foi auto-explicativa, cada participante foi totalmente capturado e a atividade de energização do Caio Cestari Silva foi simplesmente hilária! Lá estávamos todos, pretendendo ser animais; grasnando, relinchando, piando e tentando nos organizar por ordem de tamanho. Eu pensei, isso é muito não convencional, bem fora do normal…mas isso era apenas o início!

Há delegação e há delegação, mas após algumas poucas sessões, algo muito interessante começou a aparecer: não havia qualquer tipo de hierarquia. Os estudantes tinha assumido isso por eles mesmo para facilitar as partes chaves do Camp e eu notei que cada pessoa na sala começou naturalmente a ter responsabilidade por cada atividade. Isso se tornou muito óbvio quando Antonio Luiz, um convidado especial, arrumou as cadeiras em um círculo e começou a compartilhar sua experiência de facilitação. De novo, eu não podia entender uma palavra que ele disse, eu estava de alguma forma perdido no conceito mas simplesmente observando o Antonio, eu pude ver que seu público estava como massa de modelar em suas mãos. Com um simples contato de olhos, o mais intenso que eu já vi, o público estava preso. Uma vez que a sessão chegou a um final natural, os estudantes estavam prontos para explicar exatamente o que Antonio tinha dito a eles. Esse processo de compartilhar comigo o que eles tinham aprendido era um tema constante do fim de semana e agora, pensando sobre isso, era uma forma incrível para as pessoas que compartilhavam de consolidar sua própria aprendizagem.

Quack, Quack

4 latas de Brahma, um bom jantar, algumas atividades quebra-gelo e após uma necessária dormida, era hora de começar o primeiro dia completo. Esse era onde os “Campers” realmente descobririam sobre o que o Learning 3.0 realmente era. Para mim, o aspecto mais intrigante da sessão era entender a teoria fundamental do Learning 3.0 e como nós tínhamos chegado a esse ponto. Em apenas meia hora, AleXandre Magno tinha conseguido condensar seu livro em um fascinante conjunto de slides de inspiração e revelação. Mais importante talvez foram as ferramentas que permitiram colocar mais efetivamente o Learning 3.0 em prática. Foi de uma forma quase artística porque assim que cada atividade era finalizada, as paredes da sala pareciam mais e mais com a Tate Modern Gallery. O agora famoso Learning Canvas demonstrou isso de forma mais distinta e se tornou o componente chave da aprendizagem do grupo.

O final do dia terminou por volta das 20h30 mas o que me facinou foi como que ninguém estava cansado. Na verdade, os estudantes pareciam querer mais e mais e eu notei como cada um deles se aproximou de mim para explicar (o que eles pensavam) o que eu tinha perdido devido a barreira da língua. Eu realmente apreciei a preocupação que ele tinham e seu entusiasmo em compartilhar seus conhecimentos e habilidades descobertas. Como eu disse, “compartilhar é se importar”.

Um dos pontos altos foi sem dúvida o Lego Serious Play. Uau! Se tivesse uma forma de demonstrar a aprendizagem emergente, então essa era ela. Facilitada por duas praticantes entusiasmadas (Paquisa Mazzola e Mirian Favaro), os grupos foram definidos com a tarefa de construir, com 6 tijolos básicos de Lego, um pato. Após, cada um de nós compartilhou um história sobre o seu pato e assim foi o tema. Criar, compartilhar, discutir foi a ordem do dia, com cada modelo ficando um pouco mais inovador a cada momento. A pergunta que nos foi colocada, “Como você pode criar um modelo que reflita a aprendizagem?”. Cada um de nós pegou o seu modelo individual e o reconstruiu para criar um modelo para o nosso grupo de 5. Uma vez completo, cada grupo explicou o modelo para toda a sala. E depois? Claro, todo o grupo (em torno de 20 pessoas) produziu um único modelo abrangente.

O que isso significou? Que todos nós nos beneficiamos de compartilhar nossas ideias e que, por fim, nós todos trouxemos valor para as tarefas. “A moeda não somente caiu mas ela fez um grande buraco no chão”. Isso foi inovador e revolucionário. Essa era a essência de Aprender e Compartilhar. Quack quack!

Reflexão

Então, ao fim do Camp, eu penso que meu papel lá se tornou claro. Infelizmente, eu não era um agente secreto, trabalhando disfarçado para servir a Rainha e ao país. Na verdade, ao simplesmente estar lá, eu tinha forçado os estudantes a falarem comigo em inglês. E fazendo isso, eu fui capaz de prover um mundo real de aprendizagem. Sim, eu corrigi erros mas muito mais aparente foi o mundo real da aprendizagem que tinha ocorrido desde o primeiro minuto do Camp. Para ser honesto, eu acho que isso me abalou um pouco demais. A forma que eu ensinava poderia ser muito mais interessante e efetiva se eu tivesse eu tivesse adotado algumas (senão todas) as ideias do Learning 3.0. Onde está meu Learning Canvas? Como os estudantes vêm evidências de seus aprendizado e como eles podem aprender no mundo real? Essas são perguntas que eu pessoalmente procurarei responder assim que a minha própria aventura no Learning 3.0 continua…

A ideia do AleXandre Magno é totalmente Darwiniana. Dois Camps não são iguais. Na verdade, pela sua própria natureza, os Camps evoluem com o tempo. O ponto é que cada participante traz alguma coisa nova para a mesa. Novas ferramentas estão sempre sendo criadas e novas ideias não são apenas bem vindas mais ativamente encorajadas. Não existe certo ou errado, nenhuma ideia é tão ultrajante e, mais importante, não existe um indivíduo considerado mais importante que outro.

Sem querer parecer grandioso, eu me sinto incrivelmente sortudo em ser parte de uma revolução na aprendizagem. Eu sei que eu não estou sozinho nessa visão e agora eu verdadeiramente sei que Essa é a Aprendizagem, Learning 3.0

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