Para além do que se vê
O que é a escola? Quais são os seus limites? Onde começa e onde termina a sua função?
Essas perguntas sempre estiveram presentes no cotidiano escolar. Entre imensas divergências (quando não teóricas, de atitude), pais, professores, gestores e alunos seguem sem a devida interligação.
Acostumamo-nos, ao longo dos anos, com a transferência de responsabilidades mediante contratação de serviços, e isso é totalmente compreensível, afinal temos cada vez menos tempo, mais trabalho e rotinas conturbadas. Dentro deste conjunto, temos a escola. Querendo ou não, um serviço contratado, mas que, ao mesmo tempo, configura-se como plataforma de desenvolvimento de seres humanos, que, por sua vez, não funcionam aritmeticamente.
Diante dessas questões, me pergunto: o que, de fato, representa a escola?
Entre estudos, leituras e reflexões, noto que há uma separação clara do que é a escola hoje em relação ao que ela deveria ser.
“Não basta saber ler mecanicamente ‘Eva viu a uva’. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir uvas e quem lucra com esse trabalho.”
Paulo Freire in Moacir Gadotti, Paulo Freire: Uma Biobibliografia, 1996.
Nesta afirmação, Paulo Freire nos atenta ao fato de que nem tudo é resolvido apenas por aquilo que, imediatamente, se lê (ou se vê). Existe sempre o algo mais, e incentivar o aluno a desenvolver este olhar é essencial no processo educacional.
Da mesma forma, não podemos cultivar uma escola enquanto mero ambiente físico contratado para oferecer aulas em caixas de concreto, através de um professor, uma lousa e algo para escrever.
Precisamos destinar o olhar para além do que, hoje, vemos.
A escola é a comunidade. Ou melhor! Para além disso, e com inspiração nas ciências naturais, podemos dizer que a escola é um ecossistema.
Ecossistema é o nome dado a um conjunto de comunidades que vivem em um determinado local e interagem entre si e com o meio ambiente, constituindo um sistema estável, equilibrado e autossuficiente
Brasil Escola
Dentro de uma escola, assim como num ecossistema, enxergamos fatores bióticos e abióticos, sendo que todos aqueles termos que citei na escola como prestadora de serviços estão listados entre os fatores abióticos.
Os fatores bióticos são a vida. É tudo que pulsa e move as comunidades. No ambiente escolar, são alunos, professores, pais, gestores, funcionários e qualquer outro grupo de seres humanos que, com suas atitudes, possam influenciar na educação promovida. Hoje em dia tem sido comum negligenciarmos estes fatores e o quanto estes são influentes na hora de avaliarmos um método/processo educacional.
Em alguns bons meses de observação, certamente aprendi muita coisa e pude exercitar o olhar para muitas contradições que permeiam a escola, mas uma certeza em especial me preocupa: nem todos os fatores bióticos estão cientes do seu papel e comprometidos com a evolução dos alunos.
Diante deste cenário, estamos, aqui na escola, em busca de transformação. Estamos chegando a um período crucial no ano, em que muitos alunos estão decidindo uma parte do seu futuro e outros estão se preparando para mais um ano desafiador que está por vir. A partir de hoje, iniciaremos uma jornada que envolverá todos os agentes influenciadores do Ecossistema Escola, com uma série de produções (textos, posts, vídeos e encontros) voltados para o reajuste da atuação coletiva no colégio.
Siga-nos nessa jornada!
Às famílias:
Ainda tem muita coisa pra acontecer em 2018, mas já estamos a todo vapor para 2019! Como você sabe, dia 27/10 acontecerá a nossa 1ª Jornada do Conhecimento, com uma programação intensa, colaborativa e inovadora, guiada pelo tema “O futuro dos nossos filhos”.
E por falar em colaboração, que tal começarmos agora?
Responda ao formulário a seguir e contribua para uma educação cada vez mais transformadora!