10 da manhã. Atrasada de novo.
Bafo matinal, cc, não perde a mania do ventilador no máximo e edredom mesmo no topo do calor. Diz que silêncio é barulhento e sono gosta é de vento. Faz 500 ml de café. Mente. É 1 litro por dia. Aliás, bom dia.
Olha no espelho o rosto amassado. Maçãs da face acentuadas, se sente uma caveira de tão magra que está. Deve ser falta de carboidrato. Dizem que quem come muita carne fica magra e cheira mal. Talvez esteja magra demais. Anota no celular que precisa pesquisar “como fazer gohan”. Arroz japonês no café da manhã, talvez funcione. Não gosta de macarrão. Tem unhas das mãos pequenas porque rói. Não que isso tenha correlação, mas talvez sim.
Não rói as unhas do pé por princípios; o pé é muito sujo por quase só andar descalça, obviamente, mas sente total desprazer em ter que cortá-las com alicate, o “objeto mais sem charme da humanidade” segundo a própria.
Passa uns creminhos para esconder as rugas. Trata bem seu pescoço alongado afrancesado. Reflete sobre a tapioca ser mais simples que gohan. Ferve água para o seu litro de café e enrola queijo no presunto para o (voz de deboche) desjejum.
Quase 11 da manhã. Dá para começar a viver.