Eles construíram igrejas.
Mataram populações, destruíram cidades, queimaram homens, estupraram mulheres, mas construíram igrejas.
E do alto de toda a crença, a verdade se mostra pela luz das edificações sagradas.
Já diziam, a verdade recai sobre aquilo que cremos e não sobre aquilo que se é.
Aliás, qualquer argumento que comece evocando a verdade pela ideia absoluta de “ser” esquece que as percepções são muito mais fortes do que a coisa em si.
Essas construções são nossos totens. Parece que o problema não está em matar e sim em não construir projeções idealizadas de nós mesmos. Edificamos a mentira porque a verdade deve doer demais, quiçá ser tediosa.
Um dos fundamentos da nossa existência é a negação.