Louie Martins
Leminski odiaria
Published in
1 min readSep 29, 2016

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Vai, atira bem aqui no peito, no meio. Me vê caindo e sangrando. E então se arrepende, lembra do quanto me ama, sua mulher, mãe dos filhos que nunca teremos, filhos frutos de uma obsessão mútua, que pra você não dá mais, né?

Sente aqui, bem aqui, tá vendo? É pra cá que você vai apontar e acabar logo com tudo. Melhor me matar do que me ver e perceber o monstro que você é. Eu sou teu espelho, não te deixo se enganar. Sei de cada sentimento envolvido no desejo de apertar esse gatilho. Teus músculos pedem socorro, sua pele me respira. Eu sou sua droga, seu vício, sua entrega.

Quer fazer, faz logo, covarde!

Ou vira a cara e vai embora, some, e aproveita a vida medíocre que deus, ó deus, desenhou pra você. De mim você não tem nada além da minha obsessão; teu sexo é meu melhor veneno e minha alma não precisa de paz.

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